O raid dos reencontros
Este ano, resolvi efectuar o Raid do Oeste como preparação para as maratonas de final de época.
Acabou por ser um momento histórico, pois foi a primeira presença do jersey do BTZ Mação no pelotão das maratonas e afins.
Antes do início do Raid, verificaram-se alguns reencontros.
O primeiro foi com o pessoal de Santarém, pois desde final de Agosto, pouco antes da Rota das Aldeias Histórias que não andava nos trilhos com eles. Estiveram presentes o João Almeida (também do BTZ mas que se esqueceu do jersey), o Nuno Lima, o Tiago Nunes e o João Nunes.
Depois voltei a encontrar o Carlos Vitorino da Bikemaganize, que ainda se lembrava de mim do Selinda XL da Sertã.
Finalmente voltei a falar com o José Pereira, elemento da equipa das 24H de Monsanto, e com quem já não falava há algum tempo.
A prova começou com uma passagem junto às muralhas de Óbidos, contornando-as, descendo depois em direcção à zona da Lagoa de Óbidos.
O início do percurso era praticamente plano, com uns topos pequenos, mas que devido ao ritmo alto que se trazia acabavam por dar algum trabalho.
Após termos entrado no estradão, resolvi aumentar o ritmo, para ver se ganhava alguns lugares, pois o acumulado do raid não era muito alto e tinha algum receio do rendimento que teria na fase mais acidentada do percurso.
Até perto dos 20 km’s o raid não teve grandes motivos de interesse, pois o percurso era um pouco monótono.
Após o primeiro abastecimento, entrávamos finalmente na zona mais porreira do Raid, quer pela paisagem, quer pelos trilhos.
A paisagem junto à Lagoa de Óbidos é brutal, pois andamos literalmente junto à lagoa, e muitas vezes em singletrack, que são tecnicamente exigentes, mas por isso mesmo espectaculares.
Panorâmica sobre a Lagoa de Óbidos
Nesta fase integrei-me num grupo de pessoal que ia num ritmo altíssimo, o que dificultava a minha tarefa, pois ainda tinha muitos quilómetros pela frente e não sabia muito bem como reagiria lá mais para a frente.
Na separação dos 40 e 80 km’s grande parte do grupo cortou para a versão mais curta do raid, o que me deixou esclarecido quanto ao ritmo imposto e sozinho.
Depois da separação, começámos a abandonar a zona da Lagoa de Óbidos e a entrar na parte mais acidentada do percurso.
Nas subidas nunca fui muito à vontade, pois penso que o cansaço acumulado da Rota das Aldeias Históricas ainda se fazia sentir.
Pouco depois dos 40 km’s encontrei o Zé Pereira, pois tinha passado por ele no 2º abastecimento e ele alcançou-me pouco tempo depois. Nessa zona fui quase sempre à frente, pois era uma zona que tinha algumas descidas porreiras, com alguma exigência técnica.
Por volta dos 50 km’s começou o sofrimento, pois o percurso tinha uma subida em falso plano, bastante longa e onde eu apenas conseguia seguir na roda do Zé Pereira e de outro gajo, pois o ritmo era fortíssimo. Nesta altura só pedia para que a subida acabasse depressa, o que não veio a acontecer.
Em consequência disso fiquei quase de rastos à chegada ao último abastecimento, por volta do km 65, onde parei para encher o Camelbak e comer qualquer coisa, pois as barras ingeridas já não eram suficientes.
Ao tentar retomar a marcha, verifiquei que a corrente tinha saltado, o que fez com que o Zé Pereira saísse a toda a velocidade e eu tenha perdido o contacto com ele.
Depois de uma descida e algum terreno plano, apanhámos uma subida com uma inclinação brutal, com pouco menos de 1 km, para uma aldeia que felizmente desconheço o nome, e onde ainda consegui ver o Zé Pereira pela última vez antes do final. Mas nessa altura percebi que ele ia num ritmo diabólico, enquanto que eu nas subidas estava fraquinho, ou seja, com falta de treino nos Bandos.
A parte final voltou a ser feita a um ritmo bastante forte, pois apanhei a roda de um grupo, em que o pessoal ia todo picado (parece ser costume a malta da perna rapada ter esse comportamento nas maratonas).
A chegada a Óbidos era feita em sentido inverso dos estradões percorridos no início, quase sempre em plano.
O final do Raid era porreiro, pois era mesmo na entrada das muralhas de Óbidos e com um grande aparato.
Mesmo junto à meta estavam o Nuno Esteves e o Polho, dado que a Bikezone das Caldas era um dos principais patrocinadores do Raid e recrutou mão de obra em Santarém, não sei muito bem para fazer o quê.
Depois da chegada, mais um reencontro. Desta vez com o Ricardo Figueiredo que ficou em 4º lugar no Raid. Estive com o Zé Pereira e ele a falar da Rota das Aldeias Históricas e da necessidade de dar algum repouso ao organismo depois de um esforço daqueles.
Quanto ao almoço, após tanto tempo ainda não me consegui decidir sobre a melhor forma de o definir:
- opção a: fraquinho;
- opção b: uma vergonha;
- opção c: um escândalo;
Nem vou elaborar mais sobre esse assunto, pois não merece que se dê muito destaque.
Apenas acrescentarei que há passeios em Mação, onde por muito menos se come mais e principalmente muito melhor.
Provavelmente para o ano prefiro andar de bike em Santarém e almoçar em casa (onde não há más supresas).
O balanço final do Raid foi positivo, pois cheguei ao fim inteiro e sem problemas físicos ou mecânicos.
A classificação foi porreira, um 46º lugar em 239 participantes a 34 minutos do 1º classificado.
O Zé Pereira esteve em grande, pois fez 37 º lugar a menos de 30 minutos do 1º, e em cerca de 15 km’s deu-me cerca de 6 minutos.
O pessoal de Santarém teve um comportamento diferenciado, pois o Tiago e o João fizeram os 40 km’s, em 38º e 59º respectivamente.
Nos 80 km’s o João Almeida não terminou, pois o afilhado dele caiu e ele ficou a dar-lhe assistência. O Nuno Lima esteve muitos furos abaixo do que é costume, pois ficou em 145º lugar, fruto de ter chegado de férias.
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