quarta-feira, 25 de março de 2015



O regresso dos trails a Mação, com a 1ª edição do Trail dos Bandos.

Mais informações em:

http://btztraildosbandos.blogspot.pt/

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Deus Não Dorme…….


 

Em Setembro (sim, já lá vão 5 meses), finalmente, conseguimos arranjar uma data para juntar grande parte dos membros do BTZ Mação para fazermos aquilo em que somos realmente bons: comer, beber e conversar. Associado ao evento, e para que não existissem queixas dos atletas, realizámos também um passeio de BTT.


De forma a descentralizar os nossos eventos, desta vez optámos por iniciar o percurso em Chão de Codes. A partida seria junto às instalações da Associação Recreativa e Cultural de Chão de Codes, com quem temos colaborado nos últimos anos na organização de eventos de BTT em Mação.  Por cortesia da Direcção da Associação (a quem deixamos o nosso agradecimento) tivemos direito a café logo pela manhã e pudemos tomar um bom pequeno almoço e colocar a conversa em dia.

Depois dos habituais preparativos para a partida e alguns percalços mecânicos do Agostinho, tiramos a foto de grupo e iniciámos o percurso com uma subida, para efectuar um bom aquecimento, que a temperatura era relativamente baixa e ameaçava chuva.

Primeira paragem do dia....lenha!!!

No final dessa subida iniciámos a descida para o Cerro do Outeiro, onde nos esperava o primeiro singletrack do dia, mas que também trouxe as primeiras quedas dado que o piso estava muito escorregadio pela chuva que tinha caído durante a noite.  O Alexandre era o que apresentava mais mazelas, mas felizmente dava para continuar.

Agostinho e Leira a jogar pelo seguro no Cerro do Outeiro


O primeiro passeio pedestre

Depois de reagrupar o pessoal, seguimos por alcatrão para Louriceira, onde voltámos ao trilho, com mais uma subida, desta vez curta mais muito inclinada. O terreno pesado e com pouca aderência fez com que toda a gente desmontasse (referi acima que nós somos bons é à mesa).


Alexandre e Tiago num dos engarrafamentos do dia

Seguimos por mais um singletrack, que nos levou ao primeiro passeio pedestre do dia, para passar uma ribeira, algumas hortas e muitas balsas…… Mais fácil foi a passagem da Ribeira de Codes, que nesta altura do ano e apesar das chuvas ainda não levava muita água.

O pedrestre nas hortas da Louriceira

O grupo seguiu junto por mais uma subida complicada para a zona de Vale de Casas e depois descemos rapidamente para o Lagar da Lousa, onde se iniciava a parte mais divertida do percurso, devido aos inúmeros singletracks. Alguns deles não são completamente cicláveis, pois estão mais vocacionados para os passeios pedestres.
No entanto o singletrack de ligação a Água Formosa deu para o pessoal desfrutar de algumas zonas mais técnicas, com o Rafael a ficar chateado com o “pace car” que levava à frente, que fez com que o grupo se fosse estendendo ao longo do percurso.  

Eu tinha dito que não era por ali....mas o pessoal insistiu.....

Seguimos pelo alcatrão para reagrupar o pessoal e dirigimo-nos para a zona de Vilar do Chão, com mais algumas subidas (o Orlando que o diga) e descidas em estradão. O singletrack de Vilar do Chão para Água Formosa é espectacular, com grande fluidez e alguns locais espectaculares. 

O nosso especialista em passeios pedestres nunca perde uma oportunidade

Em Água Formosa tivemos o abastecimento, para ganhar forças para o resto do percurso. O Vítor que infelizmente não pôde pedalar connosco, encarregou-se de levar os mantimentos (os quais agradecemos ao Almeida e família).
O tão ansiado abastecimento

Um pouco (nalguns casos, bastante) mais pesados seguimos pelo singletrack do precipício, que deixou alguns atletas nervosos…..e mais propensos às quedas!!!

Dr. Rato ou Liedson?

A saída do singletrack com uma ribeira e uma subida terrível levou-nos a Vale das Casas onde reagrupamos e seguimos para a zona do Pereiro. Nesta fase do percurso tivemos um desafio que consistia em fazer uma subida montado na bicicleta: muitos tentaram!!! Ninguém conseguiu!!!


