quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Troféu Norte Alentejano #4 Avis – 3 de Outubro 2009

Brutal!!!!!!!!!

Acho que esta é a melhor forma de descrever a prova de XC de Avis do Troféu Norte Alentejano.
Após ter faltado à prova de Nisa, lá fui uma vez mais com o Silva ao Norte Alentejano, desta vez em Avis.
Esta vila tem a fama de ter zonas espectaculares para o BTT e especialmente para o XC, pelo que a expectativa era alta, pois a organização prometia um circuito técnico.
Depois de chegarmos e confirmarmos a nossa inscrição, fomos efectuar o habitual reconhecimento do percurso, que passo a descrever (com fotos da prova, muitas...).

O início do percurso era no centro da vila, em empedrado.
A saída da vila era feito com uma descida com muita brita, o que poderia ser algo perigoso, pois não era preciso muito para cair.
Eu na fase inicial do percurso, com a descida ainda em empedrado.

Depois de passarmos numa zona de uma nova urbanização entrávamos através de um pequeno carreiro, a descer, numa parte em singletrack, numa encosta de um monte.
Esta parte representava o primeiro ponto onde poderiam ocorrer engarrafamentos, pois tínhamos de desmontar 2 ou 3 vezes, devido ao percurso ter uns buracos nada pequenos.

O início das zonas técnicas

Após esta zona mais técnica, tínhamos uma descida em estradão, que nos levava à primeira subida do dia.
Esta subida era terrível, com cerca de 500 metros, em estradão, com algumas partes com pouca aderência, que levariam o pessoal a seguir em fila indiana.

A "procissão" na subida mais complicada do percurso
O início da tal subida, com pessoal a desmontar

No final dessa subida começava a diversão, com um singletrack no meio de uns sobreiros, com umas curvas com releve.

Depois de passarmos a zona de abastecimento começava a descida, inicialmente em singletrack, e depois num estradão. Aqui o mais complicado era o pó, que poderia levar-nos a não ver algum obstáculo no percurso.
Não foi por acaso que o Ricardo Marinheiro foi a esta prova. No entanto teve de azar, dado que teve um furo que o levou a desistir

A descida com imenso pó

Normalmente depois de uma descida vem uma subida, desta vez em singletrack, com um início suave e depois uma inclinação tremenda, onde a maior parte do pessoal desmontaria pela certa.
Nova descida, em singletrack, bastante técnica, com alguma pedra solta e um degrau no final, onde quase caía. Isto apesar de ir devagar.

Depois de mais uma incursão em estradão vinha uma nova parte de subida íngreme e curta, em singletrack, muito semelhante á anterior, com nova descida complicada, que nos levaria novamente ao estradão.


Junto ao muro de uma casa com vista para a Albufeira da barragem do Maranhão, tínhamos nova descida em single, com o início tramado pela terra solta e uma curva de cerca de 150 graus, que nos levava encosta abaixo.
Depois do vale, nova subida, em suaves prestações, que nos levava à primeira encosta técnica.

Esta encosta parecia um labirinto de fitas
Após passarmos um estradão, tínhamos novamente singletrack no meio de um olival, que nos levava à zona mais técnica do percurso, no meio de um pequeno pinhal.
Uma vez mais Ricardo Marinheiro, a entrar na descida mais técnica do percurso

A coisa começava com uma descida, que tinha 2 opções de percurso.
Eu optei nesta parte por passar em pedestre. No final da descida, uma pequena subida em singletrack, bastante inclinada que nos levava a uma descida perigosa com um drop no final.
O início da tal descida
Havia quem passasse montado na bike, e pela parte mais difícil
Depois uma subida, curtíssima, com alguns degraus em pedra, extremamente técnica. Voltávamos a descer e novamente uma subida com uns 20 metros, mas uma inclinação brutal. Se não ganhássemos balanço dificilmente conseguiríamos subir montados na bike.

Uma subida muito técnica

Estávamos quase no final, mas ainda tínhamos a famosa zona da fonte de Avis, com 2 trajectórias.
Uma para os campeões e outra para os mortais.
No reconhecimento passei em pedestre, pois fiquei impressionado com uma vala de água que corria junto ao percurso.

O Ricardo Marinheiro obviamente pertence aos campeões
Um dos mortais...

Depois era sempre a subir para a meta, uns 600 metros, com o inicio paralelo à descida inicial, em brita, com pouca aderência e parte final em empedrado.
Silva, sempre forte, no início da subida final

Eu, na 1ª volta, já perto do final da última subida e no limite

O percurso tinha cerca de 6 km’s, muito duros e com um calor infernal, que não ajudava nada.
A prova quase começava mal, pois pela primeira vez começou a horas. Felizmente o Silva ouviu os comissários a fazer a chamada. Tivemos de sprintar para chegar à partida.
Aspecto da grelha de partida da Promoção, em que estivémos para não participar

Como é habitual a partida é a morte, com o pessoal a tentar chegar em primeiro lugar ao trilho ou ao 1º singletrack.
Desta vez não foi diferente, pelo que segui uns metros atrás do Silva, pelo menos até entrarmos no trilho. Aí foi a confusão total, pois com o pessoal a desmontar, pelo que começou o pedestre.

