A edição revista e aumentada deste ano da mítica Rota dos Bandos prometia uma valente tareia e diversão (conforme a perspectiva) aos participantes.
O nosso objectivo passou por delinear um percurso com cerca de 3.000 metros de desnível acumulado, sem passar “muito” dos 110 km’s.
As semanas anteriores foram marcadas pela ansiedade, pela incerteza associada às condições atmosféricas que iríamos enfrentar e pelo desejo de que do ponto de vista organizativo e logístico tudo corresse da melhor forma possível.
Na semana do evento houve, como já esperávamos, algumas desistências de última hora, talvez por terem ficado amedrontados com o desafio que lhes havia sido proposto.
Ainda assim marcaram presença 19 “destemidos atletas”.
O amanhecer em Mação, sobre as nuvéns....
Para variar, à hora marcada toda a gente estava no local de partida, bem, quase toda a gente, que o Gonçalo voltou a atrasar-se, mas só o facto de ter marcado presença já foi digno de registo.Os primeiros 10 km’s não prometiam grandes dificuldades, sendo que para começar seguimos em direcção ao Paiafome, com uma boa descida em estradão.
Na subida do Paiafome para a Caldeirinha começaram as hostalidades e os problemas, pois logo no início tivemos os primeiros incidentes e as primeiras baixas no pelotão, com 2 desviadores traseiros a partirem.
Esta subida é um clássico das nossas voltas, pois permite-nos “meter” cerca de 150 metros de acumulado e é um excelente cartão de visita.
Vítor, depois de dominar nas descidas, tinha de voltar para trás para reagrupar....
Até à Carregueira tudo teria decorrido calmamente, não fosse o Almeida seguindo a tradição de quando pedala em Mação dar valentes quedas, resolver estatelar-se, após um voo digno de alguns jogadores de futebol.
O pelotão na estrada junto ao Pereiro, a caminho da Carregueira
O resto do pessoal esperou na Carregueira com direito a insultos de um velhote que passava, que dizia que no tempo dele é que era, c######!!!!!!.....
Recomendámos-lhe, educadamente, que seguisse a sua esposa que já levava uns metros de avanço a caminho da horta……onde poderia mostrar serviço.
A subida para a Aboboreira ditou mais uma baixa, pois o desviador do Gonçalo seguiu o exemplo dos X0 e foi desta para melhor. Só o facto de arrancarmos o Gonçalo à cama num sábado de manhã era uma coisa extraordinária, pelo que não abusámos da sorte e deixamo-lo ir para casa.
Entre a Carregueira e a Aboboreira
O Almeida armado em mecânico a tentar salvar o desviador traseiro da bike do Gonçalo.
Ainda bem que não foi o mecânico de São Miguel, que resolvia isto com umas marteladas....
Ainda bem que não foi o mecânico de São Miguel, que resolvia isto com umas marteladas....
Depois da Aboboreira, efectuámos uma subida inédita, a passar na zona do Chão de Burro e a dar acesso à zona de Chão de Codes onde finalmente iniciaríamos a primeira grande subida do dia.
Sérgio, um grande campeão que nos deu o prazer da sua companhia....
A subida deste ano do Bando de Codes era para mim a mais difícil de toda a volta, pois é constituída por rampas que se vão sucedendo, sem grande espaço de recuperação entre si.
Nesta longa subida o grupo foi ficando cada vez menos compacto, com os melhores trepadores a terem de esperar pelo resto do pessoal.
No entanto, quando se chega ao alto, a vista é magnífica e em meu entender compensa o esforço.
As primeiras rampas do Bando de Codes, com o João Nunes ainda bem disposto
Fase final da subida do Bando de Codes
Carlos Maia, um dos homens de Mação que marcou presença
Uma palavra: Classe
Palavras para quê......
Nuno Lima e Luís Mota....era só isto que era para subir???
´Finalmente uma foto do Brízida, desta vez para variar montado na bike...
