domingo, 28 de novembro de 2010


Geo Raid Montalegre - 25 e 26 de Setembro 2010


Finalmente chegava a última etapa do Geo Raid.
Este ano o Team BTZ Mação/Bikezone Santarém tinha apontado este Troféu como o principal objectivo da temporada (eu pelo menos), pelo que nos deslocámos a Montalegre com o principal objectivo de nos convertermos em Finishers deste Troféu.

O Team BTZ Mação à partida para a última prova do Geo Raid

A viagem para o Norte desta vez foi diferente do habitual, dado que fui com a outra equipa de Santarém, os Ribatexas Riders, constituída pelo João Nunes e Miguel Rato (aka Dr. Mouse).
Desde as míticas viagens do BTZ Mação com o Velhinho e o Chefe de Fila que não me ria tanto, excepto na parte em que andamos a conhecer os atalhos do Dr. Mouse……
À chegada a Montalegre tivemos de parar numa operação stop da GNR. Parecia que estavam com medo dos forasteiros que invadiriam Montalegre nesse fim de semana.
Depois dos habituais formalismos e de colocarmos as bikes prontas para acção, ainda ficamos à espera do Almeida, que chegaria um pouco mais tarde.
Nesta prova ainda participavam o José Carlos com o Manuel Melo (de Chaves, dado que o Sérgio não podia estar presente) e o Tozé Palma com o José Pereira.


Dia 1 - 108 km’s com 3.500 metros de acumulado

Carlos Maia na grelha de partida

Apesar de estarmos em Setembro, o dia amanheceu bastante frio, a lembrar-nos de que estávamos bem no Norte do país e a cerca de 800 metros de altitude.
Antes de partirmos ainda estivemos à conversa com o Carlos Maia, da BTTrupe do Pereiro, que saía no nosso grupo.
Saímos no ritmo habitual, não muito forte, para ver se aquecíamos e apanhávamos um bom ritmo de prova.

Como é habitual, o Coach a dar a táctica para a etapa

A primeira parte da prova era tendencialmente a descer, em direcção Norte de Montalegre.
Antes das primeiras aldeias passaram por nós os atletas da frente, com a equipa do Luís Leão Pinto isolada na frente. Pareceu-nos estranho, dado que habitualmente passava um autêntico comboio de pessoal na frente.
Na primeira subida mais longa e complicada do dia, que nos levaria para a Galiza, na zona de Travassos, começámos a aumentar o ritmo de prova. Apesar disso perto do final da subida o José Pereira e o Tozé Palma apanharam-nos pela primeira vez.

Ainda há pessoal que faz a prova e com nota artística

Na descida que se seguiu, continuámos obviamente a aumentar o ritmo, pois o nível de dificuldade era agora menor.
Após uma fase de alcatrão entrámos nas primeiras aldeias galegas (Vilar e Randín), e que nos levariam à subida mais complicada do dia, após passarmos na aldeia de Tourém, já em território nacional.

José Pereira no regresso ao território nacional

Nessa altura apanhamos o José Pereira e o Tozé Palma, pelo que seguimos juntos. A subida começava com um singletrack complicado pela inclinação do terreno e por algumas zonas mais técnicas, mas depois era quase só estradão.
As inclinações nalguns pontos desta subida eram bastante significativas, pelo que seguíamos relativamente devagar. A parte final da subida levava-nos a um planalto onde era possível rolar a alta velocidade.

Palavras para quê....Ribatexas Raiders!!!!!!

O Almeida seguia na frente, e de repente, numa zona mais rápida, vejo-o desaparecer no vazio. Não tive tempo de reacção, pois apenas tive tempo de tentar aterrar o melhor possível numa cratera enorme que havia no estradão. Tentei avisar o pessoal que vinha atrás, pois alguém que viesse mais distraído podia terminar ali a etapa.

É por coisas destas que eu não fico em casa.....

Esta parte do percurso foi espectacular, a descer para Pitões de Júnias, a altíssima velocidade, mesmo em zonas com imensa pedra solta. Nesta aldeia parámos para reabastecer de água, naquela que seria a única paragem prevista para o dia, por volta do km 60.

