A etapa mais divertida
Nesta etapa decidi dar descanso à Spark, e experimentar a Gary Fisher Hi-Fi Deluxe que se encontrava disponível para os participantes da GR22, e que o ano passado tinha sido conduzida pelo Gary Fisher durante algumas etapas, enquanto a bike dele, com rodas 29 não chegava.
Assim na crónica deste dia está incluído um mini teste a esta bike, mas sem grandes pretensões jornalísticas.
O dia começou com um pequeno passeio por Almeida, dado que no dia anterior o pessoal optou por seguir directamente para a zona de assistência e à noite apenas nos deslocámos ao centro da vila para provar a famosa Ginjinha de Almeida.
Tivemos assim a oportunidade de pedalar no interior e nas muralhas desta vila e visitar o picadeiro municipal.
A partir desta etapa o pelotão passou a estar reduzido a 6 elementos, com 2 guias (Pedro Pedrosa e o Nuno ou o Tiago) e os participantes Sérgio, Ricardo, Raphael e eu.
O início da etapa decorreu em trilho negro, até à aldeia de Vale de Coelha (curioso nome), em terreno plano, o que permitiu fazer um bom aquecimento.
Os km’s que se seguiram até Castelo Rodrigo, cerca de 30, foram um prenúncio do dia mais divertido de toda a Rota das Aldeias Históricas.
O terreno essencialmente plano ou com declives suaves, incluiu uma ou duas descidas mais técnicas, com curvas encadeadas, onde também deu para curtir a bike e tirar partido das suas potencialidades.
Pedalando em direcção a Castelo Rodrigo
Até à proximidade de Castelo Rodrigo passámos por algumas manadas de vacas, portões e silvas, que contribuíram para que o Ricardo tivesse dois furos (já que o Miguel não estava).
Castelo Rodrigo
A subida para Castelo Rodrigo, teve um grau de dificuldade elevado, até porque a Gary Fisher estranhou o utilizador e não está propriamente adaptada para subidas com algum grau de inclinação.
O Ricardo e o Sérgio à entrada de Castelo Rodrigo
Efectuámos uma pequena visita ao centro da aldeia, que me pareceu ser das mais bem preservadas, à excepção do Castelo, dado que foi destruído pela população, pois senhor local era apoiante dos Castelhanos.
De Castelo Rodrigo já se vislumbra a zona do Rio Douro, e é uma região onde se encontra muita vinha, pois encontra-se integrada na região demarcada do Douro.
Vista de Castelo Rodrigo para a zona do Douro e Figueira de Castelo Rodrigo
Ainda visitámos a Casa da Cisterna, que é um turismo rural em plena aldeia, propriedade de uma amiga do Pedro Pedrosa, e que tem condições espectaculares de alojamento.
Descemos por alcatrão para o parque de lazer de Castelo Rodrigo, onde almoçámos e aproveitámos para descansar um pouco.
Recordar é viver!
A seguir ao almoço passámos nas imediações da Serra da Marofa, onde efectuámos uma subida com bastante pedra solta para atrapalhar.
Depois dessa subida, iniciámos a parte mais interessante da etapa, pois os 12 km’s seguintes seriam quase sempre a descer até ao Rio Côa.
Raphael no início da longa descida para o Côa
De destacar duas descidas espectaculares, que nos encheram as medidas, uma com imensa pedra solta, muito técnica e algo perigosa, e outra muito pequena, mas com o piso em calçada.
Ricardo numa das melhores descidas de toda a GR22
Com esta bike até eu pareço que desço bem
O Ricardo na descida em calçada
Infelizmente a descida final para o Côa foi em alcatrão, mas a paisagem mais do que compensou esse facto.
O vale do Côa foi das partes mais impressionantes em termos paisagísticos de toda a GR22.
A descida final, em alcatrão, para o Côa
Aspecto do Vale do Côa
Aspecto do Vale do Côa
E não só, pois a seguir foram quase 4 km’s a subir, inicialmente em alcatrão (nem por isso mais fácil) e depois em estradão, tendo como envolvente os habituais blocos de granito.
O Sérgio, na longa subida após o Côa, com um andamento fortíssimo!
Reparem no detalhe do autógrafo do Gary Fisher na bike
Mais um bloco de granito, típico desta região
Após mais uns km’s de terreno plano, começámos lentamente a descer em estradão e depois terminámos num singletrack novamente com muita pedra solta e técnico.
A seguir a uma descida, vem sempre uma subida, e esta era também muito técnica, com pedra solta e sobre lajes de granito.
Simplesmente fabuloso!
O Ricardo e o Sérgio no final da descida e da subida
O Pedro Pedrosa, no final da mesma subida
À entrada da aldeia de Juízo, o Sérgio teve um furo, e após a sua reparação rumámos a Marialva, onde terminava a etapa.
No entanto ainda tivemos tempo para um encontro quase imediato com uma carroça, na aldeia de Gateira, pois o burro assustou-se com a nossa passagem.
Cá está ele, o burro e o seu feliz proprietário
Os km’s finais foram sempre a rolar, com excepção da subida final para a zona do Castelo de Marialva, que custou um bocado, dado o cansaço acumulado.
Infelizmente o Castelo estava fechado, pelo que não foi possível visitá-lo.
Aspecto da zona histórica de Marialva
Nesta etapa efectuámos horas extraordinárias, pois o alojamento era uns km’s fora da aldeia, e acabámos por ir de bike até lá.
Mas valeu a pena, dado que o jantar compensou, pois a proprietária do Turismo Rural, uma sra. alemã radicada em Portugal há 35 anos, preparou-nos uma refeição memorável em forno de lenha e regada com um bom tinto (anti-oxidante) da região.
O primeiro aspecto a destacar é o facto de o quadro ser XL, mas ainda assim a bike acaba por não ser demasiado grande para mim, que sou um utilizador de quadros de tamanho M.
O quadro é em alumínio, não demasiado pesado, equilibrado qb e transmite segurança e conforto.
A frente da bike é muito alta para aquilo a que estou habituado com a Spark, mas é muito estável e precisa a descer, sendo que a suspensão Manitou Minute é menos suave e progressiva que a Fox, mas ainda assim boa na absorção de impactos e a transmitir segurança e confiança.
O amortecedor é um Fox RP2, que tem três posições, bloqueado, aberto e o Pró-pedal (intermédio).
A posição bloqueado serve essencialmente para subidas e em alcatrão, sendo que mesmo assim bombeia um pouco, dado que não estava adaptado para o meu peso. O comportamento nesta posição não é de um quadro rígido, mas anda lá perto.
A posição aberto é essencialmente para descer, pois permite utilizar todo curso do amortecedor.
A posição de Pró-pedal é a intermédia, em que a reacção ocorre essencialmente com impactos de baixo para cima, sendo esta posição essencialmente para rolar, e descidas e subidas menos acentuadas.
O comportamento geral do amortecedor é boa, sendo que, como estou habituado ao da Spark, não estranho um ligeiro bombear na posição de fechado ou do Pró-pedal.
Em termos de desviadores, o LX à frente e o XTR atrás têm o comportamento de acordo com as expectativas.
Os travões, Avid Juicy 5, chegam perfeitamente para as encomendas, dão plena confiança em termos de travagem e não ficam a dever muito aos XT da Shimano, ou versões superiores da Avid.
Penso que a bike está essencialmente pensada para duas coisas, ser confortável e descer bem.
Com algumas alterações, principalmente ao nível da frente, seria uma óptima bike para maratonas.
Sem comentários:
Enviar um comentário