quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Maratona de Óbidos - 6 de Setembro de 2009



Óbidos marcou o meu regresso às maratonas, depois das férias e de uma incursão no XC.
Após a participação do ano passado tinha tomado a decisão de não voltar a estar presente devido a algumas complicações nos almoços.
No entanto este ano tivemos a garantia dada por uma pessoa da organização de que esses problemas teriam sido resolvidos.
Por isso a convite do Nuno Lima lá fui uma vez mais ao Oeste.

A Maratona deste ano prometia ser mais difícil do que a de 2008, dado que a altimetria era substancialmente superior. 1800 metros de acumulado em 80 km’s já são valores razoáveis para um atleta de Mação.

Do grupo habitual de pedaladas estiveram presentes o Nuno Lima, o Tiago Nunes (na distância mais curta), o José Carlos, e dos menos habituais o Jarbas e Tozé Palma.
De referir a presença dessa referência do BTT que é o Chamusco.

A partida foi atrasada, pois alguns participantes deixaram para a última a sua passagem no controlo 0.
A coisa não me agradou, pois uma coisa que considero essencial é o respeito por quem é pontual. E contra mim falo…

Depois de aturarmos o speaker oficial do evento durante mais um bom bocado a dizer baboseiras, lá começamos finalmente a pedalar.
Que era para isso que lá tínhamos ido. Mas não esquecendo o almoço…

Aqui ainda ia bem, mas já me andava a esconder

O início do percurso era igual à do ano passado, com uma incursão na zona das muralhas do Castelo, com engarrafamentos e algumas quedas.
Depois em vez de seguirmos em plano para a zona da Lagoa, seguimos para uns montes onde no ano passado tínhamos passado em sentido inverso.

Na fase inicial fui relativamente devagar, para ver se conseguia aquecer convenientemente para a segunda metade da prova e porque estava com receio da distância que tínhamos de percorrer. A falta de treino leva a isso.

Perto dos 15 km’s comecei a ver o José Carlos, e motivado por isso acelerei o ritmo para o apanhar.
Nesta fase o percurso tinha algumas partes comuns à do ano passado, mas em sentido inverso, tendo sido mantidos alguns singletracks e uma parte plana mesmo junto à Lagoa que é bastante porreira.

A perseguição ao José Carlos e o aumento de ritmo acabou por ser estranho, pois as pernas diziam-me uma coisa e o pulsómetro outra.
Veríamos mais adiante quem tinha razão.

Eu na fase inicial da prova

Depois de apanhar o José Carlos, perto do 1º abastecimento, segui sozinho pois continuei a andar forte, pois sentia-me bem fisicamente.
Esse facto terá sido mais um erro, pois devia ter arranjado uma boa roda para gerir esforço.

Na aproximação a Óbidos consegui apanhar um pequeno grupo, mas que não durou muito, pois a maior parte do pessoal ia para os 40 km’s.
Perto da separação passou por mim o Nuno Gomes.
Não o futebolista, que duvido que consiga pedalar no mato, mas sim o bttista de Abrantes. Ele que, desde a Rota dos Bandos é uma referência para nós.
Pensei que não podia estar a andar muito mal, para apenas ser ultrapassado por ele perto dos 40 km’s.

O Grande José Carlos. Quando for grande quero ser como ele...

Após a separação, segui novamente sozinho, até ao 2º abastecimento, onde parei para reabastecer o depósito, dado que já estava a ficar calor e o mais difícil estava a chegar.
A chegada ao 2º abastecimento foi inovadora, pois circulávamos um bocado dentro de uma levada de água de uma quinta e depois de passarmos por baixo da estrada nacional tínhamos de fazer uma escalada de 2 metros com a bike.
Infelizmente não tinha levado o equipamento…que jeito teria dado nos km’s seguintes.

No abastecimento o José Carlos apanhou-me e seguimos juntos.
Dado que estava a sentir-me bem, saí que nem um maluco, numa subida com cerca de 2 km’s e uma inclinação bastante razoável.

Essa subida marcava a entrada na parte mais difícil do percurso, dado que grande parte do acumulado era feito em cerca de 20 km’s.
Na segunda subida, desta vez com uma inclinação maior que a anterior, tive de desmontar e seguir a pé.
Então percebi que o pulsómetro tinha ganho.

