Desta vez a crónica do Portalegre 100 começa em Mação.
Isso deve-se ao facto de o Orlando ter sofrido os habituais problemas com os pneus na véspera da prova.
No entanto isso representou uma clara melhoria face ao ano anterior, pois a probabilidade de comprometer a Maratona baixou bastante.
Depois de uma viagem a Tomar para comprar um pneu, teve lugar a assistência técnica do BTZ Mação. Após trocas de câmara-de-ar e pneus durante uma boa meia hora, o Filipe finalmente descobriu que tinha pipo de tubeless. Lá vai de desmontar novamente o pneu, retirar a câmara-de-ar e colocar o tubeless.
Km 0
Após os atrasos habituais, lá chegámos a Portalegre.
Não me lembro de o pessoal de Mação conseguir chegar aos locais à hora marcada.
Rapidamente seguimos para o controlo 0, de forma a ocupar um bom lugar na grelha de partida. Felizmente que é por ordem de chegada e não dependente de treinos de qualificação.
Depois matámos o tempo que restava até às 9h a efectuar o aquecimento, dado que este ano até houve rolos patrocinados pelo “Coach” Almeida, a rever alguns amigos e conhecidos, etc.
100 km’s
Nos 100 km’s o BTZ Mação contava com o Velhinho, o Almeida, o Orlando e eu.
Este ano o percurso tinha alterações significativas face aos anos anteriores, dado que as maiores dificuldades estavam na parte final, com uma subida de cerca de 15 km’s para as famosíssimas antenas.
O início era relativamente semelhante com o trilho negro do IP2 e a subida para a Serra de São Mamede. Foram cerca de 15 km’s sem ver terra.
Em condições normais, isso seria um escândalo, cerca de 15% de uma maratona de btt em alcatrão, mas como é em Portalegre, e depois de pagar 38 € o pessoal parece que aceita tudo.
Apesar disso ver o IP2 cheio de bikes é algo que o público presente e os participantes não devem seguramente esquecer.
Perto do final da subida fui apanhado pelo Nuno Lima.
Tentei seguir na roda do Nuno, que estava em grande forma, mas na primeira descida perdi logo o contacto com ele, dado que enquanto o pessoal seguia todo em fila indiana pelo lado mais limpo do trilho, o Nuno seguia a toda a velocidade por cima de calhaus. Quem sabe, sabe…
Dado que as maiores dificuldades estavam reservadas para o final, tentei seguir rápido no falso plano alentejano, em estradões relativamente fáceis em zonas agrícolas.
Contudo verifiquei desde cedo que estava muito fraquinho e que o estado de forma comparativamente com o ano anterior era muito inferior.
Era terrível ver imenso pessoal a passar sem ter capacidade para seguir na roda de alguém.
O percurso depois da zona agrícola passava por zonas quase todas conhecidas, que foram feitas em anos anteriores no mesmo sentido ou no contrário.
Nesta parte passou por mim o Ricardo Madeira, que alegava ir em ritmo de treino para a Supertravessia, mas a uma velocidade apreciável.
Havia algumas partes muito interessantes, com singletracks (infelizmente não muito longos) e alguns trilhos bem porreiros, mas fiquei sinceramente com aquela sensação do percurso ser um bocado requentado.
Após o 2º abastecimento apanhei de novo o Nuno Lima, e pensei, das duas uma, ou eu estou com um ritmo do caraças ou o Nuno está fraquíssimo (como eu).
Logo percebi após inquirição, que era a 2ª hipótese. Fiquei um bocado triste, pois o Nuno estava numa forma física brutal, no entanto, em prova não conseguiu colocar aquilo que era capaz cá fora.
Seguimos juntos, tipo os desgraçadinhos que se vão amparando um ao outro. Penso que foi positivo para ambos, pois íamos puxando à vez e seguindo num ritmo confortável.
Nem mesmo alguns elementos femininos que passavam por nós eram factor motivador para aumentar o andamento. Estávamos nas lonas e ainda faltava a subida às antenas. Mas o melhor era nem pensar nisso.
No 3º abastecimento, resolvemos efectuar uma paragem mais longa para tentar recuperar um pouco.
Nesta fase ocorreu aquele que eu chamaria o momento do dia.
Em primeiro lugar o Velhinho chegou ao abastecimento uns momentos antes de voltarmos a arrancar. Mas calma, pois isso não é nada de muito relevante, pois o Velhinho é um campeão e só pecou por tardio ele conseguir apanhar-nos.
Em segundo lugar chegou lá uma miúda, que vai directamente para o nº 1 do top de mulheres mais jeitosas que eu vi a praticar btt (eu e elas). Uma loira que cumpria por larguíssima margem com todos os requisitos que um homem pode ter para categorizar uma mulher como fabulosa.
Ainda tentei apressar o Lima para seguirmos naquela roda. Vá-se lá saber porquê…
E ela tinha andamento, pois não demorámos muito a sair, e nunca mais a vimos.
