Dia 0 – As “Resfumegas” Samorenses…..
Tal como na primeira etapa do Geo Raid seguimos ao final da tarde de sexta-feira para o local da prova, juntamente com a dupla dos Scálabis-Pró Nuno Lima e Tiago Nunes.
Após o agradável jantar, que decorreu perto da Covilhã, numa pizzaria recomendada pelo Miguel Rato, seguimos rapidamente Serra acima até às Penhas da Saúde, para tratar das formalidades e assistir ao briefing.
No briefing fomos informados de que no dia seguinte a etapa seria efectuada de forma integral, sem o corte de 20 km’s do ano passado, dado que as condições atmosféricas este ano não eram tão desfavoráveis.Esse facto gerou alguma apreensão entre os participantes, dado que a prova seria assim bastante mais dura, dado que metade desses 20 km’s seriam a subir de Linhares até ao Jogo da Bola.
Conformados com a decisão da organização bastava-nos pedalar no dia seguinte e preparar a logística para essa etapa épica.
Tal como no ano passado ficámos alojados num dos chalets de montanha, com as duas equipas de Samora Correia que também participariam nesta aventura.
Devido a alguns problemas mecânicos com o meio de transporte, as duplas de Samora Correia chegaram um pouco mais tarde, pelo que já tínhamos preparado as coisas para o dia seguinte e ficámos a atormentá-los.
Mas acho que o efeito foi o contrário, pois nunca tinha visto tanta coisa em termos de nutrição desportiva, leia-se “resfumegas”.
Mas acho que o efeito foi o contrário, pois nunca tinha visto tanta coisa em termos de nutrição desportiva, leia-se “resfumegas”.
José "Bimbi" Carlos
Depois de preparar o produto, há que encher as granadas.....
Parecia que eles tinham assaltado uma loja da especialidade.
Almeida a inspeccionar os produtos vindos directamente de Samora
Acho que no dia seguinte a principal preocupação deles seria o que iriam tomar a seguir, dada a quantidade e diversidade de produtos.
O Almeida leva muito a sério a tarefa de investigador
Dia 1 – 120 km’s, 4.000 metros de desnível acumulado
Como é normal nestas circunstâncias acabei por não dormir tanto quanto gostaria e seria necessário, dado que não é possível levar a minha cama para os alojamentos destes eventos.
Mas talvez fosse da ansiedade e nervosismo.
Depois dos últimos pormenores seguimos para a grelha de partida.
Uma vez mais o Almeida passou o tempo a falar com o resto do pessoal que partiu connosco.
Eu fiquei em silêncio a aguardar o começo da aventura.
O início do percurso era igual ao ano passado e à nossa volta de Maio, no entanto, a meio da primeira descida passaram por nós os atletas da frente, a uma velocidade alucinante.
Na parte final dessa primeira descida veio a primeira contrariedade, com um furo na minha roda de trás.
Dado que o Almeida tinha decidido levar o MP3 para ir a ouvir música (deve-se ter fartado das minhas conversas) seguiu em bom ritmo, enquanto eu parado gritava para ele parar.
O resultado desta brincadeira foram cerca de 15 minutos parado, voltar à prova no final do pelotão e o resto da etapa com azia, pelo facto de a equipa ter falhado logo nos primeiros km’s de uma tão longa e exigente etapa.
O resultado desta brincadeira foram cerca de 15 minutos parado, voltar à prova no final do pelotão e o resto da etapa com azia, pelo facto de a equipa ter falhado logo nos primeiros km’s de uma tão longa e exigente etapa.
O Vale Glaciar de Manteigas
Esta parte inicial da etapa é espectacular pois podemos contemplar o Vale Glaciar de Manteigas. Numa das zonas novas que a etapa tinha, um singletrack muito técnico a descer, íamos tendo a segunda contrariedade, dado que tanto eu como o Almeida íamos mandando um tralho, pois o piso estava um pouco escorregadio, devido à areia solta sobre a pedra.