Na segunda parte da etapa começaram os nossos problemas com os pneumáticos, dado que após uma fase longa de alcatrão o Almeida teve de parar pela primeira vez.
Quando reentrámos no trilho continuámos a descida que nos levaria para zona da Albufeira da Barragem de Paradela, sempre de forma rápida.
A descida final para Outeiro foi um pouco mais técnica, com pedra solta e depois em calçada. O Almeida resolveu fazer uma Barbosada (private joke), com o repórter da Bikemagazine.

João Almeida no decurso da 1ª etapa

Depois de passarmos na aldeia, seguíamos para a zona da Barragem, numa zona com umas subidas curtas mas com grande inclinação e uma descida técnica para um trilho fabuloso, com um bosque na fase inicial e terreno rochoso na parte final.
A visão que se tinha da Serra do Gerês era magnífica.
Nesta parte os pneumáticos do Almeida voltaram a dar problemas, pelo que tivemos de fazer uma paragem mais longa para resolvê-los.

Tózé Palma e José Pereira numa das partes técnicas do percurso

A paragem permitiu-nos descansar para a subida que se seguiria, novamente para a aldeia de Outeiro, com uma inclinação bastante razoável e um pouco longa.
Perto do final da subida estava uma senhora alemã sentada numa cadeira e uma mesa ao lado com refrigerantes e afins. Obviamente que era para vender………

João Nunes na aldeia de Outeiro

Seguimos novamente para alcatrão para aquela que seria para mim a subida mais tramada do dia.
Foi pelo menos a única altura do dia em que senti algum calor.
O início tinha uma inclinação muito significativa e a aderência não era a melhor, pelo que segui no modo pedestre durante algum tempo. Após conseguir novamente pedalar, seguimos para a aldeia de Loivos, onde o Almeida perguntou a uma senhora autóctone se ainda tinha almoço para nós.
A coitada da velhota ficou escandalizada, pois eram 3 da tarde e ainda não tínhamos almoçado.

Dr. Mouse desta vez em grande estilo

Seguimos novamente por alcatrão numa longa descida para a Ponte dos Galegos que nos levaria à última subida do dia, que seria, para variar, longa.
No início desta subida para Ourigo seguimos com mais um grupo de pessoal, mas que rapidamente deixamos para trás, apesar de ir em quebra física (provavelmente por insuficiente alimentação).
O Almeida começou a tentar puxar por mim, mas como resposta teve a frase do dia: “Um Homem não é de ferro”……

Este sim, é de Ferro, em Samora Correia os Velhinhos são rijos como o #######

A meio da subida, que em parte era feita no meio de arbustos e giestas, finalmente comecei a sentir-me melhor, pelo que nos picámos com mais uma dupla que tinha passado por nós e seguimos num ritmo mais consentâneo com o BTZ.
Perto do final da subida passámos pelo casal Remígio, algo que nunca tínhamos conseguido Após passarmos numa floresta espectacular atacámos as últimas rampas sempre a fundo, para ver se no final conseguíamos melhorar a nossa posição.

No final da última subida do 1º dia, com um cenário espectacular

A descida para Montalegre foi feita a alta velocidade, sempre em estradão largo e com piso regular.
A chegada à meta foi um alívio, pois 5/6 do trabalho estava feito.

Team BTZ Mação Bikezone Santarém no final da 1ª etapa

Ficámos depois à conversa com o José Carlos, José Pereira e Tozé Palma, enquanto os Ribatexas Raiders não chegavam.
Estava com imensa curiosidade como é que eles se sairiam numa aventura destas.
Não demoraram muito a chegar, e não deram parte de fracos.

Isto não é forma dos Ribatexas Raiders terminarem uma etapa.....
Ainda estivemos à conversa com o João Marinho a quem o dia não tinha corrido bem.

Dia 2 - 65 km’s com 2.000 metros de acumulado

Finishers?