Alexandre e o nosso Velhinho na subida desafiante

Para compensar tivemos uma descida em estradão, espectacular, com curvas encadeadas e uma entrada escondida para mais um singletrack, o da Borda da Ribeira. No final do singletrack, quando nada o fazia prever, o nosso Chefe-de-Fila resolveu começar a sua exibição de quedas (para o lado).

Take 1

Após recuperarmos e fazermos mais um singletrack, apanhámos mais uma subida complicada para depois descermos para o Casal Novo e perdermos o Dr. Rato.  

Chefe de Fila Antunes: quem sabe não esquece

Seguimos por alcatrão até à entrada do Chão de Codes onde Deus resolveu não dormir (ou talvez tenha sido o Leira) e mandar mais uma vez ao chão o nosso Chefe-de-Fila…….

Take 2

O percurso terminava a subir, o que levou o Tiago a queixar-se, que em Mação, arrancamos a subir e acabamos a subir!!!!


Tiago, para a próxima começamos a descer e acabamos a descer

Depois de uma manhã e início de tarde a pedalar, avançámos para o evento mais importante: o almoço, que se disputou em Mação e onde todos mostrámos serviço……

Em resumo, foi um dia de pedaladas, com um percurso mais divertido que exigente fisicamente e uma boa refeição. Tudo isto na companhia de amigos, que é o que o BTZ é na sua essência, um grupo de amigos que partilham o gosto por pedalar (de preferência em Mação).

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Lousã - Junho de 2013


No início de Junho o Daniel Brites desafiou-me para fazermos uma aventura de 3 dias de btt à antiga. Após alguma deliberação o destino escolhido foi a Lousã, pelo potencial em termos de trilhos e pelo facto de ser relativamente perto.

1º Dia – Trevim



O programa para o 1º dia correspondia à 2ª etapa do Geo-Raid da Lousã, pelo que o nível de dificuldade seria elevado.
Após a preparação do equipamento arrancámos em direcção ao Alto de Trevim com um tempo meio enfarruscado, o que facilitaria a nossa tarefa. Assim pensava eu.
Felizmente o início da subida era em alcatrão permitindo fazer o aquecimento, mas quando entrámos no trilho verifiquei que o terreno estava um pouco pesado, pelo que teria de seguir tranquilamente Serra acima.
A subida não tinha rampas muito inclinadas, pelo que era possível seguir num ritmo certo, se bem que o meu fosse um pouco mais lento que o do Brites, que periodicamente esperava por mim. À medida que a altitude ia aumentando a vegetação também se ia alterando, dado que passámos de um zona de arbustos para floresta cerrada, que era um cenário espectacular para pedalar, a fazer-me lembrar a subida para a Santinha na Serra da Estrela.


Uma fonte em plena subida

O nevoeiro que se fazia sentir a partir de determinada altura e altitude facilitou-me a vida, pois não permitia que visse o que ainda faltava subir. Após cerca de 15 kms de subida, a única questão que me preocupava era se ainda faltava subir muito.

A revisão da táctica para a parte final da subida

Quando nos aproximamos da zona das eólicas fiquei mais descansado pois normalmente estas são colocadas nas cumeadas das Serras, mas neste caso isso não se verificou, pois tivemos ainda de fazer umas duas rampas bem inclinadas e com um piso cheio de gravilha em que uma pedalada era para andar e outra para manter o equilíbrio.
20 km’s depois e perto de 1.000 metros de acumulado depois passámos no Castelo de Trevim, mas com o nevoeiro não se via nada……

A prova de que estivemos lá, apesar de pouco ou nada conseguirmos ver

Começamos a descer em direcção a Coentral com um cenário espectacular, pois estávamos mesmo por baixo das nuvens. Normalmente nestas voltas existem sempre invenções, e para passarmos na aldeia para ver se comíamos alguma coisa, fizemos um desvio.


Na descida para Coentral

Infelizmente na aldeia o único café aberto não tinha comida, pelo que nos tivemos de contentar com uma coca-cola e voltámos ao trabalho. O trilho programado infelizmente não era transitável, pelo que tivemos de efectuar um desvio, que nos custou perto de 15 km’s a mais do que o inicialmente previsto.