Como contrapartida desta descida, depois tivemos de subir em alcatrão, para depois fazer uma das descidas mais espectaculares de toda a etapa para a zona de São Gabriel, em Manteigas, em zona florestal, com bom piso e voltas de 180 graus, que quebram o ritmo.
Nesta parte ia dando mais uma queda, pois ia meio distraído e ia batendo contra um bloco enorme de pedra que estava meio dentro do estradão.
Com um início assim, começava a duvidar que chegasse ao final.
Depois de São Gabriel, voltavam as dificuldades, com uma subida longa de cerca de 6 km’s, com um início bastante duro, com algumas rampas inclinadas e o calor a começar a fazer mossa, e ainda não eram 10h da manhã.
Nesta subida segui num ritmo calmo, para tentar estabilizar, pois a etapa ainda estava muito longe do final.
Perto do final da subida apanhámos o Hugo e o Tiago de Samora Correia que seguiam num ritmo ainda mais calmo que o nosso.
Perto do final da subida apanhámos o Hugo e o Tiago de Samora Correia que seguiam num ritmo ainda mais calmo que o nosso.
O Vale Glaciar de Manteigas II
A descida seguinte que nos levaria à zona do Vale do Mondego era novamente muito rápida, sendo que o MP3 do Almeida voltou a fazer das suas, pelo que depois de me fartar de perguntar se o Almeida queria parar e não obter resposta, resolvi passar para a frente e meter um ritmo muito forte.
Esta zona trazia-me más recordações, pois no ano passado o José Carlos tinha caído nesta parte da etapa, pelo que segui com cuidados redobrados, mas sempre a abrir.
Na Sra. Da Assedasse optámos por não parar para abastecer de água, dado que levávamos os depósitos cheios com o objectivo de apenas parar em Linhares da Beira.
Essa táctica permitiu-nos ultrapassar uma quantidade razoável de duplas e principalmente o Tiago e o Nuno, que tinham optado por parar.
Uns metros mais à frente, no início da subida para o Jogo da Bola comecei a ouvir a chamar por mim, era o Nuno, pois o Almeida continuava a ouvir música.
O Tiago vinha uns metros mais atrás e o reinício das subidas para ele significavam o regressar dos problemas.
Antes de chegar ao Jogo da Bola (na primeira passagem) ainda tínhamos uma parte mais plana, onde passámos pelo José Carlos e o Sérgio que estavam também com um furo.
Na parte final da subida o Almeida começou a quebrar um pouco em termos de andamento, enquanto eu ia-me a sentir cada vez melhor.
Após a passagem no ponto de controlo, tínhamos uma parte mais plana e com algumas descidas, onde era possível meter um ritmo forte.
Numa das rectas longas, olhei para trás para ver a que distância vinha o Almeida e vi uma dupla a aproximar-se a grande velocidade.
Estranhei, pois nós devíamos estar na parte de trás da corrida e um andamento daqueles era do pessoal da frente.
Uns metros mais adiante tive a resposta, era o José Silva e Vítor Gamito que seguiam a uma velocidade estratosférica.
Apenas disse ao Almeida para não se picar com que aqueles meninos, que aquilo não era andamento para nós, não fosse ele resolver seguir na roda deles.
Almeida no final da 1ª etapa
A descida para Linhares era interessante essencialmente pela paisagem, que é de facto belíssima e a ver o pessoal do parapente que andavam a voar nos céus de Linhares da Beira.
Em Linhares fizemos a nossa paragem para reabastecimento, numa das fontes junto ao Castelo da aldeia.
Esta zona é muito porreira e lembrava-me desta aldeia da Rota das Aldeias Históricas, mas desta vez não teríamos direito a petisco numa Associação Local.
Desta vez seria mais gel energético…….se bem que um queijo da Serra e uns enchidos nesta altura não fossem má ideia de todo.
