domingo, 17 de maio de 2009

24H BTT Coruche - 7 de Março de 2008

9 meses depois da primeira prova de 24H, voltei a fazer uma prova deste tipo.
A convite do José Carlos, voltámos a reeditar a equipa de Monsanto (sem segundos sentidos) juntamente com o Sérgio e o José Pereira.
O pessoal de Santarém (Nuno Lima, João Almeida, Tiago Nunes, João Nunes e Miguel Rato) também fez uma equipa de 6 elementos que esteve em grande.
O infiltrado na equipa de Santarém (eu, o Miguel Rato, Nuno Lima e João Nunes)
Após as formalidades habituais com os dorsais e a montagem das tendas para a noite, foi tempo de preparar as bikes para fazer o reconhecimento ao percurso.

Antes disso o Zé Carlos foi entrevistado pela SportTV.
Se calhar estavam à espera que déssemos nas vistas.
José Carlos a sair da Praça de Touros, com uma garra impressionante. Só faltava ser levado em ombros.
O reconhecimento dos 8 km’s foi feito em ritmo bastante calmo, mas deu logo para ver algumas das especificidades que o Tiago Nunes me tinha indicado.
Duas das descidas eram brutais, XC puro. Havia dois locais onde era necessário fazer pedestre, uma subida em calçada muito porreira e um singletrack de alto nível. Mas já lá vamos.

José Pereira no 1º singletrack, dá para ficar com uma ideia da espectacularidade do trilho

A partida prevista para 12h acabou por ser adiada para as 14h, reflectindo a inexperiência da organização neste tipo de eventos.
Felizmente consegui convencer o José Carlos a ser o 2º a ir para a pista, logo a seguir ao Sérgio.
A estratégia passava por fazer 2 voltas em cada turno de condução, pois as voltas eram relativamente curtas (um pouco abaixo dos 30 minutos, para os bttistas mortais).

Nuno Lima no início de mais uma volta

Assim já perto das 15h fiz as minhas 2 primeiras voltas, sempre ao ritmo máximo, que no meu caso é relativamente devagar, quando comparado com os campeões da minha equipa.
Nestes primeiros turnos guardo na memória a subida da calçada que era feita sempre a fundo, mas com o piso um bocado molhado, o que dificultava a aderência e de ver o Vítor Gamito sentado a ver o pessoal a passar.
José Pereira na subida em calçada

Depois de mim entraram em prova o José Carlos e o José Pereira.

As incidências começaram já com a noite a chegar, pois o Sérgio que me antecedia, foi novamente atacado pelo Síndrome de Samora Correia, o que se traduziu numa ida para as boxes para repouso, pois não se sentia muito bem.
Nessa altura estava à conversa com o Ricardo Madeira que também participava em conjunto com o Gonçalo Linhan de Évora.


João Almeida em ritmo descontraído

As minhas primeiras voltas à noite foram uma complicação, pois faltava o hábito de lidar com a falta de iluminação.
O resultado foi uma ida ao tapete numa das descidas mais técnicas. Foi um dos momentos mais complicados da prova, pois quando me encontrava em pleno voo lembrei-me do que passei após a luxação no ombro.
Felizmente a aterragem correu bem, mas serviu de lição para não me por a curvar em zonas de areia e principalmente a descer.

O Marreta no singletrack

Das duas experiências que tive em provas de 24H, a noite acabou sempre por ser inesquecível.
Num dos turnos da noite fui apanhado logo no início da 1ª volta pela Campeã Nacional de XC Sandra Araújo. Resolvi tentar segui-la.
Nas descidas isso era uma tarefa impossível, pois nunca tinha visto uma mulher a voar daquela maneira e ainda por cima à noite. Gostava de ter visto o Lima ou o Tiago a descer na roda dela, ou ao contrário.
Nessa fase de perseguição, num dos singletracks a descer (junto ao Hotel), ia mandando um tralho dos diabos. O público presente, já estava a festejar a queda quando eu me consegui equilibrar e evitar a queda. À desilusão do público respondi com um simples: “Falso alarme”.
O que perdia para ela nas descidas conseguia recuperar nas subidas e no terreno plano, o que me deixou bastante surpreendido.
Havia 2 hipóteses, ou ela ia a fazer cicloturismo ou eu estava com ritmo alucinante.