Um recanto em plena Serra

Por outro lado o desvio permitiu-nos conhecer mais algumas aldeias, todas elas praticamente abandonadas e sem local onde pudéssemos comer. A hidratação é que não seria um problema, mas optámos por não parar, pois cerveja e btt nem sempre combinam.
Depois de passarmos por Amioso Cimeiro iniciámos a escalada para Santo António das Neves. Esta foi a parte mais complicada da volta, pois a subida tinha algumas rampas com uma inclinação bastante pronunciada e com um piso manhoso, cheio de pedra de solta que dificultava ainda mais a progressão. Depois de algum pedestre, finalmente chegámos ao final da subida, pelo que parámos para comer, descansar e desfrutar da paisagem absolutamente espectacular.

No Alto da Serra 

No caminho para Santo António das Neves passámos no mais estranho aeródromo que conheço, no alto de uma Serra. Depois descemos rapidamente em estradões que permitiam rodar bem rápido para a zona de Aigra Velha, com um cenário magnífico e depois para Aigra Nova.
Aigra Nova apesar de ser uma pequena aldeia, tem uma loja associada às Aldeias do Xisto, das quais faz parte. Assim aproveitámos para comer qualquer coisa e recuperar para o resto da descida que teríamos de fazer até ao Rio Ceira.  Seguimos em altíssima velocidade, até aquele que para mim foi o local mais bonito do dia, a passagem do Rio Ceira, com um cenário magnífico.


Seguimos depois em direcção a Serpins, sempre paralelos ao Rio, com alguns trilhos muito porreiros, nomeadamente um singletrack espectacular, com bastante fluidez e onde dava para acelerar um pouco.
Em Serpins seguimos por alcatrão para a Lousã…..pois já tínhamos cerca de 100 km’s nas pernas.



2º Dia – Coja – Piodão – Coja


Ficámos alojados em Arganil, pois o 2º dia prometia mais um empeno dos grandes, pois o Brites queria passar no Piódão.
A volta programada tinha o seu início e final em Coja, de forma a ficarmos abaixo dos 100 km’s. Arrancámos novamente em alcatrão, com o Rio Alva como cenário, em direcção a Barril de Alva, para podermos fazer o aquecimento.

Grande desilusão, apenas sai água!

Saímos do alcatrão na zona de Vila Cova de Alva e seguimos para a zona de Anceriz, com alguns enganos pelo caminho. Apesar das aldeias estarem muitas delas abandonadas, alguns velhotes ainda vão para os campos tratar da sua agricultura, pelo que pedimos direcções a alguns deles. Após umas rampas bem inclinadas aproximámo-nos de Avô, que é uma aldeia simpática nas margens do Rio Alva e que significou uma descida a alta velocidade.

Vista panorâmica de Avô

Em Avô, junto ao Rio Alva

A volta de btt verdadeiramente começava com a passagem por Avô, pois metemos por uma calçada romana em direcção a Aldeia das Dez. Para além da dificuldade técnica que a calçada nos colocava, existiam algumas rampas que me fizeram aproveitar o facto de estar num percurso de pequena rota pedestre. Quando passámos por Aldeia das Dez o calor começava a apertar, pelo que fizemos uma paragem para comer e beber qualquer coisa num dos cafés da aldeia.

Todas as desculpas serviam para parar nesta calçada

Durante alguns km’s seguimos por alcatrão, mas sempre a subir, passando por Goulinho e Vale de Maceira. Voltámos a entrar no trilho no Santuário da Senhora das Preces. Contudo ao contrário dos pedidos, o trilho continuava a ter subidas e algumas delas bem inclinadas.

A subida para a Senhora das Preces

Finalmente após alguns km’s começámos a rodar a meia encosta da Serra do Açor, pelo que era possível apreciar o magnífico cenário em que pedalávamos, com a Serra da Estrela como pano de fundo.

Em plena Serra do Açor

Em plena Serra do Açor II

Ao longe a Serra da Estrela

A aproximação a Piódão foi por isso relativamente rápida, dado que parámos algumas vezes para tirar fotos.
No Piódão fizemos uma paragem mais prolongada para repor forças e apreciar a aldeia, que está impecavelmente recuperada, fazendo parte quer das Aldeias do Xisto, quer das Aldeias Históricas, dois roteiros turísticos do interior do nosso país.

Piódão

A tradicional paragem para abastecimento

Em pleno Piódão e antes de entrar no singletrack do dia

Singletrack...........

