terça-feira, 16 de setembro de 2008

Dia 7 – 6 de Setembro de 2008 – Piódão – Castelo Novo

88 km’s com 2.800 metros de desnível acumulado

O electrocardiograma final

O título desta etapa deve-se essencialmente ao facto de o gráfico de altimetria se assemelhar a um electrocardiograma, pois era um sobe e desce constante.
O desnível acumulado voltava a ser grande, com uma distância também significativa.

Na véspera, as previsões meteorológicas indicavam que não choveria, e que o tempo apresentaria melhorias significativas ao longo do dia.
Esta foi uma boa notícia, pois fazer as duas etapas mais difíceis de toda a Grande Rota com mau tempo seria complicar ainda mais o que já era bastante difícil.
A saída de Piódão

Pela manhã, o sol começava finalmente a vencer as nuvens, no meio das quais ainda pedalámos durante algum tempo.
Os primeiros 5 km’s eram a subir, quase até ao topo da Serra do Açor, nos 1.150 metros de altitude.

Pedro Pedrosa, o nosso guia com a Serra da Estrela em fundo

Parte dessa subida foi efectuada em alcatrão, não sendo por isso mais fácil.
Antes de descermos em alcatrão para a aldeia da Fórnea, percorremos alguns estradões que fizeram parte das antigas classificativas de Arganil do Rallye de Portugal.


O Pedro Pedrosa e o Sérgio em plena subida

O Ricardo, numa das fases mais complicadas da subida inicial

Depois de passarmos pelo Rio Ceira, que nasce nesta zona, começámos a subir na aldeia da Covanca, em alcatrão até uma nova zona de eólicas, de onde descemos a grande velocidade para a aldeia de Meãs onde era o primeiro abastecimento.

O Ricardo, aqui com um semblante mais feliz. Mal ele sabia o que ainda faltava para o final
O início da descida para a aldeia de Meãs

Esta descida teve duas partes, uma em trilho que foi espectacular, e outra parte em alcatrão, onde apanhei um grande susto, pois alcançámos velocidades superiores a 60 km/h, e numa curva mais apertada ainda andei um bocado na berma.
Por pouco, com uma distracção não colocava em causa a GR22.


Em Meãs começava mais uma longa subida, de cerca de 8 km’s, sem grandes inclinações, parte efectuada em alcatrão e parte em trilho. Passámos junto a São Jorge da Beira e na zona das Minas da Panasqueira.

As minas da Panasqueira em fundo

A seguir a uma subida, vem sempre uma descida, sendo que esta também tinha cerca de 8 km’s, até Dornelas do Zêzere, sendo parte em alcatrão e parte em trilho. Simplesmente espectacular, em estradões que permitiam abusar à vontade e com curvas encadeadas.
No final da descida até me doíam as mãos de tanto travar.

O almoço decorreu no Café/Discoteca Pérola do Zêzere e foi cortesia da Junta de Freguesia desta aldeia.


A esposa do Presidente da Junta em conversa connosco perguntou para onde seguiríamos a partir dali, e ficou surpresa quando o Pedro Pedrosa lhe falou na zona das eólicas. Ainda mais quando ele lhe disse que não era por alcatrão, mas sim por trilho, ao que ela classificou essa subida de velhaca.
Deu para nos rirmos um bocado.
Mal sabíamos nós o que nos esperava.

A passagem do Zêzere foi bastante porreira, mas logo a seguir começava a subida “velhaca”.

A passagem do Rio Zêzere

O Rio Zêzere

O início da subida "velhaca"

O início da subida era bastante suave, sem grandes dificuldades, mas após um pequeno troço em alcatrão, tínhamos um estradão, quase sempre a direito, ladeado por pinheiros, e com uma inclinação significativa, onde não se via o final.

O Rio Zêzere em fundo, na subida "velhaca"

Finalmente tínhamos percebido o conceito de velhaca, e já não nos rimos nada.

A minha parte preferida da subida "velhaca", um autêntico empeno

Depois de cruzarmos a estrada de alcatrão, entrávamos numa zona de eólicas numa cumeada, sempre a subir.

No final, foram cerca de 8 km’s a subir.

No alto do monte, com a Serra da Estrela envolta em núvens

Depois de uma descida vertiginosa, num eucaliptal, voltámos ao alcatrão e a subir, com a Serra da Estrela como pano de fundo, até entrarmos em nova cumeada, já em estradão.

Essa cumeada, com cerca de 10 km’s, que começava a subir para novo parque eólico, foi memorável, pois a partir daí, já com a Cova da Beira e Serra da Gardunha à vista, tivemos descidas rápidas e algumas subidas íngremes, sempre em bom piso.

Aspecto da cumeada que teríamos de efectuar

Vista sobre a Cova da Beira

A parte final da última cumeada

Eu, no início da descida para Partida

O Pedro Pedrosa e a Serra da Estrela, no início da descida para Partida

No final da cumeada, nova descida, com quase 6 km’s para a aldeia de Partida.
Foi mais uma descida espectacular, muito rápida, com algumas curvas complicadas.
Ao chegarmos à aldeia tivemos o último abastecimento e seguimos para aquilo que seria um final de etapa bem mais calmo, mas ainda faltavam um pouco mais de 20 km’s.

É de meter as mãos à cabeça. Ainda bem que faltava pouco.

Até o Sérgio, depois de evidenciar um andamento fortíssimo, já não sabia como estar


Até ao final, ainda tivemos uma subida muito curta, mas muito inclinada, antes de chegar a São Vicente da Beira.

O último empeno antes do final

Depois desta aldeia, foi apenas rolar até ao final, com passagem pelo Louriçal do Campo.
Finalmente estávamos em Castelo Novo, completando assim a Grande Rota das Aldeias Históricas.

Momento do dia:

A foto final do grupo, da esquerda para a direita: Filipa, Nuno, Ricardo, João, Sérgio, Pedro Pedrosa e Tiago.

Com esta última crónica dou por encerrado o relato da Grande Rota das Aldeias Históricas, ficando apenas a faltar um pequeno balanço da participação nesta aventura.

Nesse mesmo dia, o João Almeida completou com sucesso uma grande aventura, que é efectuar a Estrela na Estrela, que corresponde a efectuar as três principais subidas da Serra da Estrela de forma consecutiva.
Um grande feito, que será também ele relatado no blog.
Gostava aqui de deixar os parabéns ao João.

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito bem! Parabéns aos participantes, especialmente ao Canas e ao Sérgio! Grande coragem! Deu para ver que adoraram este experiência única! Os relatos e as fotos das voltas estão muito boas e dão-nos um pouco a ideia do espectáculo que foi esta aventura!

Grande abraço, Continuem...

do invejoso Daniel Brites (BTT Trilhos da Leziria)