A esta distância sou mais inclinado para a 1 opção, pois no final desse turno, fui à marquesa para me fazerem uma massagem nas pernas, que o ácido lácteo já começava a fazer mossa.


O Marreta a posar para a foto

O facto de a prova se disputar literalmente dentro da cidade, criou um ambiente único durante a noite, pois o público esteve sempre presente na principal descida do percurso. É Impressionante passar lá às 3 da manhã e ter o pessoal, com fogueiras para se aquecerem, a apoiar os atletas. Simplesmente brutal e único.

Depois de mais um turno da noite (leiam-se 2 voltas de btt), voltei às massagens, pois estavam incluídas no preço da inscrição e desde a Maratona da Póvoa do Varzim de 2008 que fiquei consciente dos benefícios que as massagens proporcionam em termos de recuperação física.
Gostava de deixar aqui um agradecimento à equipa de massagens do Mário Gamito, sem eles acho que não teria conseguido terminar a prova.

Nesta 2ª incursão pelas massagens tive a companhia do João Almeida e do José Carlos.
No final da massagem o Zé Carlos estava ferrado a dormir, o que levou o outro massagista a dizer que o colega o tinha morto.
Os massagistas até já estavam a discutir a possibilidade de deixar uma manta por cima dele para que pudesse ficar a dormir descansado. Mas depois o Zé Carlos lá acordou de repente, completamente desorientado.

Com o nascer do dia, a equipa teve mais uma baixa, pois o José Carlos deu uma valente queda ao final da noite na última descida do percurso.
Com a passagem do pessoal tinha-se aberto uma cratera logo a seguir a um drop.
A organização deveria ter colocado lá alguém com iluminação para que se pudesse evitar as quedas.

Ao nascer do dia, o Tiago Nunes passou-me no decurso de mais uma volta que estava a realizar.
Tentei seguir na roda dele, mas foi tremendamente difícil, pois ele a descer era fortíssimo e no plano e a subir o desgaste já não me permitia andar a fundo.

Esta foi talvez a altura mais complicada da prova, pois ficámos reduzidos a apenas duas pessoas, o José Pereira e eu.
Felizmente o Sérgio ainda conseguiu dar uma volta para dar algum descanso ao resto da equipa.

Durante a manhã tivemos a visita do pessoal de Samora Correia, o que até deu jeito, pois furei à entrada da Praça de Touros, na passagem de um passeio.
O Brites estava à entrada com vontade de dar uma volta ao percurso e assim foi.

O Marreta no final da subida da Azinhaga das Bruxas

Já num dos últimos turnos, fui apanhado na subida da Azinhaga das Bruxas pelo Rodolfo Dias (que corre pela Bikezone Santarém), que na altura já estava em segundo lugar da classificação a solo. Ainda tentei puxar por ele para lhe dar algum ânimo, mas ele já ia muito cansado. Colado à roda dele ia o crónico primeiro classificado deste tipo de prova, o Ricardo Melo, que tinha 2 voltas de avanço.
Como nessa altura até me ia a sentir relativamente bem, resolvi fazer marcação cerrada ao duo da frente.
Nas descidas técnicas deixava-os para trás, não apenas porque não queria influenciar a decisão do vencedor, mas principalmente porque dava um gozo tremendo fazer as duas descidas a fundo.
Com a passagem dos participantes tinha-se escavado uma trajectória nas descidas, sendo que bastava colocar as rodas nesse sulco e deixar ir a bike. Para o final das 24H já nem me importava de fazer mais voltas pelo facto de poder desfrutar daquelas descidas.
No final de uma das descidas segui durante alguns metros na frente do duo da frente da prova a solo, o que levou o Rodolfo a dizer-me para seguir assim, para ter uma roda. Ainda fiz 2 voltas desta forma, mas depois passei a vez ao José Pereira e o Rodolfo resolveu encostar.

