quarta-feira, 2 de novembro de 2011

7 de Maio - Para o ano vamos à Serra da Estrela…..mas a partir de Mação


Desde 2010 que os membros do BTZ Mação decidiram, em alternativa
à participação na Maratona de BTT de Portalegre, realizar um evento de forma a proporcionar
um dia único aos membros e amigos do BTZ.

No rescaldo do evento do ano anterior em que efectuámos um
percurso de btt na Serra da Estrela, houve um visionário, chamado Agostinho que
lançou a ideia de fazermos a ligação por estrada entre Mação e o Alto da Torre
na Serra da Estrela.
Era um desafio à BTZ, pelo que começámos a efectuar os planos
para levá-lo a cabo.
Desde a escolha do percurso à logística associada, foram algumas semanas de
trabalho para alguns dos membros, que ficaram encarregados dessas tarefas.
Assim no dia 7 de Maio um grupo de atletas de altíssimo
nível marcaram presença, para aquele que seria talvez um dos dias mais míticos
do BTZ Mação.
Depois dos atrasos habituais na partida, arrancámos em
direcção a Chão de Codes, com a ameaça de chuva que poderia surgir a qualquer
momento.
A fase inicial do percurso não era muito dura, permitindo fazer o aquecimento,
colocar a conversa em dia e analisar as dificuldades que se avizinhavam.
Depois de passarmos por Chão de Codes, seguimos por Chão de
Lopes e em direcção ao Freixoeiro.
Após Mesão Frio entrámos no concelho de Proença-a-Nova, quando a chuva fez a
sua aparição obrigando o pessoal a recorrer aos impermeáveis e cortando o
pelotão de 14 atletas em vários grupos.
Felizmente quando chegámos à Sobreira Formosa, a chuva
passou permitindo efectuar uma pequena paragem para reabastecimento e resolução
de alguns problemas mecânicos que “oportunamente” afectaram alguns atletas.
Graças ao José Carlos de Samora Correia tivemos uma carrinha de apoio que foi
essencial à logística da etapa. Por vezes parecia que estávamos numa etapa da
volta a Portugal.
Na Sobreira Formosa começava a primeira subida mais
complicada do dia, para a zona de Catraia Cimeira, o que fraccionou o pelotão,
que só se reuniria praticamente em Sarzedas. A passagem pela zona da Ribeira do
Alvito foi espectacular, com uma descida algo técnica e parece ter bastante
potencial para btt.
De Sarzedas para Castelo Branco seguimos a alta velocidade,
pelo menos enquanto era a descer para a zona da Rio Ocreza.
A subida que se seguiu para a Taberna Seca já foi bastante mais lenta, devido à
inclinação do terreno.
A passagem do Rio Ocreza foi também uma das mais belas zonas onde passámos.