Silva, no início da prova, no pelotão da frente

Na minha opinião a prova começou realmente na primeira subida que pareceu interminável.
Os primeiros classificados saíram disparados, e quando olhei para o pulsómetro, achei melhor não tentar ir na roda deles.Para compensar, o pessoal do pelotão começou a desmontar todo. Aproveitei obviamente para passar alguns deles.
Silva na subida inicial na perseguição aos primeiros atletas do nosso escalão
Aqui já eu ia um pouco mais atrás, mas sempre sem desmontar

A descida foi terrível, pois não se via praticamente nada, tal era o pó, levantado pela passagem do pessoal. Nesta parte tentei seguir pela trajectória do pessoal que seguia à minha frente.
Conseguem ver alguma coisa?? Eu também não
Nas subidas curtas e técnicas, novamente pessoal a desmontar.
Uma vez mais segui montado na bike, ultrapassando mais uns atletas, que numa atitude desportiva, deixavam passar quem ia montado na burra.
Eu no início de mais uma descida

Até à zona do passeio pedestre, segui na roda de pessoal, que ia num ritmo semelhante ao meu e tentando baixar a pulsação.
Na zona mais técnica da prova, tive de desmontar, pois o pessoal da frente assustou-se com a descida, que era brutal.
Eu não queria, mas o pessoal à minha frente desmontou
O líder crónico do nosso escalão. Até a descer em pedestre é forte
Na zona da fonte, segui pela trajectória exterior, a dos mortais. Ainda olhei para a vala de água, mas cerrei os dentes e pensei: se os outros cá passam, então também eu sou capaz.
Silva (não é o barbudo) na descida da fonte
Eu na descida da fonte, sempre pela trajectória dos mortais

Este atleta achava que pertencia aos campeões
Lembram-se da vala que falei na descrição do percurso?

Até á meta foi só sofrer, pois a subida era terrível, pelo cansaço e pelo facto de a aderência ser muito precária.
Silva, na subida final, sempre forte
Na segunda volta, já não tive problemas de engarrafamentos, pois as posições relativas do pessoal estabilizaram e passou a haver mais espaço entre o pessoal.
Silva, na subida final, sempre forte (Parte II)

Acabei por não passar muita gente (com excepção da primeira subida a sério, onde o pessoal parecia mecanicamente desmontar da bike).
À chegada à zona da descida mais técnica ainda pensei em passar em cima da bike, pois as trajectórias estavam agora mais definidas pela passagem do pessoal.
Mas quando cheguei mesmo ao início da subida, lembrei-me do meu ombro e do $$$$$ que me custou a bike, pelo que desmontei.
Só me lembro de ouvir um miúdo aos berros para sairmos da frente, pois ele seguia montado na bike.
Na subida final já ia completamente de rastos, com a pulsação nos limites.
A meio da subida passou por mim um atleta e decidi seguir na sua roda, pois era do meu escalão.
Mesmo antes da subida terminar, já junto às muralhas, levantei-me da bike e comecei a sprintar. O outro atleta deu por isso e também tentou, mas felizmente não me conseguiu passar.
Quando olhei para o pulsómetro, assustei-me.
Apenas uma palavra: desespero.

Deve ter sido interessante para quem assistiu a esta parte, pois ver 2 gajos, com a avozinha à frente (e não estou a falar de nenhuma senhora idosa) a sprintar “no vazio”.
Após terminar a prova, cumprimentei o meu adversário de circunstância, vi onde estava o Silva e a sua esposa, e sentei-me no chão.

Tinha feito uma prova com apenas 12 kms, e cheguei ao final completamente destruído.

No final valeu o esforço, dado que alcancei o 12º lugar.
O Silva conseguiu novamente um lugar no top 10, com um 7º lugar e marcando preciosos pontos para o Troféu.
PS: Gostava de deixar um agradecimento ao pessoal (Poolman, Bruno Costa, Highlife, Kamuf e Urra Jovem - Catarina Machado) que tirou as fotos que eu habitualmente coloco nestas crónicas e que me autorizou a fazê-lo.
É impecável da parte deles não quererem obter qualquer vantagem económica do "trabalho" (de qualidade) que tiveram.

2 comentários:

Filipe disse...

Andas com vontade de escrever!!!!!!!!

João Canas disse...

às vezes parece que tenho mais vontade de escrever que pedalar.
Estranho!!!!