Desta vez coube-me a mim encerrar a nossa participação nas 24H.
No decurso dessa volta encontrei o Ricardo Basílio que estava a encerrar a participação da outra equipa dos Trilhos da Lezíria (composta pelo Ricardo, o Sousa, o Hélder e o Armadilhas do Ginásio). Resolvemos ir juntos até ao final, mas novamente junto à Praça de Touros voltei a furar, pelo que consegui passar a linha de meta com a bike à mão. O destaque à chegada só não foi maior, pelo facto de um gajo ter mandado um espalho mesmo à minha frente.

O Balanço final:

Em termos classificativos esta prova correu muito pior que as 24H de Monsanto, fruto das baixas que fomos tendo na equipa, mas principalmente por a organização ter agregado na mesma categoria as equipas de 4 e 6 elementos. É quase a mesma coisa que fazer uma classificação conjunta para participantes a solo e de equipas de 2. Ao que parece isso deveu-se ao facto de o valor dos prémios monetários não ser muito significativo.
O que é estranho é que durante a noite a organização tenha deixado um ponto de controlo sem vigilância, o que levou a que algumas pessoas atalhassem, poupando cerca de 1,5 km’s. Não quero acusar ninguém pois não estávamos nessa guerra, mas é estranho que não tenham sido publicados os tempos por volta dos atletas e equipas. Provavelmente seria estranho que algumas equipas tivessem tempos muito mais baixos à noite que durante o dia.

O percurso tinha alguns aspectos a rever. Nomeadamente o excesso de alcatrão (difícil de evitar por a prova se disputar dentro da cidade) e duas zonas onde era necessário desmontar pois o piso não permitia pedalar.
As subidas eram duras, quer a Azinhaga das Bruxas, quer a subida em calçada. Muitos acharam-nas excessivas para uma prova de 24H, mas era igual para todos. As subidas eram exigentes, mas se fossem feitas de forma mais tranquila não causavam tanto dano.
As descidas eram o ponto forte do circuito, com duas delas a ficarem para sempre na memória.
O singletrack junto á Escola era espectacular e muito técnico e é pena que fosse tão curto.


José Carlos fortíssimo no Singletrack da Escola de Coruche


Em termos de organização as coisas estiveram relativamente bem, não fossem as questões acima indicadas.

Esta prova de 24H marcou, infelzimente, um ponto de viragem nas minhas participações neste tipo de prova.
A próxima que disputar será a solo.

Nestas 24H tivemos o apoio do Sr. Fernando e do seu filho que nos deram uma ajuda inestimável.

Gostava finalmente de agradecer ao José Carlos, José Pereira e Sérgio pela companhia, pelo convite e pelos momentos passados em conjunto nestas duas provas de 24H.



Desculpa José Carlos, mas esta foto tinha de ser publicada. Acho que é a melhor foto de todas as 24 H.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Maratona Alpiarça - 1 de Março de 2009


Este ano a Maratona dos Águias de Alpiarça passou de Maio para Março.
Isso até acabou por ser positivo, pois assim passou a constar do calendário de preparação para o Portalegre, mas fez com que este ano não estivessem presentes algumas das estrelas do BTT Nacional, como o Marco Sousa, João Marinho e José Silva.


João Almeida na subida mais interessante do percurso

A Maratona tinha de cerca de 90km’s com um acumulado não muito significativo, adequado para a altura do ano.
O percurso mantinha a lógica de fazer duas voltas a um circuito com cerca de 40 km’s, mas tinha algumas alterações face ao passado. O meu desconhecimento de algumas das zonas onde passámos acabou por ter um impacto negativo na minha prestação.