Em Castelo Branco efectuámos nova paragem para
reabastecimento e seguimos em direcção a Escalos de Cima. O vento de frente que
se fez sentir, voltou a colocar alguns elementos em dificuldades.
Principalmente aqueles que não levavam bike de estrada (leia-se os elementos
mais “rijos” do BTZ).
A passagem por Alcains marcou uma mudança bastante
significativa no pelotão, com algum pessoal a parar em Alcains e outro grupo a
seguir directamente para Soalheira, aproximando-se da Gardunha.
Na frente seguia o atleta Rato e o António Palma, depois seguia eu, o Tiago e o
Almeida, com a cúpula dirigente do BTZ Mação (Filipe e Agostinho).
Depois de Soallheira o Filipe e o Agostinho resolveram
efectuar uma paragem para definirem a estratégia para a parte final da etapa.
Nunca se deve menosprezar o atleta Maçaense……….
Nesta altura, o pessoal de Samora apanhou-nos, seguindo a
alta velocidade para Alpedrinha, onde o Tiago quase que me obrigou a deixá-lo
para seguir com o resto do pelotão.
O Nuno Rama e o Sérgio Valente resolveram abortar a missão antevendo o que se
seguiria.
Não era preciso ser meteorologista para avançar uma previsão, bastava
olhar para a Serra da Estrela e não se conseguir ver o Alto da Torre.
A subida para Alpedrinha foi feita em bom ritmo, separando
novamente o pelotão. O Sérgio, o Tiago “King” e o Hugo seguiram na frente.
Eu, o José Carlos e o Almeida seguíamos mais atrás e o António Palma e o Miguel
Rato resolveram poupar as máquinas para a última subida do dia.
Um pouco depois do Fundão começava o momento pelo qual
tínhamos pedalado cerca de 150 km’s, a subida para a Torre, sem antes uma
paragem na Pizzaria A Nora para preparar o abastecimento final, para dali a
umas horas………
A parte inicial da subida à Torre é terrível, com as rampas no
centro da Covilhã a fazerem muitos estragos, quer pela inclinação, quer pela
extensão e nalguns casos pelo piso empedrado que dificulta o controlo da
bicicleta.
O Sérgio saiu disparado com o Tiago “King”, só os voltaria lá mais para a
frente nesta crónica.
O António Palma, o Hugo e o José Carlos também seguiram a boa velocidade,
deixando-me com o Almeida, numa reedição do habitual dueto do BTZ Mação.
O atleta Rato, provavelmente motivado pela falta de Clonix resolveu ficar pela
Covilhã, desencaminhando o Tiago com um repasto especial para que também
ficasse cá por baixo.

Após as Penhas da Saúde e a caminho do Centro de Limpeza de Neve
Até ao Sanatório (deveria chamar-se antes Purgatório) segui bastante devagar,
pois o acumulado de km’s associado à dificuldade da subida ia fazendo mossa.
O terreno até às Penhas da Saúde era menos inclinado, permitindo a alguns
atletas seguir em talega, no entanto para mim parecia que estava a escalar o
Evereste.

O Marreta tentando sobreviver na parte final da subida
Nas Penhas da Saúde nova paragem, para preparar a escalada final aos 2.000
metros de altitude, pois o frio iria ser uma dificuldade adicional.
O Almeida, tentava motivar-me para continuar e quando passámos no Centro de
Limpeza de Neves, só me apetecia voltar para trás. Mas ele passou a Nave de
Santo António a dar-me na cabeça para seguir na roda.

Encostado às cordas....
Pouco depois começámos a apanhar o pessoal (Hugo e o Tózé Palma) que descia
para a Covilhã.
O frio e o nevoeiro que se faziam sentir apenas davam um carácter mais épico ao
final da etapa. Cerrei os dentes e continuei a peladar, mesmo que as forças já
me tivessem abandonado há muito.

Obrigado Almeida
A recta final para a Torre parecia interminável, e não era
apenas pelo nevoeiro, pois estava encostado às cordas.
Chegar lá acima, ao ponto mais elevado de Portugal Continental foi uma sensação
única e apenas posso agradecer ao Almeida por lá ter chegado.
Antes de iniciarmos a descida para a Covilhã ainda estivemos
à conversa com parte do pessoal de Samora que ia na carrinha do José Carlos e
com jornalistas da Caravana da Visão que se encontravam em reportagem.

À conversa com o jornalista da Visão
O início da descida foi bastante complicado, pelo frio que se fazia sentir.
Já perto da Nave de Santo António, lá vinham o Filipe e o Agostinho,
tranquilamente Serra acima.
Apenas disse para o Almeida: “estes gajos são mesmo
de Mação”, mas com outras palavras.

Depois de passar no Piódão a descida foi feita a uma
velocidade alucinante, até porque as pizzas estavam à nossa espera.
No final ainda tivemos de procurar o Tózé Palma, que achava que 200 km’s era
uma etapa fraquinha, pelo que resolveu conhecer a Covilhã de bike.
O regresso a Mação foi efectuado numa viatura gentilmente cedida pela Câmara
Municipal de Mação, pela qual deixamos aqui o nosso agradecimento.
Um agradecimento final a todos os que aceitaram este desafio
e marcaram presença nesta jornada épica e mítica.
Para o ano há mais……

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

16 de Abril – Randonneurs Portugal - BRM Alqueva

Os meus primeiros 400 km’s

Antes de mais convém referir que os Randonneurs não são nenhuma sociedade secreta, ou coisa parecida. São apenas um grupo de pessoas, que praticam ciclismo de estrada, de forma não competitiva e num formato que se pode considerar como sendo de resistência. Por isso esta crónica é apenas mais um relato de uma aventura de bike.