Vista sobre o Castelo de Linhares da Beira
Retomámos a prova, tendo ultrapassado mais um grupo grande de pessoal que estava parado nesta zona, o que nos dava mais motivação para a subida de 20 km’s que se seguiria e que eu já conhecia da Rota das Aldeias Históricas.
A saída de Linhares era em descida, primeiro em calçada e depois nuns singletracks com algumas zonas técnicas, muito porreiras, que nos obrigavam a seguir concentrados.
Nesta parte tivemos novo contratempo, pois um dos parafusos do porta-bidons do Almeida resolveu ficar por aquelas paragens.
Resultado: o Almeida atropelou o bidon que perdeu bastante água….
Lá resolvemos o problema e começamos a longa subida.
A primeira parte tem uns singletracks, com alguma pedra que são muito porreiros, mas rapidamente chegamos ao estradão, quase sempre desprotegidos em relação ao sol, que começava a apertar.
Esta subida para além de muito longa tem algumas partes onde a inclinação é bastante significativa, pelo que torna-se essencial gerir bem o esforço.
Após a passagem por uma antiga zona de exploração mineira, passou por nós o Sérgio num ritmo alucinante.
Ainda pensei que viesse a puxar o José Carlos pela Serra acima, mas nada disso.
O resultado foi uma bela penalização.
Por hoje já chega.....
O Almeida, fruto de um erro no abastecimento de Linhares, começava a ter pouca água, o que ia influenciando o andamento dele, pois começava a desidratar.
Felizmente havia um tanque de água uns km’s mais acima na Serra onde seria possível reabastecer de água, disse-lhe isso, para ele ficar mais descansado.
Nesse tanque estava reunido mais um pelotão de pessoal.
Nesta prova penso que encontrei mais pessoal parado do que a pedalar.
O Almeida encheu o depósito e eu aproveitar para molhar as pernas, que o calor ia apertando cada vez mais.
Penso que o tempo e a temperatura estavam praticamente iguais ao ano anterior.
Passámos na zona do Jogo da Bola, pelo que até à zona da Santinha, tínhamos uns km’s com inclinações mais suaves, para recuperar um pouco.
Esta zona também permite contemplar uma paisagem espectacular, a zona a oeste da Serra da Estrela, com Gouveia, Folgosinho, etc.
No início da subida para a Santinha, havia mais um abastecimento, dado que a fonte uns km’s mais acima estava inoperacional.
Começamos a longa e terrível subida para a Santinha, que é uma das mais difíceis que fiz na vida. Os primeiros km’s são complicados pela inclinação do terreno, sendo que à medida que a altitude vai aumentando, o piso vai ficando mais degradado, escavado da água das chuvas, pelo que nalgumas zonas a aderência é bastante precária, dificultando a nossa progressão.
A vegetação também vai diminuindo, pois começamos no meio de um bosque espectacular e acabamos numa zona perfeitamente inóspita, desprotegidos face ao vento e sol.
Segui na subida ao meu ritmo, pois queria tentar subir tudo em cima da bike, o que seria um desafio bastante grande.
Segui na subida ao meu ritmo, pois queria tentar subir tudo em cima da bike, o que seria um desafio bastante grande.
O Almeida seguiu uns metros mais atrás e na última rampa, para o marco geodésico que marca o final da subida, recolou e ainda desferiu um ataque, segundo ele para colar a mais uma dupla que seguia à nossa frente.
Seja meta ou partida, o Lima está sempre na linha da frente.....
A cumeada da Santinha é também paisagísticamente espectacular, pois vemos a zona do Vale do Mondego, onde anteriormente tínhamos passado, vemos a zona da Torre ainda com uns restos de neve e a zona das Penhas Douradas.
Na aproximação às Penhas Douradas tivemos mais uma situação, dado que numa zona tínhamos duas opções de percurso, sendo que eu teimava que o percurso era para um lado e o Almeida para o outro.
Seguimos pela minha opção, uma parede que teve de ser escalada à mão, e que fazia parte do percurso do ano anterior.