O grupo de pessoal presente era o João Almeida, o Nuno Lima, o Tiago Nunes, o João Nunes e eu.
A partida foi feita junto à sede dos Águias de Alpiarça, seguindo depois por alcatrão até à partida efectiva, no Casalinho, quando finalmente entrámos no trilho.

O percurso por ser rápido permitia rolar rápido, sendo que rapidamente fiquei para trás em relação ao resto do pessoal, que saíram fortíssimo.

João Almeida posando para a foto

Por volta dos 20 km’s consegui apanhar os irmãos Nunes e o João Almeida, que iam num bom ritmo.
Numa das subidas mais complicadas do percurso, logo a seguir ao 1º abastecimento, passei pelo o Nuno Lima que tinha tido um furo, que o levaria mais à frente a optar por fazer apenas a Meia Maratona.
Nessa subida fiquei com o João Almeida e com um miúdo de Alpiarça, praticante de Triatlo e que apenas tem 16 anos. Seguimos juntos na zona mais plana do percurso na zona da Vale da Lama, sempre a bom ritmo.Para evitar a passagem de um areal enorme (quase que parece uma praia e feito a descer é espectacular) a organização alterou o percurso do ano anterior, passando numa subida mais fácil em termos de piso, mas com maior inclinação.
Nessa subida fiquei sozinho com o triatleta. O miúdo resolveu adoptar a postura de sombra, pois seguiu durante cerca de 30 km’s na roda.

Eu e o Triatleta, o miúdo tem futuro e não me estou a referir a mim

Na parte final do percurso resolvi tentar aumentar o ritmo, e na última subida o miúdo ficou para trás. Ele devia começar a fazer uns treinos nos Bandos.
No entanto a ligação para a zona de chegada era desconhecida para mim, pelo que cometi um erro num cruzamento, pois as marcações eram um bocado duvidosas. Como consequência fui ultrapassado por algum pessoal, incluindo o miúdo do triatlo, mas principalmente por uma miúda de 13 anos, também triatleta de Alpiarça.
Foi um bocado triste ser passado por pessoal que tem metade da minha idade, mas nota-se que eles têm treino a sério.

Em termos de classificação as coisas até nem correram mal e o João Almeida e o Tiago chegaram logo a seguir a mim. O João Nunes tinha também optado pela Meia-Maratona.

Mação - 22 de Fevereiro de 2009

Em Fevereiro voltei a Mação para mais uma volta, que seria preparatória para a Grande Volta de Páscoa que pensávamos organizar em Mação, após um desafio do João Almeida.
Estiveram presentes o Chefe de Fila, o Velhinho, o Homem do Norte e eu.
A volta incluiu passagem pelo Bando de Santos e pelo Frei João onde conhecemos uma personagem que irá dar que falar no futuro, dada a sua tenra idade.
Irão ficar para a posteridade frases como: “chamar-me escaravelho é um dos maiores elogios que me podem fazer” e especialmente “não quero ser como os gajos de Lisboa, que andam magros, só a pensar nas gajas, aqui com esta barriguinha é que é”.


O Homem do Norte numa pequena pausa

Depois passámos na Sanguinheira e Gargantada a caminho da mítica subida da Serra de Santo António.


O Velhinho apanhado num pequeno momento de repouso

Após uma ligeira paragem para observar a paisagem, junto à pequena capela, descemos vertiginosamente em direcção à Ribeira da Pracana e à aldeia da Pracana Fundeira.

Na Pracana Fundeira

Voltámos novamente a subir, desta vez para a zona da Capela, a caminho da praia fluvial do Carvoeiro.

O Chefe de Fila nas suas intermináveis paragens para reabastecimento

A volta terminou com passagem por Vale da Mua, Vale de Grou, Fadagosa e Mação, com um misto de trilho e alcatrão que já se estava a fazer tarde.

Ao longe o Bando de Santos