Esta crónica começa em Setúbal, numa ensolarada tarde de sexta-feira.
À medida que as 18h se aproximavam a ansiedade ia crescendo, pois após um dia de trabalho, uma longa viagem de regresso a casa, não havia nada melhor para fazer do que arrancar à meia-noite para um percurso de ciclismo de 400 km’s. Sim, não é engano, são mesmo 400 km’s e seguidos.

Foi a convite do Almeida, que resolvi participar num Brevet dos Randonneurs Portugal, que consistia num percurso em alcatrão de 400 km’s, com início em Vila Franca de Xira.
Como essa deslocação era pequena, chegámos a horas (estranho quando se trata de eventos em que o Almeida participa).

Dado que a minha presença neste evento era clandestina (pois não me tinha inscrito) aproveitei, enquanto o Almeida assistia ao briefing da organização, para preparar as coisas para a longa viagem, nomeadamente luzes e nutrição.

O grupo de participantes era bastante pequeno (10 inscritos e mais um), o que significava que não eram muitos os malucos que iriam passar as próximas horas a fazer uma jornada épica em cima de uma bicicleta.
Logo após o arranque, o grupo seguiu compacto, em direcção ao Porto Alto. O ritmo na frente era bastante elevado, pelo que me resguardei na cauda do pelotão. Ainda faltavam muitos km’s e muitas horas para o final, pelo que o objectivo era poupar ao máximo nesta fase.

O Almeida é que não se resguardava nada, marcando juntamente com um atleta da Ota e o Ivo Pais o ritmo na frente do pelotão.



O Grupo no início da aventura

Depois de Porto Alto seguimos em direcção a Pegões, com uma subida suave e gradual até à zona de Santo Estevão. A velocidade média continuava alta, pelo que seguia sempre na parte final do grupo, na retranca.
Em Pegões seguimos para Vendas Novas, sem que antes o Almeida tivesse resolvido dificultar um pouco mais a tarefa, dado que partiu o guiador na passagem de uma cratera que existia na berma da estrada.
Na altura pensei que as rodas é que poderiam ter ficado danificadas devido ao forte impacto, mas foi o guiador que sofreu as consequências.
Ainda pensei que se parasse em Vendas Novas para comer uma bifana, mas o resto do pessoal tinha outras ideias, pelo que se fez uma pequena paragem para satisfazer necessidades fisiológicas.

Nesta parte estranhamente os dois membros da organização saíram disparados, e dois outros elementos ficaram para trás (um deles tinha vindo do norte do País e não deve ter ficado muito agradado com a companhia).
O pelotão ficava assim reduzido a 7 elementos, que seguiram sempre em bom ritmo em direcção a Montemor-o-Novo.

Aqui começavam as dificuldades, pelas subidas que iam fazendo a sua aparição (logo à entrada desta localidade). Na direcção de Évora, para onde seguimos, voltámos a apanhar mais umas subidas, demonstrando uma vez mais que é o Alentejo é plano para quem lá circula numa viatura motorizada.
Para ajudar, tive um furo na roda de trás, dado que algo metálico tinha perfurado o pneu. O Almeida e o atleta da Ota pararam para me ajudar e o resto do grupo seguiu, o que na altura me pareceu ser pouco correcto. Fiquei apreensivo, pois fazer tantos km’s com apenas 3 elementos seria muito complicado.
Um pouco mais à frente o resto do grupo estava parado junto a uma fonte à nossa espera, pois aquele era o único ponto de água até Évora.