Hoje era o dia em que nos tornaríamos Finishers do Geo Raid, ou não.
Novamente a manhã estava fria, pelo que o melhor que havia para fazer era mandar uma queda. Felizmente que a prova ainda não tinha começado, mas passar por cima do guiador e aterrar no alcatrão não é agradável. Depois de colocar o resto do pessoal a rir, lá seguimos para a partida.

Saímos a descer, o que me deixou literalmente congelado, pois estava um frio nada habitual para os nossos lados nesta altura do ano.
A primeira subida do dia, para Fragas, era complicada, com umas rampas iniciais inclinadas, onde fomos passados pelo pessoal da frente. O que mais me impressionou foi o Luís Leão Pinto passar por nós num ritmo fortíssimo, e como se nada se passasse.

Na subida para o Larouco

Após esse primeiro choque seguimos no meio de mato, num caminho que devia ter sido aberto especialmente para esta prova, pois na maior parte do tempo nem se via o chão.
Depois de uma nova descida, para Padroso, passámos em Padronelos, onde se iniciava a tão ansiada subida ao Larouco (o terceiro ponto mais alto de Portugal Continental).
O início da subida em calçada tinha uma inclinação terrível, onde algum pessoal desmontou, pelo que resolvi meter um ritmo mais calmo para não gastar logo os cartuchos todos.

Espírito do Geo Raid: Entreajuda
Depois de entrarmos na aldeia de Padronelos a coisa suavizava, pelo que seguimos em bom ritmo direitos ao Larouco, que parecia ser um Bando de Santos, mas mais fácil……
A subida em estradão era relativamente fácil, pelo que conseguimos passar algum pessoal.

O Team BTZ Mação Bikezone Santarém na subida para o Larouco

A descida do Larouco era interessante, pois tinha alguns regos e muita pedra solta, pelo que apesar de seguirmos bastante depressa, íamos com cuidado para não morrermos na praia.

José Carlos na descida do Larouco para Gralhas

Após passarmos na aldeida de Gralhas, apanhámos a hora de ponta, com um rebanho de ovelhas que se deslocava para o local de trabalho.

Ainda tentei convencer o pastor a bloquear a passagem do resto do pessoal, mas ele não foi na conversa.

Um engarrafamento de ovelhas

Seguimos numa zona relativamente plana, devem ter sido os km’s mais estranhos de toda a prova, com um estradão um pouco degradado e com algum mato à mistura.
Depois de uma pequena descida e passagem de uma ribeira passámos na aldeia de Meixedo, onde se iniciava nova subida.
Felizmente que a subida era suave, exceptuando uma rampa final, terrível, pela inclinação e pela pedra solta que dificultava a progressão.

João Almeida, após a passagem das ovelhas

No alto a paisagem era belíssima e acabámos por parar, não para tirar fotos, mas sim porque tinha um problema com o GPS. Essa paragem custou-nos uns lugares, o que chateou o Almeida (estranho…..).

Eu, logo depois de passarmos em Gralhas

Os km´s seguintes seriam quase sempre a descer ou em terreno plano, num ritmo alucinante, sempre em talega e a pedalar para não perder o contacto com o grupo de pessoal em que íamos incluídos.

A aproximação à aldeia de Gralhós, voltava a ter umas subidas mais chatas, uma das quais em calçada, mas com uns pedregulhos enormes, onde era muito difícil passar montado na bike, pois em cada 3 pedaladas, uma era para progredir e duas para manter o equilíbrio.
Nesta parte perdemos o contacto com esse grupo e seguimos sozinhos novamente em terreno plano, na aproximação à aldeia de Pereises.

José Carlos na parte final do trilho mais técnico

Em Castanheira da Chã começava a última subida do Geo Raid e do dia.
A subida era bastante longa, quase sempre em estradão, e sem grande inclinações.
Logo no início passou por nós o Grupo do Ricardo Santos (o meu irmão de adopção do Geo Raid), que ia num ritmo bastante forte, dado que pouco depois de nos passarem, deixamos de os ver.