Nuno Lima, que teve uma boa prestação nesta maratona

Esta parte do percurso foi realmente duríssima, com subidas bastante inclinadas, algumas com areia a ajudar à festa.
Acho que não me lembro de ter feito tanto pedestre nos últimos anos. Nem no Geo-Raid eu desmontei.
Nalgumas alturas fiquei um bocado envergonhado, pois o objectivo de fazer btt é andar montado na bike e não a pé. Ainda para mais um gajo de Mação não desmonta nas subidas, é sinal de fraqueza.
O que me safava é que o resto do pessoal também desmontava.

A compensar estiveram algumas descidas muito porreiras, uma delas em singletrack no meio de uma vinha, que deu para curtir e sempre com aquela sensação de quando é que vou cair, por isso é melhor escolher bem o local de aterragem.

De referir que a organização fez nesta parte uma maldade aos participantes (pelo menos a mim, que já estava nas lonas).
Numa das partes do percurso circulávamos junto à albufeira de uma barragem perto de Óbidos, dando para ver o pessoal a passar junto ao paredão da barragem.
No entanto quando estávamos quase mesmo a chegar ao paredão, o percurso virava para o outro lado, com mais umas subidas tramadas. Terrível…
Ainda demorei praticamente meia hora a chegar à tão desejada barragem, onde estava o 3º abastecimento.

Resolvi parar para descansar um pouco, pois já estava completamente de rastos.
O José Carlos, com toda a sua experiência, tinha-se poupado para superar esta parte da prova sem grandes problemas, pelo que passou por mim parecia um foguete.

O Tiago, sempre a queixar-se, mas a andar sempre fortíssimo

Retomei a competição, seguindo a sofrer numa subida para a zona de Gaeiras e a ser ultrapassado por imenso pessoal, pois já era bastante penoso para mim pedalar.

Em Gaeiras tivemos mais um singletrack, nada técnico, mas extenso, num pinhal e que deu para compensar a hecatombe física.
O que me valeu foi que os últimos 20 km’s eram novamente mais planos, com algumas subidas e descidas relativamente suaves.
Esta parte do percurso alternava partes espectaculares, com singletracks no meio da vegetação, com outras onde parecíamos que estávamos numa prova de estrada (ainda pensei que o Moita Flores teria sido autarca por aqui antes de ter ido para Santarém).

O final este ano era novamente no Castelo, mas quando cheguei já se tinha ido toda a gente embora, pelo que só lá estava o pessoal da organização à espera do resto dos participantes que faltavam chegar.
Este será o único comentário, subtil, à minha fraquíssima classificação.

Estava com expectativa quanto ao almoço, sendo que o espaço onde decorreu denotou preocupação em melhorar face ao ano anterior. Era de facto um local bastante agradável.
O conteúdo do almoço foi, no meu caso, bastante melhor que no ano anterior, mas não era difícil fazer melhor.
Contudo o pessoal que lá chegou antes de mim (quase toda a gente) ainda teve direito a um almoço melhor que o meu.Associado a isso, o facto de ter estado bastante tempo na fila, ao sol, depois de fazer 80 km’s de bike, deixou-me um bocado agastado, até porque paguei o mesmo que os outros.
Ao que parece a organização voltou a ter problemas logísticos com os almoços, o que foi mau para eles, pois era algo a que as pessoas estariam atentas.
Se a coisa correu bem com a generalidade dos participantes, comigo não posso dizer o mesmo.

É pena que uma maratona destas, que tem percursos porreiros, com passagem nalgumas zonas espectaculares e bastante bonitas, que está bem organizada, tenha constantemente problemas em termos de almoço.
Provavelmente no próximo ano devo ficar por casa, onde também há estradões e agora alguns singletracks, e onde sei que a comida é de qualidade e onde a probabilidade de ter surpresas negativas é menor.

2 comentários:

Filipe disse...

Assim sendo... não parecia o Canas...

Geralmente costumas começar fraco e acabar forte... desta vez foi ao contrário!

Não me digas que o Chamusco acabou à tua frente... não acredito!!!!

João Canas disse...

Este ano as maratonas não são para mim, sobra o XC.
Mas apesar de estar em baixo de forma, não exagerem.
O Chamusco chegou à minha frente, mas fez metade da distância.