A passagem em Évora significava que faltavam ainda 280 km’s, ou que os primeiros 120 km’s já tinham sido efectuados, conforme a perspectiva.
Parte do pessoal do grupo insistia com o Almeida para trocar o guiador dado que achavam uma loucura fazer o resto do percurso assim. Fiquei assim a perceber que parte do pessoal do pelotão era de Évora. Pude concluir uma vez mais que nestas coisas das bicicletas os Velhinhos são quase sempre os mais rijos.
Para reforçar essa ideia, sempre que o Jacinto passava pela frente do grupo o ritmo subia vertiginosamente.
O atleta da Ota, que era considerado o campeão da cadência, é que deixou de achar piada a este ritmo e ficou para trás antes de Reguengos de Monsaraz.



A chegada ao Guadiana


Eu e o Manuel Rosado junto à Albufeira do Alqueva


A passagem por Monsaraz representava a chegada à Albufeira da Barragem do Alqueva no Rio Guadiana.



O nascer do Sol no Guadiana


Foi uma visão magnífica, ver o nascer do sol e a aldeia de Monsaraz, imponente lá bem no alto. Depois da paragem para o primeiro controlo em Mourão, seguimos por território conhecido para Moura sempre pela margem esquerda do Rio.


A tendência era quase sempre de descida, excepto na aldeia de Póvoa de São Miguel, com uma subida curta mas tramada, com a parte final em empedrado (parecia o Paris-Roubaix, mas sem o Cancellara).



O Marreta junto à Albufeira do Guadiana


A subida para Moura marcou novamente o regresso às dificuldades, pelo que fiquei para trás em relação ao grupo e segui no meu ritmo até ao centro da vila.
Cerca de metade do desafio estava cumprido, com cerca de 220 km’s efectuados.



Ivo Pais na paragem em Moura



Ivo, Manuel e Jacinto na paragem em Moura



Almeida na paragem em Moura


O resto do pessoal fez o controlo e aproveitámos para reabastecer de água e comer qualquer coisa. A fase que se seguiria seria a mais complicada, pois teríamos o regresso à distante Vila Franca de Xira.



O Marreta junto à povoação de Alqueva


A parte inicial desse regresso marcava a passagem na Barragem do Alqueva, com o grupo a partir-se definitivamente, por um lado o Ivo Pais e um outro atleta que seguiram na frente em bom ritmo. Eu e o Almeida ficámos numa posição intermédia, e o Manuel Rosado e o Jacinto ficaram mais atrás.
Entre Alqueva e Portel era sempre a subir, numa distância de cerca de 20 km’s e para ajudar o calor começava a fazer a sua aparição.
Pontualmente o grupo foi-se juntando, quando esperávamos uns pelos outros, mas penso que em definitivo as diferenças de andamento começavam a notar-se.
A passagem por Portel foi um alívio tremendo, dado que o mais difícil estava feito em termos de terreno. Só faltavam no entanto 163 km’s.



O Guadiana


De Portel a Viana do Alentejo seguimos em boa velocidade, dado que o terreno era praticamente plano e numa estrada com bastantes árvores, o que nos permitia aproveitar a sombra.
Na zona de Oriola passámos junto à Albufeira da Barragem do Alvito, com uma paisagem bastante bonita. Do lado oposto à Barragem tínhamos São Bartolomeu do Outeiro bem no alto de um Monte, o que motivou um pedido de esclarecimento ao Almeida no sentido de confirmar que não íamos subir para lá.





Manuel e Jacinto na chegada a Viana do Alentejo



Em Viana no Alentejo voltámos a parar para controlo, descansar um pouco e reabastecer.
O cansaço começava a fazer-se sentir, pelo que rimo-nos um bom bocado da descrição que foi feita do adormecimento em cima da bicicleta que o Ivo tinha tido. O condutor da carrinha que vinha em sentido contrário e que ia sendo abalroado pelo Ivo é que não deve ter achado muita piada.



Almeida em Viana do Alentejo, ainda todo sorridente


O Ivo pela sua parte só pensava em bifanas, pelo que foi em demanda desse petisco.
O Jacinto e o Manuel Rosado resolveram fazer uma paragem entre Portel e Viana para dormir um pouco à sombra das árvores…….