Na subida resolvi seguir à frente do Almeida, pois assim tinha desculpa para olhar para trás, para uma paisagem espectacular sobre a Albufeira da Barragem do Alto Rabagão.
Uma vez mais, na parte final da subida apanhámos o casal Remígio. Passámos por eles em bom ritmo, e apercebemo-nos que a parte final da prova seria igual à do dia anterior.

A paisagem do final do 2º dia sobre a Barragem do Alto Rabagão

Seguimos por isso novamente em bom ritmo até alcançarmos o topo do monte.
Desta vez a descida final foi feita de forma mais calma, para ver se não tínhamos um problema que colocasse em causa o objectivo principal.
Entrámos na zona da meta com o sentido do dever cumprido.

O Team BTZ Mação Bikezone Santarém no final da 2ª etapa

Finalmente conseguíamos concretizar o objectivo do ano, mas ainda faltava a validação do track de GPS a efectuar pela organização.

Depois de repormos forças e conversarmos com o resto do pessoal, seguimos para a cerimónia de entrega de prémios.
Acho que foi só quando o António Malvar me deu o jersey de Finisher é que acreditei que finalmente eu e o Almeida tínhamos finalmente cumprido com o objectivo a que nos proposto.
Fiquei orgulhoso de partilhar o palco com toda uma série de grandes atletas, incluindo o Ricardo Santos e o José Carlos…..

Onde está o Team BTZ Mação???

Geo Raid Series - Um balanço final

A nossa participação no Geo Raid foi um sucesso dado que conseguimos concretizar o objectivo a que nos tínhamos proposto.
Em termos de classificação final do Troféu até acabou por não ser muito má, pois ficámos em 34º lugar, entre as equipas que completaram as 3 provas. E acho que foram mais de 35 equipas a completar o troféu e a serem considerados Finishers.

Ao terminar este Trófeu, para além das recordações inesquecíveis, dos empenos que levámos, das muitas horas de “treino” e a sofrer em cima da bike, dos locais magníficos que visitámos, dos amigos que fizemos, fica o espírito de equipa.
Nas muitas horas que pedalámos juntos, houve momentos menos bons, houve algumas picardias, momentos em que por um motivo ou outro a disposição de um não era a melhor. Mas foi nesses momentos menos bons que o espírito de equipa mais saiu reforçado, em que a complementaridade entre as nossas personalidades, conhecimentos e decisões, mais contribuíram para que alcançássemos o sucesso.
Fica também a memória de ver o João Nunes e o Dr. Mouse a fazer uma prova destas, fica a determinação do Tiago na Serra da Estrela, o espírito de entreajuda do Lima e fica acima de tudo a vontade de superação de todos nós.

O BTZ Mação como Finishers do Geo Raid

Gostava finalmente de deixar um agradecimento sentido ao meu colega de equipa, João Almeida, ao Nuno Esteves e José Polho da Bikezone Santarém que nos apoiaram nesta participação, a todos os amigos que nos apoiaram e nos encorajaram.
Nas horas mais complicadas destas provas, e foram algumas, a lembrança deles foram um importante incentivo para chegarmos ao final.

Para terminar gostava de dedicar o Jersey de Finisher a todos os que nos apoiaram neste desafio. O Jersey é também um pouco vosso……..

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Douro Bike Race – 4 de Setembro de 2010

Inesquecível!!!

Há algum tempo que esta prova havia sido lançada pelos atletas João Marinho e José Silva. As fotos de promoção que eles disponibilizaram eram espectaculares, tanto que algumas pareciam tiradas no estrangeiro (estranho complexo de inferioridade)………

No entanto, só após sermos ameaçados pelo Dr. Mouse é que o pessoal de Santarém resolveu participar neste evento.
A véspera foi passada a tratar da logística, pois desta vez optámos por ir no próprio dia para Amarante, o que implicava levantar muito cedo, e levou a que praticamente não dormisse.
Mas isso não era preocupante pois seria um dia para desfrutar dos trilhos e da companhia dos amigos.

Após a conturbada partida de Santarém, o momento alto da viagem foi a passagem junto à Rebordosa…….pelos motivos óbvios.
Depois da chegada a Amarante, tratámos rapidamente dos aspectos burocráticos, e finalizamos os preparativos para o arranque desta grande aventura.