Após a descida para o Castelo, começava a subida ao Bando de Santos, este ano na sua versão mais tradicional e com mais trilho negro do que seria desejável.
Ainda assim é uma subida complicada, principalmente pela sua extensão.
A subida foi feita na companhia do Velhinho, do Sérgio, do Hugo e do Almeida, que resolveram parar para meter óleo na corrente.
Foi um bocado constrangedor comparar a pulsação a que íamos efectuando a subida com a do Sérgio…….
No final da subida reagrupámos no miradouro do Bando, onde ficámos a saber que tinha ocorrido mais um incidente, desta vez com o Eduardo, que ficou um bocado maltratado, mas que felizmente em pouco tempo estará novamente operacional.
Nesta fase tememos pelo resto da volta, pois parecia estar amaldiçoada.
Não me lembro do que o Lima estava a explicar, mas deve ter a ver com alguma descida
O pessoal no Miradouro do Bando de Santos
César e Samuel a estudarem a táctica para o almoço.....que estas subidas eram fáceis
Depois dos irmãos Schlek na estrada, temos os irmãos Nunes no btt
Paisagem no Bando de Santos
Vítor, Velhinho, Carlos e Chefe de Fila
Descemos para o Parque de Merendas do Brejo, onde o almoço nos esperava.
Este ano, uma vez mais, o almoço foi preparado pelas esposas e namoradas de alguns dos nossos membros, pelo que fica aqui o agradecimento à Célia, Anita, Rita e Elsa, pois sem o seu esforço este passeio não teria sido possível.
No almoço juntaram-se a nós o Lucas e o Paulo Oliveira que tinham entretanto tido uma aventura em Mação e Abrantes para substituir os desviadores traseiros…….
Apenas direi que ficaram a conhecer o Justo e que em Alferrarede cometeram o crime de dizer que a Jorbi era uma marca espanhola………(mas essa aventura merecia uma crónica).....
Na preparação do almoço houve uma falha imperdoável, dado que ninguém tinha trazido o vinho, pelo que o Vítor e o Velhinho deslocaram-se em missão secreta ao Castelo….
Não vamos divulgar aqui os métodos usados para garantir o produto, mas foi uma aventura recheada de perigos……
João, Paulo Oliveira, César, Samuel e Lucas.
Esta equipa deu que fazer ao BTZ, para o ano têm de treinar menos
Esta equipa deu que fazer ao BTZ, para o ano têm de treinar menos
Após o almoço retomamos as pedaladas, descendo para a Aldeia d’Eiras e depois efectuando uma nova subida que nos levaria à Serra da Amêndoa.
Nesta serra é possível ver a subida preferida do Carlos Maia, que só falava na Serra de Santo António.
Esta subida ameaça tornar-se também um clássico.
Apesar de não ser muito dura, pois tem apenas 1 km, tem umas rampas no final que dão luta e no final podemos vislumbrar uma paisagem magnífica.
Nuno Lima no alto da Serra de Santo António
Almeida na chegada à Serra de Santo António
O Velhinho também tinha de ter direito a uma foto, com o Bando de Codes em fundo
Uma foto sem emplastros, no alto da Serra de Santo António
A descida para o Freixoeiro é espectacular, que o diga o Hugo, que com tanta velocidade teve um furo.
O único do dia, o que foi estranho, pois todos tínhamos levado uma câmara-de-ar extra para o Almeida.
Esta parte do percurso que nos leva às aldeias da Pracana Cimeira e Fundeira é muito porreira, com floresta, cursos de água e a própria ribeira da Pracana.
O Chefe de Fila ao chegarmos à Ribeira da Pracana teve um momento de inspiração, com a frase do dia: “Vamos fazer um minuto de silêncio, pois foi aqui que o Velhinho enterrou XXX mil euros”……
A subida da Pracana representava novamente o regresso às dificuldades, pois é não é muito longa, não tem um declive muito acentuado, mas é complicada.
Ao chegarmos à cumeada, voltámos a reagrupar o pelotão, e seguimos em direcção à Ladeira.