A recomeço da aventura após a paragem em Viana


Devido a isso o Almeida e eu decidimos seguir, pois não podíamos fazer uma paragem tão prolongada. Este facto marcou a separação do grupo e até ao final eu e o Almeida seguiríamos juntos até ao final.



O descanso dos Guerreiros


De Viana seguimos até Alcáçovas, com um terreno pouco acidentado e com o calor a apertar cada vez mais. Sempre que apanhava uma fonte resolvia parar, pois aproveitava para refrescar as pernas e principalmente os pés (o alcatrão é bastante mais abrasivo que o trilho) e porque começava a ter uma dor muscular que me impedia de pedalar com normalidade.
Após a Ribeira de Alcáçovas começava a subida gradual para Casa Branca. Ao longe os montes que separavam Santiago do Escoural de Montemor metiam algum respeito, mas lembro-me de ter dito ao Almeida: “aquilo é mais fácil que um Bando”.



Tentando sobreviver no Alentejo


Em Santiago do Escoural voltámos a parar em mais uma fonte para ganhar ânimo para a subida que se seguiria. O Almeida seguiu quase sempre comigo, mas na fase final resolvi abrandar um pouco, para baixar o pulso, embora a subida não fosse muito complicada.
Até Montemor foi sempre a descer, o que foi bem-vindo para poder descansar, pois apenas prevíamos apenas parar em Vendas Novas antes do final.
Seguimos num ritmo razoável, com o vento contra, em direcção às bifanas.
Ainda tive a oportunidade de presenciar o adormecimento do Almeida que sem parar de pedalar, acordou sobressaltado, de um breve período de sono em que não se lembrava dos últimos segundos.
Fomos repartindo o esforço até Vendas Novas, onde parámos para comer uma bifana e descansar para os 63 km’s finais.
No café onde parámos devemos ter parecido uns coitadinhos, pois o nosso aspecto não era famoso, mas para isso contribuía o facto de pedalarmos há 15 horas.

A passagem em Pegões marcava a entrada na fase final do desafio e o reaparecimento do vento de frente. O vento e o facto de ser sempre a subir, de forma muito suave, até ao cruzamento de Santo Estevão tornou este troço bastante complicado.
Esta parte foi a mais difícil do ponto de vista psicológico, dado que o cansaço e o sono acumulados já só pediam descanso.



No final já se estava bem melhor......


A passagem em Sámora Correia e Porto Alto fizeram-me lembrar do pessoal dessa zona e de como teria sido porreiro alguns deles terem participado neste desafio.
A recta do Cabo pareceu interminável, e já dentro de Vila Franca, na subida para as piscinas ainda estive quase a desmontar pois as dores eram mesmo muitas, mas ainda consegui resistir.
Finalmente depois de 18h30m conseguimos chegar ao destino, cumprindo assim com o objectivo a que nos tínhamos proposto.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Mação – 9 Abril 2011 - Rota dos Bandos

O Dia do Clonix fora do prazo de validade…….

Este ano o BTZ Mação realizou mais uma edição da mítica Rota dos Bandos (já lhes perdemos a conta), convidando para o efeito um conjunto de atletas e amigos (não necessáriamente por esta ordem).



Dado que este ano a data coincidiu com o Serpa 160 tivemos algumas faltas de comparência, para já não falar de algumas desistências de última hora.
Até se compreende, pois estavam prometidos 90 km’s com cerca de 3.000 metros de desnível acumulado.


Felizmente que o clima colaborou, proporcionando um dia excelente para a prática do btt, pois não havia ameaça de chuva e a temperatura não era muito elevada.


Tal como é habitual a partida registou os habituais atrasos, pois foram desta vez os atletas autóctones que ficaram a dormir mais um pouco.


A partida para o evento foi dada com um pelotão de 9 intrépidos atletas para a versão longa e 8 para a versão curta (65 km’s). Como é habitual a partida é sempre feita a descer para a zona do Paiafome, de forma a enganar o resto do pessoal, para pensarem que esse será o mote para o resto do percurso.

Com a subida para a Caldeirinha começavam as dificuldades e desta vez sem desviadores traseiros partidos.