Uns metros mais adiante, voltámos atrás e seguimos pelo trilho correcto.
A passagem pelas Penhas Douradas marca o início da louca descida para Manteigas.
A primeira parte é em estradão, com curvas consecutivas de 180 graus, que é das partes mais divertidas e rápidas de toda a etapa.
Após a passagem da estrada Manteigas-Seia, passamos para uma calçada, que é brutal, pela inclinação e pela atenção que exige, pois uma queda nesta parte, a alta velocidade, deitaria tudo a perder.
Segui sempre à frente do Almeida, pois já tinha feito aquela parte do percurso 2 vezes pelo que não precisava de fazer navegação pelo GPS. Fazer a descida assim é muito mais divertido.
No último troço da descida, começo a tentar travar e o travão de trás tinha deixado de responder, devido a sobreaquecimento.
O Almeida também teve o mesmo problema, pelo que parecíamos uns tontinhos a tentar travar naquela calçada.
Felizmente o travão da frente ainda deu para evitar uma queda ou entrarmos na estrada principal completamente desgovernados.
Depois de voltarmos a reabastecer numa fonte em Manteigas, começamos a subida final, primeiro em alcatrão e depois em estradão, do lado direito do Vale Glaciar.
Na fase inicial da subida seguíamos sozinhos, com o Almeida a marcar um andamento forte. Ainda faltavam cerca de 10 km’s de subida pelo que passei para a frente e aos poucos fui baixando o andamento, para ver se chegávamos à meta em condições de fazer a etapa do dia seguinte.
A dupla do BTZ Mação-Bikezone Santarém, na última subida do 1º dia
Até à passagem do Zêzere e entrarmos no alcatrão, seguimos num ritmo mais calmo, pois o terreno cheio de gravilha dificulta um pouco a progressão.
No alcatrão passámos por mais algumas duplas, que tinham estourado fisicamente.
Não me vou esquecer de um dos atletas deitado junto a uma das fontes, ao sol, completamente “crashado”. O colega bem tentava fazer-lhe o “reset”, mas acho que ele já não tinha conserto.
Depois de pararmos nessa fonte para nos refrescarmos, seguimos direitos ao Covão da Ametade e depois em direcção a Piornos, onde começávamos a descer para a meta.Na última rampa, o Almeida ainda mandou mais um esticão para ultrapassarmos mais uma dupla que nos precedia.
A descida final foi feita a grande velocidade, sempre em alcatrão até às Penhas da Saúde.Após lavarmos as bikes e descansarmos um pouco aproveitámos o lanche fornecido pela organização e esperámos pelo resto do pessoal, já de estômago aconchegado.
O pessoal de Samora Correia não tardou muito, mas o Tiago e o Nuno tinham ficado retidos no último controlo, por problemas de comunicação da organização que não tinha avisado que a hora de fecho dos controlos tinha sido prolongada.
Em resultado disso e de o Tiago ter danificado a roda de trás da bike, eles chegaram após o fecho do controlo na meta.
Dado que o Tiago estava bastante cansado, optaram por não efectuar a 2ª etapa, pelo que depois do jantar rumaram a Santarém.
No briefing, após o jantar, o pessoal estava ainda mais apreensivo que na véspera, pois aquele dia tinha sido demolidor, com uma parte significativa das equipas a desistirem.
Aquele dia tinha sido dos mais duros que tinha enfrentado de bike.
Felizmente que apesar do cansaço sentia-me bem para o dia seguinte.
Depois de mais uma sessão de “resfumegas” do pessoal de Samora e de falarmos sobre a etapa do dia seguinte, lá fomos dormir.
Dia 2 - 90 km’s, 3.000 metros de desnível acumulado
A segunda etapa tinha menos 30 km’s que a do dia anterior e cerca de menos mil metros de desnível acumulado, mas com o cansaço acumulado, o calor e as subidas longas, estaria longe de ser um dia fácil.