Penso que ela não foi uma alucinação, pois acho que não estava assim tão mal.
O 3º abastecimento marcava o início do sofrimento, pois a grande subida estava a apenas a uns km’s dali. Antes ainda tínhamos uma subida chata e uma descida bastante porreira com uns cotovelos (curvas de 180 graus) que davam algum trabalho.
Finalmente chegávamos à subida para as antenas, que tinha uns 6 ou 7 km’s iniciais muito suaves, mas sempre a subir. Foi algures nesta fase que o Velhinho passou por nós, num ritmo certo mas bastante mais rápido que o meu e o do Lima.
Tive de chamar o Agostinho, dado que ele ia tão concentrado que nem me viu (ou não).
A subida na junção do percurso com os 50 km’s passou a ser mais complicada, pois a inclinação era maior e pelo cansaço acumulado. E o pior é que a subida era cada vez mais inclinada.
Numa dessas fases o Lima disse-me para seguir pois necessitava abrandar o ritmo para recuperar um pouco.
Ainda pensei que mais à frente o Lima conseguiria apanhar-me, dado que a descida final seria longa.
Na parte mais crítica da subida, após uma passagem por uma estrada de alcatrão, já ia completamente de rastos, mas continuava a passar por imenso pessoal, muitos deles já a pé.
Depois dessa parte tínhamos uns metros em alcatrão e para variar a descer, onde dava recuperar um pouco.Apesar disso o que se seguiu foi pouco edificante, dado que na subida final para as Antenas desmontei, pois começava a ficar com cãibras. Mas por pouco tempo, pois comecei a ver o Velhinho ao longe e resolvi tentar apanhá-lo.
Quando finalmente cheguei ao 4º e último abastecimento, não vi o Velhinho e fiquei intrigado, pois ele não ia muitos metros à minha frente.
Passado pouco tempo quando me preparava para arrancar vi-o a descansar deitadinho a uma sombra. Ele ainda acenou, mas resolvi seguir, pois era a oportunidade de ultrapassá-lo enquanto ele enchia o depósito.
A descida era complicada, pois não permitia descansar e nalguns pontos o percurso estava insuficientemente marcado, o que me fez seguir em frente numa zona algo perigosa.
Depois de uma parte de alcatrão, voltávamos a entrar em trilho e deu logo para perceber que a tal descida até ao final ainda teria alguns topos, que face ao meu estado físico seriam complicadíssimos.
A aproximação a Portalegre foi totalmente diferente dos anos anteriores, e penso que foi espectacular, com uns singletracks bem porreiros e com alguma exigência técnica.
Antes do final ainda consegui passar pelo nosso ódio de estimação aqui da região, que penosamente seguia a pé numa pequena subida.
Tive pena de não o ter ultrapassado 100 km’s antes, pois talvez me tivesse dado motivação, pois até a talega meti.
A tão ansiada chegada ao mítico jardim no centro de Portalegre marcou o final do sofrimento.
Ainda tive a consolação de levar um corta vento para casa no sorteio de material que havia no final. Nem tudo podia correr mal…
A minha classificação deste ano, foi consideravelmente pior que a do ano passado, e claramente não traduz as minhas capacidades.
Penso que sou capaz de fazer bastante pior.
O Orlando e o Almeida desta vez fizeram a prova numa perspectiva mais de lazer e talvez tenham feito a escolha certa, pois chegaram ao final como os outros e sem empenos.
50 km’s
Nos 50 km’s o BTZ Mação estava representado pelo Chefe de fila.
O resultado foi o que se esperava, com uma classificação nos 100 primeiros, pelo 2º ano consecutivo.
No entanto esse resultado poderia ter sido melhor, dado que não contente com a dureza do percurso, o Filipe ainda andou a circular numa pista de motocross.
Para além disso há a referir uma ultrapassagem à má fila do Seabra ao Chefe de Fila, que gerou bastante debate no final da prova.
Os outros:
Lima
Infelizmente não conseguiu ter a prestação que se esperava.
Tive pena que não tivesse conseguido alcançar os seus objectivos, mas sei que continuará a esforçar-se como poucos para melhorar.
Tiago
Na sua estreia no Portalegre demonstrou o valor que sabemos que tem, apesar de passar a maior parte do tempo a baixar as nossas expectativas e a dizer que não é capaz de fazer as coisas.
Terminou à porta dos 100 primeiros e para o ano ninguém o segura.
Sérgio, José Carlos e José Pereira
Tive pena que não tivessem terminado dentro dos 100 primeiros, pois pelo trabalho continuado que têm vindo a fazer mereciam uma boa classificação.São uns grandes amigos e merecem tudo de bom.
Ricardo Madeira
Para quem ia em ritmo de treino acabou bastante bem, mas o seu objectivo estava ainda a um mês de distância, pois acabou por fazer uma Supertravessia em bom nível.
Para o ano há mais……
1 comentário:
Para o ano há mais?!?!?!?!??
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