No entanto na descida da pista de Aeromodelismo o Almeida resolveu dificultar a vida perdendo o bidon com as suas poções mágicas.




Orlando a brilhar na descida fatídica para o bidon do Almeida



Nas Casas da Ribeira seguimos ao longo da Ribeira D’Eiras até à Fadagosa onde começava a subida do dia, com 7km’s até ao alto do Bando de Santos.




Estes são os engarrafamentos que se apanham em Mação, super-stressantes


Esta subida apesar de ser muito longa, é feita por patamares, com o primeiro até ao Caratão com alguma inclinação e a magnífica paisagem da Ribeira do Aziral.




O pelotão na subida, logo a seguir ao S. Gens


Entre o Caratão e S. Gens a dificuldade reduz-se o que permite recuperar para a parte final da subida, que é para mim a mais difícil. A meio da dificuldade despedimo-nos do pessoal da volta pequena que seguiria a meia encosta (mais ou menos) para o Castelo.




Daniel Brites na subida do dia


Nós seguimos para o Miradouro do Bando de Santos, com um troço final terrível, pela inclinação e pelo piso cheio de pedra solta que dificulta em muito a tracção, principalmente quando alguns atletas ainda estavam cheios de força.




Ao fundo S. Gens


No miradouro voltámos a parar para tirar algumas fotos e desfrutar da paisagem que podemos contemplar bem lá no alto.




Paisagem que se pode apreciar no Miradouro do Bando de Santos






Paulo Oliveira a fazer uma entrada triunfante (e cheia de força) no Miradouro


A seguir descemos para a Lage e depois seguimos para a zona da Estrada da Capela-Gargantada, com uma descida espectacular, com algumas curvas a exigir empenho e a zona envolvente arborizada a proporcionar sombra.




Mais uma foto no Alto do Bando de Santos




Depois de tantas queixas o Tiago também posou para a foto


Após uma descida, vem sempre uma subida, desta vez para a Serra de Santo António, mas diferente do ano passado, pois optámos por efectuar uma primeira parte mais curta, inclinada e com pedra solta que nos levaria à cumeada da Serra e depois subiríamos pelo lado do Freixoeirinho.




Lima e Chefe de Fila na subida para a Serra de Santo António


Nesta altura uma dúvida começou a assolar o Lima, será que o Atleta Rato conseguiria manter o ritmo fortíssimo nas subidas durante o resto da volta………


Uma vez mais no alto parámos para reagrupar o pessoal e tirar umas fotos, pois uma vez mais, a paisagem é magnífica.




Rato & Antunes uma dupla que deu muito que falar


Na descida para a Gargantada o segundo percalço do dia, desta vez com um furo na minha roda traseira, o que atrasou o resto do pessoal que teve de esperar.




Almeida olhando para Cardigos


Nesta altura tivemos também conhecimento de como estava a decorrer a volta dos 65 km’s, dado que os atletas estavam no Café O Emigrante em Chão de Codes a tentar reduzir os stocks de cerveja.


Inclusivamente por lá falou-se que iriam vir charters de Samora Correia……….




Paisagem no alto da Serra de Santo António


Na passagem pelo Cabo tivemos o primeiro singletrack do dia, muito curto e a subir, mas já deu para começar a treinar a técnica para o que se seguiria.




Paisagem no alto da Serra de Santo António



A subida para a Serra da Amêndoa foi bastante soft e tinha como único intuito evitar alcatrão e levar-nos de volta ao Bando de Santos, que seria novamente conquistado pelos atletas, numa subida inédita e dura, pela inclinação de alguns troços, que nos levam até às Eólicas do Bando de Santos.




Lima e Oliveira no início da descida para a Gargantada


Uma vez mais o Atleta Rato deu espectáculo, mantendo um ritmo verdadeiramente infernal e que apenas alguns atletas mais bem preparados conseguiram seguir com os olhos e à distância.


Era algo que começava a merecer uma investigação, dado que não dispúnhamos de controlo anti-doping……..