Velhinho, Brízida e Carlos Maia
Almeia e César à espera do resto do pessoal
A descida que nos leva às Termas da Ladeira é absolutamente brutal, pois permite andar rápido, sem grandes perigos de quedas e tem uma extensão aceitável.
Após a paragem das Termas, para reabastecimento líquido seguimos para uma das partes mais bonitas do percurso, que nos leva até ao Pego da Rainha.
Após a paragem das Termas, para reabastecimento líquido seguimos para uma das partes mais bonitas do percurso, que nos leva até ao Pego da Rainha.
Lima e João Nunes, no Pego da Rainha
Nesta parte o Samuel resolveu seguir sozinho na frente.
Acho que ele percebeu o nosso espírito, pois a determinada altura resolveu efectuar uma subida que não constava do programa.
A zona da Albufeira da Barragem da Pracana é fantástica, pela paisagem magnífica e pelo facto de o terreno ser mais ou menos plano.
Depois do Pego da Rainha, um dos mais interessantes sítios do concelho de Mação, começava novamente o tormento de alguns participantes, pois tínhamos mais uma subida terrível, para a eólica da Zimbreira.
O grupo de pessoal em mais uma paragem
Esta subida tinha um piso terrível, com imensa pedra solta, que dificultava a aderência.
Hoje em dia, está muito menos técnica, mas conserva a mística…..pois para fazer esta subida é preciso ser rijo.
No final da subida o Chefe de Fila tinha em posto em prática o seu plano secreto, pois resolveu seguir para a eólica…numa subida com uma inclinação muito significativa e com a aderência dificultada pela pedra solta……..Apenas o Nuno Lima o seguiu, pois o resto do pessoal ficou amedrontado com aquelas 2 paredes.
Tiago, olhando incrédulo para o Lima e o Chefe de Fila na subida à eólica da Zimbreira
Vista sobre a Barragem da Pracana
Aspecto da tal subida que o Lima e o Chefe de Fila subiram, parece fácil.....
Vista sobre a Barragem da Pracana
Aspecto da tal subida que o Lima e o Chefe de Fila subiram, parece fácil.....
Os Bandos vistos do Castelo Velho da Zimbreira
O Brízida achou que estava a ser uma volta fácil, pelo que resolveu fazer uns abdominais
O grupo a seguir os atletas na grande subida do dia
O grupo a seguir os atletas na grande subida do dia
Mas estes são os ainda mais rijos.....
A descida para a Zimbreira foi efectuada a alta velocidade, mas apenas para voltar a subir para a zona da Venda Nova, onde estava o último abastecimento do dia.
O último abastecimento voltou a ser responsabilidade da nossa equipa de logística (Célia, Anita, Rita e Elsa) e com a ajuda do Paulo Pires (não é o modelo e actor, mas sim um bom amigo).
O pelotão depois do abastecimento seguiu para o Vilar da Lapa, com uma passagem kamikaze do Chefe de Fila que levou o João Nunes a assustar-se e a cair.
Como brinde ainda tivemos uma subida técnica onde o pessoal todo passou com distinção.
Já na descida seguinte houve algum pessoal que andou a rebolar pelo chão, mas sem grandes consequências.
Do Vilar da Lapa ao Vale do Grou foi um instante, sendo que após o Lagar, começava mais uma subida, para o Furtado e Vale de Coelho.
Nesta subida houve pessoal que denotou algumas dificuldades, pois nesta fase já estávamos com 100 km’s de percurso e praticamente 3.000 metros de acumulado.
A volta aproximava-se do final, com a descida para a zona da Ponte dos 3 Arcos, onde se iniciaria a subida final.
Nesta fase a noite já tinha caído, pelo que quando começamos a subir para a Mantela, algum pessoal já levava as luzes ligadas.
Cerca de 11 horas após a partida chegámos finalmente ao Calvário, dando por finalizada a Rota dos Bandos 2010.