José Carlos e a sua Ramona, que desta vez não o deixou ficar mal

Junto à partida juntámo-nos ao Tiago e ao pessoal de Samora (Sérgio, Hugo e José Carlos). Uma presença que se destacava era o grande atleta de Abrantes, Armando “Cancelara” Chamusco.

"Cancelara" Chamusco na preparação para o arranque da prova

A partida foi um pouco atrasada, o que até era bom, pois a vontade de fazer praticamente 30 km’s a subir logo de início era pouca.

No início passávamos a famosa ponte de Amarante, sobre o Rio Tâmega e depois abandonávamos a cidade a subir em alcatrão, pela N15, para facilitar o aquecimento.

Tiago numa das primeiras subidas mais complicadas do dia
O pelotão scalabitano seguiu compacto Serra acima, passando pelo Padronelo e Ovelhinha, onde começámos a abandonar o alcatrão, com alguns singletracks muito porreiros.

Seguimos sempre paralelos à EN 101, em estradão, com o Miguel Rato a tentar algumas habilidades em cima da bike, por cima dela e no chão.

Uma das primeiras subidas espectaculares
O percurso começou a ficar mais complicado com a passagem em Cima da Vila e Carneiro, dado que a somar à inclinação do terreno tínhamos algumas ruas em calçada com menor aderência, estradões e alguns singletracks, ainda com bastante vegetação, a permitir desfrutar das belas paisagens da Serra do Marão, dado que a velocidade era baixa pela inclinação significativa.

Almeida e Tiago em plena subida

Eu e o Dr. Mouse
Na separação dos dois níveis de dificuldade o Tiago optou por seguir connosco, apesar de nesta fase da temporada as subidas não serem o forte dele.

Amarante fica algures lá ao fundo.....
Á medida que a altitude foi aumentando a vegetação foi-se tornando mais escassa, e a paisagem cada vez mais espectacular.

Perto do final da subida à Serra do Marão

Almeida perto do final da subida

Os últimos estradões de acesso ao alto da Serra
Depois de Murgido e Póvoa, com cerca de 20 km’s começamos a entrar na zona das eólicas, com estradões com melhor piso, o que significava que a subida estava perto do final.

A parte final da subida


Após a passagem no topo da Serra, começava aquilo que pensávamos ser a descida contínua até ao final da prova.

No alto da Serra do Marão

A primeira parte da descida tinha dois grandes problemas. O primeiro era o piso com imensa pedra solta, que podia levar a uma queda.

O cenário na longa descida
O segundo era a tendência para levantar os olhos do chão para ver a paisagem brutal que podíamos vislumbrar, com a zona a norte da Serra.

A vista era espectacular

Após a primeira parte da descida, voltámos a ter de pedalar, sempre em talega, numa zona florestal, muito bonita.

Calma que o Lima não vai fazer nenhum assalto
Seguidamente descíamos para o penúltimo abastecimento (na zona da Campeã), através de uns singletracks um pouco técnicos e com alguma vegetação à mistura.

Mais uma bela paisagem no Alto da Serra

Depois do abastecimento, passamos numa zona relativamente complicada, essencialmente pelo piso, bastante irregular que dificultava a progressão e novamente com uma subida bastante complicada.
Nesta parte o grupo partiu-se, com o Lima a ficar mais na frente e eu na sua perseguição. O resto do pessoal foi ficando para trás, dado que o cansaço acumulado começava a fazer mossa.

E ainda há pouco passámos lá ao fundo no Alto da Serra

A descida que se seguiu foi inesquecível.
A primeira parte da descida era em rocha, bastante escura (lamento mas não sou geólogo para identificar o tipo de rocha).
Era uma descida bastante técnica e onde apenas pensava numa coisa: “onde é que vou cair!”.

Infelizmente esta foto não faz juz a esta descida

Tudo correu bem e a segunda parte da descida era um singletrack no meio de um pinhal, que também deixou saudades, dada a velocidade que levávamos.