Velhinho na 2ª passagem pelo Bando de Santos

Após uma passagem pelo parque de Merendas do Brejo para reabastecimento e nova sessão fotográfica, conseguimos finalmente descobrir o segredo do Atleta Rato…………dado que colocámos um especialista a tratar do assunto.




Rato & Antunes, Lda




Em Mação há poetas






O que é isto??? Um novo modelo da marca do S?


A descida para o Castelo foi espectacular com um singletrack, de seu nome Carlos Maia em homenagem ao visionário que nos deu a conhecer aquele troço. É um singletrack pequeno mas a exigir empenho, alguma técnica e controlo da bike, pois tem algumas curvas de 180 graus.




Almeida e Rato no final do singletrack

A chegada ao Castelo é feita através de outro pequeno singletrack, entre árvores e buracos, descoberto há uns anos pelo Chefe de Fila.





Velhinho no singletrack

A passagem pelo Castelo marcava o início de mais uma subida, também inédita, ao Bando de Codes.




Tiago no final do singletrack

O início da subida é demolidor, pois são rampas seguidas com forte inclinação e um piso nada favorável, com imensos regos das águas das chuvas.

Demolidor foi o andamento do Atleta Rato, que seguiu por ali acima fortíssimo, com o Lima no encalço e eu a tentar seguir um pouco mais atrás.

Depois desta parte a subida tornava-se mais suave, com a passagem junto á mítica subida do Presunto e a descida para a encosta do lado de Chão de Codes, que nos levaria à parte final da subida em alcatrão, mas não menos difícil, para as Eólicas.




Orlando em plena subida


A descida que nos levaria a Chão de Codes, tem a parte inicial bastante complicada com a passagem no troço dos berlindes (devido ao facto de o chão estar literalmente cheio de calhaus que assemelham a berlindes) que dificultam bastante a aderência.




O início da descida para Chão de Codes

Depois deste troço a descida torna-se mais fácil, com alguns cotovelos a introduzir alguma emoção.


Tal como é habitual em Mação, seguia-se nova subida a começar em Chão de Codes, que nos levaria à descida para o Cerro do Outeiro.

Foi uma subida tramada, dado que é feita em patamares, em que parece que já subimos tudo, mas aparece sempre mais uma rampa escondida.

O facto de esta zona estar também bastante arborizada ajuda também à ideia de que já subimos tudo, pois tira-nos a visão geral da montanha.




Quem não tem gato caça com rato........ou zipties......


A descida para o Cerro do Outeiro é espectacular, pela paisagem (embora não convenha tirar muito os olhos do estradão), pela velocidade e depois pela passagem nesta pequena aldeia, que tem como característica ter um singletrack entre as casas sempre a descer e cujo piso é em rocha. Felizmente que o piso estava seco…………




@ Cerro do Outeiro






Cerro do Outeiro

A chegada à Louriceira obviamente que não seria feita pela opção mais fácil, pelo que metemos por um estradão com uma subida curta mas com um inclinação terrível, onde uma vez mais o Atleta Rato mostrou serviço.




Velhinho na passagem da Ribeira de Codes

A Louriceira marcava a passagem para a zona de Vila de Rei, com a passagem junto à Ribeira do Codes, através de um estradão paralelo à Ribeira.





A Ribeira do Codes

A zona de Vila Rei não prometia facilidades, como se pôde comprovar com a subida para a Lousa, uma parede com cerca de 1 km.

O Atleta Rato saiu disparado, com o Lima no encalço e eu logo a seguir.

O resto do pelotão alongou-se, pelo que no final voltámos a reagrupar o grupo à entrada da povoação.


Seguimos depois em direcção a Água Formosa, com uma descida espectacular, dado que tem bom piso e uma inclinação muito significativa, em que o Tiago destacou-se pois é este o seu terreno. A seguir vinha uma zona de subida gradual para as imediações da aldeia de Vilar do Chão.


A Água Formosa era uma zona nunca antes visitada na Rota dos Bandos, pelo que havia alguma expectativa do pessoal, principalmente pelos singletracks que tínhamos prometido ao pessoal.
O primeiro singletrack é o mais extenso, com algumas zonas espectaculares, com a descida em pedra antes da ponte, a passagem pela ponte e uma zona onde passamos praticamente debaixo de uma rocha enorme.