Temia principalmente a última subida, de Leandres para a Malhada Alta e Piornos, que é capaz de ter sido a mais difícil que já fiz na vida.
E os furos, pelo que levei uma câmara-de-ar suplente extra, não fosse o diabo, ou as pedras tecê-las.
O início da etapa era a descer para a Covilhã, em alcatrão e depois em trilho, com algumas zonas a exigir mais atenção, pela pedra solta que existia no estradão.
Seguimos quase sempre com pessoal por perto até à zona da Aldeia do Carvalho, onde começavam as dificuldades dia, leia-se a primeira subida digna desse nome.
O início dessa subida era em alcatrão, mas com umas rampas bastante inclinadas.
Dado que o Almeida ia já em contenção, para gerir esforço, optei também por poupar as máquinas para o que se seguiria.
Depois de entrarmos na parte de trilho, tivemos de parar, para o Almeida dar ar ao pneu da frente, pelo que já estava a ver a repetição do dia anterior.
A dupla do BTZ Mação-Bikezone Santarém na partida do 2º dia
Mas desta vez pelo menos o Almeida não ia a ouvir música.
Esta subida torna-se mais suave à medida que vamos subindo em termos de altitude, pelo que disse isso ao Almeida, para ele ir mais descansado e não quebrar o andamento.
No início da descida para a aldeia de Verdelhos, numa parte com imensa pedra solta, cometi um erro grave, pois ia farto de ir atrás de 2 atletas do BTT Clube de Lisboa e passei-os a grande velocidade, por uma trajectória ainda com mais pedra.
O Almeida também os passou rapidamente, pelo que seguimos bastante depressa.
Uns metros mais adiante, comecei a sentir a traseira meio solta, tinha furado novamente.
Uma vez mais perdemos uns bons minutos a trocar a câmara-de-ar e caímos para a cauda do pelotão.
O Almeida ainda reclamou, quando a dupla que tínhamos ultrapassado passou por nós, a dizer que eles não tinham parado por terem furado, por terem sido mais conservadores.
A minha resposta foi: “pois, mas eu enquanto não furei, seguramente, diverti-me muito mais do que eles”.
Mais uma para a foto.....
A parte final da descida para Verdelhos já não tinha praticamente pedra, pelo que seguimos a alta velocidade.
Depois de passarmos o Zêzere, numa pequena ponte, parámos para reabastecer de água.
Seguimos por um estradão com imenso pó, onde era difícil seguir perto do resto do pessoal, que levantava uma autêntica nuvem.
Até passarmos em Vale da Amoreira ainda tivemos uma subida curta mas tramada, pois já há uns km’s que vínhamos a descer e portanto as pernas já não estavam habituadas a ter de pedalar muito.
A subida a seguir a Vale da Amoreira é espectacular e complicada, essencialmente por ser longa e por o calor ir apertando cada vez mais.
As primeiras rampas são bastante inclinadas, mas depois temos algumas zonas onde podemos descansar as pernas.
A partir de meio da subida, entramos num pinhal, pelo que vamos abrigados do sol e conseguimos ver bem ao fundo no vale, a aldeia onde tínhamos passado há pouco.
Nesta parte tive de abrandar algumas vezes o ritmo, para que o Almeida pudesse seguir de forma mais confortável.
A idade não perdoa……
- Almeida, não podemos fazer navegação, como habitual, sem GPS?
Na Quinta do Fragusto havia novo abastecimento, pelo que aproveitámos para reabastecer, por óleo na corrente e continuar a subida que nos levaria até ao Alto do Carrascal.
Nesta fase a subida era menos inclinada, mas em compensação o calor não facilitava nada a nossa vida.
Voltámos a circular perto do Rio Mondego, na margem oposta à do dia anterior, o que nos permitiu voltar a ver a saudosa zona da Santinha.
Começamos a descer para a zona de São Lourenço, que tem um bosque fabuloso, onde tínhamos passado na véspera em sentido inverso.
