segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

11 de Outubro 2008 - Maratona Póvoa do Varzim

Prefácio:

Em semana de crash nos mercados financeiros também eu tive um comportamento semelhante ao das bolsas de valores, com um valente crash de rendimento desportivo.

A participação nesta maratona estava agendada há muito tempo no nosso calendário, pois em Julho aquando da primeira incursão no norte, em Fafe, tinha ficado o desafio de participar na Maratona da Póvoa do Varzim.

Na sexta-feira, eu, o José Carlos e o José Pereira rumámos a norte, desta vez desfalcados do Sérgio, que não pôde estar presente.


Crónica propriamente dita:

Na manhã de sábado, após o pequeno-almoço e habituas preparativos para a prova metemo-nos a caminho da Póvoa, cuja maratona de btt tinha perto de 2.000 inscritos, entre distância longa e curta.

Na zona de partida encontrámos os amigos de Chaves do José Carlos, que são um grupo de bttistas de alto nível, quer pelo forte de andamento que têm (malta transmontana é malta rija), quer por serem porreiros.

A organização prometia um evento de qualidade, e não defraudou as expectativas. Para começar tivemos direito a massagem, sem encargos adicionais.
Diz quem sabe, que dá imenso jeito uma massagem antes das provas, para promover o aquecimento muscular. Eu, sinceramente não dei por nada.

Desta vez partimos mesmo junto aos primeiros, lado a lado com algumas das estrelas do btt nacional, como o Rui Lavarinhas.
A partida foi um pouco confusa, e dado que os primeiros km’s eram em alcatrão, para dispersar toda aquela gente, a velocidade foi logo elevadíssima.

Aspecto da partida, com os 2 mil participantes alinhados para o grande momento

A minha estratégia, dado que não queria repetir o erro da semana anterior na Moçarria, passava por procurar aquecer bem, evitando ao máximo um desgaste prematuro. Procurando encontrar o meu ritmo na fase inicial, para depois, na segunda metade da maratona andar mais rápido, até porque não conhecia o percurso.

Uma das subidas mais complicadas do percurso, percebe-se porquê

Na primeira parte o percurso tinha algumas subidas com inclinações significativas, não muito longas, mas que iam fazendo mossa.
Com o decorrer dos km’s fomos também apanhando alguns locais onde existia alguma lama e outros onde se verificaram engarrafamentos de bttistas, pois os grupos que se formavam eram numerosos e quando alguém desmontava, todos os outros que o seguiam eram obrigados a fazer o mesmo.


A segunda parte da maratona foi a que mais me agradou e onde me diverti mais, essencialmente por ser a mais técnica, com alguns singletracks espectaculares, em eucaliptais e outros com imensa pedra. Mas também pelas belas paisagens que pudemos desfrutar, junto a algumas ribeiras.
O Zé Carlos num dos singletracks mais técnicos

Eu na fase mais interessante do percurso, os singletracks

Nos singletracks verificaram-se também alguns engarrafamentos, pois no norte também há muita malta que quando vê alguma zona mais técnica desmonta primeiro e vêm se dá para passar montado na bike depois.


A terceira parte da maratona, após a separação dos 40 e 80 km’s foi a que me correu pior, pois foi aí que se deu o descalabro, dado que não conseguia aumentar o andamento de forma significativa, dado que me sentia fatigado.
A acrescer a isso, andei alguns km’s perdido, tendo de fazer parte do percurso em sentido inverso para passar num dos controlos. Este facto atesta de forma inequívoca que não era o meu dia. Foram cerca de 10 minutos de tempo perdido graças a uma distracção, que posso classificar de ridícula.
Não me esqueço da perplexidade do José Carlos quando me cruzei com ele.
O terreno era um pouco diferente, essencialmente em estradão, e com um sobe e desce constante, que não permitia grande recuperação dos momentos de esforço mais intenso, que para mim nesta altura eram praticamente todos.


Na última parte da maratona tentei seguir uns atletas da Casa do Povo da Retorta, o que só veio agravar o meu mau momento do ponto de vista físico, pois durante perto de 10 km’s andei a um ritmo superior ao que devia.
Definitivamente era um dia mau.
Nesta altura já nem as descidas que fizemos, algumas delas com forte componente técnica me davam prazer, pois já só pensava em chegar ao final.
Ainda assim há que fazer referência a uma subida super técnica, para a Cividade de Bagunte, pela quantidade de pedra solta que tinha, mas que ainda assim era ciclável.

A subida para a Cividade de Bagunte

No último abastecimento, estive parado alguns 10 minutos a comer e a beber calmamente (pois os abastecimentos eram 5 estrelas) e a tentar arranjar força para os últimos km’s, que felizmente não tinham grande dificuldade.
Nesta altura seguíamos no sentido do litoral, sendo a parte final novamente em alcatrão, mas que parecia nunca mais acabar.

Tal como referido acima, a organização procurou proporcionar um evento de qualidade aos participantes, pelo que após o banho, novamente massagem, para promover uma recuperação mais rápida.
A verdade é que após a massagem fiquei muito melhor, embora não completamente restabelecido.

O almoço decorreu na Praça de Touros da Póvoa do Varzim.
Estranha escolha, mas assim permitiu que um tão numeroso grupo de pessoas pudesse almoçar sem problemas de espaço.A comida consistia em porco no espeto, que estava bom, e foi na companhia do pessoal de Chaves, um grupo de pessoal que pela unidade de medida de Mação, poderia ser classificado como porreiro como o c######.

O famoso porco no espeto

Depois do almoço, houve quem fosse à praia dar um mergulho em pleno Outubro, ou simplesmente até ao areal.

A praia da Póvoa do Varzim

O balanço desta participação foi negativo, pois o andamento demonstrado foi muito fraco, fruto do cansaço acumulado de um ano bastante intenso.

No entanto gostei da maratona, que veio confirmar a minha teoria, de que as maratonas no norte do país são de inegável qualidade, bem organizadas, os percursos são de alto nível, com zonas variadas e capazes de agradar a todos, excepto para aqueles que apenas gostam de ciclismo de estradão.
O ritmo geral da malta do norte é forte, não é por acaso que os gajos dizem que no norte é que se trabalha. Também no btt eles parecem adoptar essa máxima.

Se tudo correr bem espero poder participar novamente para o ano.

Não faço referência à minha classificação e tempo dispendido, pois foram muito maus.
É preferível chamar a atenção para o 29º lugar do José Pereira, que está com um andamento de campeão, a cerca de 1h do Rui Lavarinhas (o vencedor) e para o 84º lugar do José Carlos, que como é normal, demonstra o porquê de ser um grande atleta.

Finalmente os agradecimentos, que já tinha saudades deles.
Para o Sr. António Machado, Miguel Machado e Joana Machado, pela cedência das instalações para a pernoita de sexta-feira.
Finalmente gostava de deixar uma palavra ao José Carlos por mais este desafio, e adicionalmente ao José Pereira pela companhia em mais uma jornada de luta.

Site da organização: http://www.school-eventos.com/maratona

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