Lima e Almeida no singletrack da Água Formosa




Oliveira, Velhinho e Orlando no singletrack





Oliveira numa das partes mais espectaculares do singletrack




Nuno Lima no mesmo troço





Orlando a brilhar desta vez na bike



Quando parámos na fonte da Água Formosa, o pessoal estava rendido: “Assim vale a pena!!!””




Tiago antes do tormento telecomandado pelo Almeida

A Água Formosa é uma aldeia do concelho de Vila de Rei, que faz parte das Aldeias de Xisto, pois tem sido gradualmente recuperada, mantendo as casas a traça original, ou seja, todas em pedra. É um local bastante interessante.


Logo a seguir à aldeia começava o singletrack do precipício……….

Não é um singletrack muito extenso ou particulamente técnico, mas é mesmo muito estreito e de um dos lados tem um precipício para umas hortas que não augura nada de bom.

Felizmente ninguém parou para tirar fotos…………




Rato no início do singletrack que surpreendeu todos




Depois desta parte mais emocionante, seguimos para a aldeia de Vale das Casas onde tivemos mais uma pequena subida e seguimos para a zona do Pereiro (de Vila de Rei) onde tivemos mais duas subidas curtas mas bastante complicadas pela inclinação.


O planalto que se seguiu, permitiu ao grupo seguir bastante rápido (dentro dos nossos limites de velocidade), pois penso que era a maior extensão de percurso sem subidas.A descida para o Chão de Lopes marcou a entrada na parte final do percurso, que nos levaria através de mais algumas rampas novamente até Chão de Codes.


A parte final tinha ainda algumas subidas curtas e inclinadas que nos levariam até ao momento do dia: a passagem no Singletrack Agostinho “Velhinho” Ribeiro.




Um momento para a posteridade: Velhinho a inaugurar o seu singletrack





Esta denominação advém do facto de o Velhinho ter cumprido a promessa de limpar o trilho especialmente para este evento, dado que nos últimos reconhecimentos que efectuámos o trilho estava impraticável.

Muito haveria a dizer sobre este singletrack, nomeadamente que é algo técnico, mas por enquanto é segredo, e bem guardado pelo BTZ Mação.


Esta zona ainda tinha a Pena do Avento, uma pequena cascata que fica mesmo junto à praia tropical da Aboboreira (private joke do BTZ).




A Pena do Avento


Os últimos km’s da Rota dos Bandos este ano foram em alcatrão, para permitir o retorno à calma dos atletas.

No final a opinião generalizada dos atletas era que para o ano iriam regressar para ver se o BTZ Mação consegue manter o nível de exigência da Rota dos Bandos.

O jantar este ano foi no Picafino, onde pudemos debater as peripécias do dia, nomeadamente o fabuloso rendimento desportivo do Atleta Rato, que este ano levou a camisola amarela, patrocinada pela JANSSEN-CILAG FARMACÊUTICA,LDA, titular da licença de comercialização para o mercado português do Clonix…………


Fica o link para a crónica da volta mais curta efectuada pelo Daniel Brites do pessoal do Trilhos da Lezíria de Sámora Correia:
http://cbtttrilhosdaleziria.blogspot.com/2011/04/macao-sempre-subir.html


Finalmente gostava de deixar um agradecimento a todos os participantes deste ano da Rota dos Bandos: Chefe de Fila Antunes, Orlando Brízida, Agostinho “Velhinho” Ribeiro, João Almeida, Nuno Lima, Miguel “Atleta” Rato, Tiago Nunes e Paulo Oliveira.



Na volta mais pequena um agradecimento ao Daniel Brites, Pégaso, Joaquim, Bruno Nepumuceno, Bruno, Jorge, Alexandre e Paulo, por terem visitado o nosso território e terem confiado no track de GPS que lhes deu para seguir………penso que não se arrependeram.




HAHAHAHAHAHAHAHA!!!!! A vingança do Brízida.............