Depois de passarmos perto de Campanhó, voltámos a apanhar uma descida bastante grande, em estradão, que permitia seguir em grande velocidade. Infelizmente furei, pelo que tive uma nova paragem. A parte final da descida para aldeia de Tijão era muito porreira, num pinhal e uma inclinação bastante significativa (mas a descer!!!).

Nessa altura ainda parei para falar com o Sr. António Girão, que andava a participar na organização do evento e a ver onde andavam os últimos atletas.

Na aldeia de Tijão tínhamos uma descida alucinante acimentada e onde de 50 em 50 metros estavam bombeiros (bom pormenor da organização), não fosse alguém resolver ir ao tapete.
Depois voltávamos aos trilhos técnicos e tínhamos uma passagem de um Rio, numa ponte absolutamente brutal.

A tal ponte.....

Miguel Rato na passagem da ponte

Tiago também na passagem da ponte

A saída do vale era obviamente a subir, com umas inclinações apreciáveis, que nos levavam a Mouquim, onde havia nova subida, em calçada e no final da qual estava o último ponto de controlo.
Nessa altura apanhei o Lima, e fomos dos últimos a passar nesse ponto de controlo.

O Tiago, o Almeida e o Miguel, que vinham pouco atrás já ficaram retidos.
O Almeida começou uma carreira como delegado sindical (que lhe valeu uma t-shirt) e o Miguel resolveu aproveitar a presença de uma ambulância, para mais um episódio do Dr. Mouse, com a assistência a um atleta desfalecido.

Eu e o Lima seguimos juntos em direcção ao Tâmega, numa descida em estradão, bastante rápida.
A passagem do Tâmega permitiu molhar os pés, o que até foi agradável.
Depois do último abastecimento voltámos a ter uma subida em alcatrão, longa e chata que nos levaria à aldeia de Codeçoso.
Um pouco mais à frente ficamos numa situação embaraçosa, pois fiquei sem bateria no GPS e o Lima continua a lutar com o dele, que mais parecia uma calculadora.

Na passagem do Rio Tâmega
Tivemos a apanhar boleia de mais pessoal, que até seguiam em bom ritmo, embora o GPS também atrapalhasse um bocado.
A aproximação a Amarante foi feita por uma ciclovia (ligeiramente a descer), que aproveita o traçado da antiga Linha do Tâmega. Foi uma parte onde se atingiam velocidades elevadas, mas onde as antigas passagens de nível funcionavam agora ao contrário, dado que erámos nós que tínhamos de afrouxar.

Esta ciclovia era também frequentada por bastantes pessoas que ao final do dia aproveitavam para andar de bike, correr ou andar.
Devo dizer que a falta de GPS não foi a única coisa a deixar-me desorientado nesta fase da prova…….

Na parte final, já dentro de Amarante, o Lima, que seguia na roda de outro atleta deu uma queda arrepiante. Isto porque o esse atleta resolveu travar de repente, pelo que o Lima entrou pela roda traseira dele. Felizmente não se aleijou e a bike dele também nada sofreu.
O dropout de um dos atletas que íamos a seguir é que não aguentou a emoção e partiu, pelo que tivemos mais uma situação surreal, a empurrar esse atleta para ver se ele chegava ao fim.

Já perto do final

Em termos de classificação final, ficámos nos últimos lugares, pois o objectivo passava por preparar mais uma participação no Geo Raid de Montalegre, desfrutar dos trilhos e paisagens do Marão e da companhia dos amigos.

O resto do pessoal de Santarém demorou pouco tempo a chegar, pelo que pudemos tratar rapidamente dos banhos e seguir para o jantar que foi servido no Mercado de Amarante.
O jantar foi bastante agradável e deu novamente para falar com o “Cancelara” Chamusco, essa figura cimeira do btt abrantino.


No final regressámos a Santarém de mãos a abanar, que nem no sorteio de prémios tivemos sorte.
Em compensação trouxemos recordações de um dia magnífico de btt, com locais absolutamente fabulosos e uma organização de qualidade.

Para o ano esperemos que o João Marinho e o José Silva resolvam organizar novamente este evento.......