Descemos para São Gabriel pela subida do dia anterior e parámos junto ao Rio Zêzere para abastecer.
Nesse ponto de água estavam as 2 equipas de Samora, pelo que partimos juntos para a subida final.
Essa subida é um verdadeiro massacre de cerca de 15 km’s com um acumulado de cerca de 900 metros.
A parte inicial da subida é no meio de uma floresta que nos protege do sol, mas com umas rampas, em singletrack, de tirar o folêgo.
Seguimos junto do José Carlos que ia com um ritmo interessante para nós, apesar do Almeida por vezes parecer ir bastante cansado.
Algumas zonas desta subida, já a caminho do Poço do Inferno, estão alcatroadas, mas a inclinação não nos permite descansar.
Nem quero imaginar o que seria subir aquilo com o piso irregular que apanhamos logo ao início.
Tivemos de parar novamente, para voltar a encher o pneu da frente do Almeida, o que nos fez perder o contacto com o pessoal de Samora.
Na zona do Poço do Inferno estava o António Malvar, sentado à sombra, a perguntar se estava tudo bem.
Ainda pensei dizer-lhe se ele não preferia passar para minha bike para ver…….
Após abandonarmos o alcatrão, perto da Mata das Teixeiras, entramos numa zona muito complicada da subida, pois a vegetação começa a escassear, o calor aumenta para compensar isso e o trilho torna-se mais difícil, com areia solta que nos leva muitas vezes a derrapar.
Por vezes temos de dar duas pedaladas, uma para progredir e outra para nos equilibrarmos.
Nesta parte conseguimos aproximarmo-nos de mais umas duplas, pelo que voltámos a ganhar algum ânimo e seguimos em velocidade menos moderada para a Malhada Alta.
Na parte final do massacre, perdão, subida, começamos a ver o José Carlos, pelo que o Almeida ligou o modo de perseguição e seguimos em ritmo forte até aos Piornos, onde finalmente apanhamos o Sérgio e o José Carlos.
No início da descida para as Penhas da Saúde passámos por eles a velocidade elevada, mas eles colaram a nós e ainda tive de gritar para o Almeida moderar a velocidade pois o pneu da frente dele não estava em condições de seguir àquela velocidade, principalmente a curvar.
Neste tipo de provas, os mais velhos que deviam dar o exemplo em termos de ponderação, aqui parecia que eram os piores.
Seguimos juntos até ao final junto do Hotel das Penhas da Saúde.
No final da etapa, fiquei tremendamente aliviado, pois 2/3 da missão estava cumprida, pelo que finalmente deu para descomprimir.
Este fim-de-semana foi bastante complicado, pois o percurso era já de si duro, e as condições atmosféricas apenas vieram adicionar mais dificuldade.
Mas penso que a equipa saiu mais reforçada desta prova.
No final da prova ficámos classificados na 50ª posição, sendo que cerca de metade das 130 equipas que iniciaram a prova ficaram pelo caminho.Em termos de Troféu passámos, após a 2ª prova, a ocupar a 45ª posição.
Em final de Setembro teremos a 3ª e última etapa do Geo-Raid 2010.
3 comentários:
A malta de Samora é só bombas e mezinhas... eheheh. Se bem que tinha feito mais efeito um a boa feijoada no dia anterior.
Mesmo assim, bons resultados e principalmente Parabéns por terem chegado ao fim!
Abrç
DCB
Boas,
Excelente crónica até parece que estive lá...lol
Bem, é mais para dizer que aqui a malta de Sámóra diz rexemegas... refumegas é quando se visa a inalação de fumos nomeadamente.... e disso não nos podem acusar lol.... era td legal!!!
Para mais agora temos o apoio técnico-cientifico do Almeida!!!
Abr
HCordeiro
Os produtos foram produzidos pelo druide João Almeida que fornece o BTZ Mação e arredores!... eh!eh!eh!
Era só vê-los.
Um abraço
José Carlos
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