Um dia normal no escritório

Brites numa parte mais técnica do singletrack

Na parte final do Singletrack, sem saber se devíamos olhar para o trilho ou para a paisagem

Arrancámos depois em direcção a Foz da Égua, num singletrack simplesmente espectacular, com algumas zonas técnicas e uma paisagem espectacular. Depois de voltar novamente na direcção do Piódão, com mais uma subida medonha, apanhámos o alcatrão, que nos levaria a passar pela estalagem do INATEL e a mais um empeno dos grandes. A subida a seguir à estalagem foi terrível, mesmo em alcatrão.
Felizmente a seguir veio uma descida espectacular que nos levaria até Relva Velha e a passar na Mata da Margaraça, que é também um local interessante, pois parece ser dos poucos locais que conserva o tipo de floresta original desta zona.
Mata da Margaraça

Passámos em mais umas aldeias, Enxudro e Sardal com o terreno quase sempre a descer e parámos em Esculpa para comer um gelado, apreciar as “nativas” e preparar a descida final para Coja.
Depois de terminada a volta fomos de carro, que as forças já eram poucas e os 90 km’s tinham feito mossa, até à Fraga da Pena, pois é um local bem lindíssimo, um Pego da Rainha, mas com uma queda de água bastante mais alta.

Fraga da Pena

Fraga da Pena II


3º Dia – Lousã – Aldeia do Eremita – Lousã



No último dia voltámos à Lousã para fazer uma espécie de roteiro das Aldeias de Xisto. Este era o dia em que iríamos fazer menor distância e desnível acumulado. Arrancámos uma vez mais em alcatrão, mas sem aquecimento, pois a passagem por Vale Domingos e Vale de Nogueira já tinha umas rampas bem inclinadas.
Depois de entrarmos no trilho seguimos sempre a subir de forma mais suave até à zona de Gondramaz e com algumas zonas de floresta simplesmente espectacular.

Ao fundo Gondramaz

A subida continuava até uma zona de eólicas, pelo que de subida estávamos tratados, embora isso não representasse o final das dificuldades.

Já no final da subida do dia

Dantes isto era um caminho

Logo de seguida alguns dos trilhos que tínhamos programado estavam intransitáveis devido à vegetação. Isso atrasou bastante a progressão, mas como compensação pudemos passar num ou outro local espectacular e ver alguns veados em estado selvagem.
Para rematar esta parte da volta passamos numa casa abandonada que parecia tirada de um filme de terror!

Assustador!!!!

Como a fome apertava, seguimos por alcatrão para a aldeia de Candal, onde aproveitámos para comer, descansar um pouco e definir o final da volta. Esta aldeia está também recuperada e tem uma espécia de mercearia que procura retratar as antigas mercearias das aldeias. Foi o meu momento recordar é viver do dia.

Vista panorâmica de Candal

A mercearia à antiga

Uma vez mais, a paragem do dia para abastecer e decidir para onde seguir

A opção que escolhemos passava por voltar a subir em alcatrão, falhando um singletrack espectacular a meia encosta, para passarmos em mais algumas aldeias do Xisto. Numa destas aldeias ficámos a conhecer um verdadeiro eremita que estava bastante descontente com o facto de termos aproveitado uma pequena descida para entrar no largo principal da aldeia de bike, pois podíamos partir as lajes de xisto. Ele bastante irritado dizia ao Brites que já tinha substituído algumas lajes de xisto devido a pessoal que tinha feito o mesmo. O Brites ainda tentou chamar o eremita ao planeta Terra……….mas acabámos por perceber que não valia a pena. Já o eremita resolveu a discussão do lado dele com o recurso a uma cerveja!

O Eremita (espero não ser processado por abuso do direito de imagem) e o Brites: cada um a seguir o seu caminho

Entrada da aldeia de Talasnal

Na aldeia

Na aldeia II

Seguimos depois para o Talasnal e Casal Novo. São ambas aldeias com alguma dimensão, muito bem recuperadas e mas que pareciam aldeias fantasma, pois não se via ninguém na rua (nem eremitas).
A volta terminou com a descida vertiginosa para a Lousã

Estes 3 dias de puro btt (e algum passeio pedestre) contribuíram para que voltasse às crónicas das voltas de bike. Não que nos último ano não tenha feito algumas voltas que mereciam um relato…..contudo estes dias fizeram-me recordar algumas das razões me dediquei ao BTT.

Só posso deixar um agradecimento ao Brites pelo desafio que lançou, pois é sempre melhor fazer estas aventuras de descoberta na companhia de amigos.