À nossa espera estava um dos grandes ausentes da edição deste ano, o Miguel Rato, que algum tempo antes havia fracturado um dedo.
Felizmente que ele se juntou ao pelotão para o jantar……
Gostava de deixar aqui um agradecimento a todos aqueles que nos deram o privilégio da sua companhia neste dia.
Um agradecimento também à Rita, à Célia, à Elsa, à Anita e ao Paulo, pois sem o seu contributo este dia não teria sido possível.
Para o ano haverá mais….
Quanto à maldição da Berlingo, um dia explicaremos a história....
9 comentários:
Com tantas fotografias e tão bem explicado até fiquei com a impressão de lá ter estado ! Obrigado e um abraço
Epááá´... só de ler fiquei completamente exausto também!
11 h de bike... com essas subidas todas?
Grandes malucos!
Canas, as paisagens são excelentes e já sabes que a secção dos mais fraquinhos do CBTT Trilhos da Leziria querem dar uma volta em Mação mas no relax... nada parecido com esta loucura!
Quaisquer 45-50kms e 2-3 subidas chega para rebentar com este pessoal mas queremos aproveitar estas magnificas paisagens.
Abrç e continuem com essas boas pedaladas
Daniel
(CBTT TL - Samora Correia)
Boas,
Foi literalmente um excelente dia passado em cima das bicicletas. Desde do percurso,à logística, principalmente pela companhia e paisagens excelentes foi tudo espectacular. Como diria o Zé Carlos "Bom Treino!".
Uma volta de BTT sem furos é como um jardim sem flores, mas eu a muito custo lá consegui estoirar um pneu...
Canas e Companhia podem começar a pensar no TransGeoQuest Mação-Aboboreira Raid UltraMegaHiperMaratona, que deve durar para ai mês e meio, por esses cabeços fora, isso é que era!
Abraço
HCordeiro
Um grande dia de BTT!
Para mais tarde recordar...
Considerar o meu desempenho como mediocre -, terminei a manhã no Hospital de Abrantes, mas prometo voltar em 2011 para a revanche!
Um abraço para todos os atletas!
Quero enviar um especial abraço ao amigo Vitor que foi uma inestimável ajuda para voltar à estrada.Vitor isto ficou uma maravilha com 8 pontinhos! não se nota quase nada!!
Viva pessoal, sem dúvida um dia muito bem passado.
Melhor que isto só se forem dois dias.
Abraço,
S.S.
sim senhor pessoal, isto é que é a "pura da lócura", eheheheh.
Temos que combinar uma passeata conjunta ai para os vossos lados, para ver se aqui o (meu) pessoal abre a pestana ou apanha um "empenozito",eheheheh.
Continuação de boas e valentes pedaladas, são os votos dos "mirones" assíduos do vosso blog: btt100stress.blogspot.com de TOMAR.
Um abraço ... 100Stress ...
Gaspar
Pois é...depois do empeno que apanhei o ano passado achei melhor partir um dedo para ter uma desculpa plausível a justificar a minha ausência....A verdade é que tive tanta pena de não poder pedalar com os meus amigos do BTZ Mação que não resisti a participar naquele que foi o maior desfio do dia...o Jantar!! Agora quero ver cm vai ser a deslocação deste grupo de malucos à grande Serra da Estrela onde já posso contar com um dedo semi-recuperado e muita "gana"...
Um Abraço, Miguel Rato
Foi de facto um grande dia de BTT, preparado da melhor forma possível pelo BTZ Mação.
É por termos amigos e convidados assim que continuamos a fazer estas organizações clandestinas para partilharmos os nossos trilhos e passarmos um dia diferente.
Quem sabe, se para o ano não lançamos um novo conceito associado a esta já mítica Rota dos Bandos. Mas para tal precisamos de malta rija para o testar.....
Quanto ao pessoal que nos quer visitar, para uma volta mais soft, temos de combinar isso, pois os nossos trilhos são espectaculares.
Um grande abraço a todos....
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