domingo, 3 de abril de 2011

Qual Tróia-Sagres......em Mação é que se pedala!!!!!!

A crónica que se segue é da inteira responsabilidade dos intervenientes.
Só deixo uma mensagem ao Eduardo, para que veja nesta crónica o encorajamento para o seu regresso aos trilhos.......


Sábado 11 de Dezembro 7h10 da manhã partimos de Mação com o objectivo de cruzar a fronteira com Espanha, comprar os caramelos e voltar a tempo de ver o Preço Certo.

Sendo asfalto estavam no entanto em causa 190 km, o que para mim não era propriamente um passeio higiénico de um Domingo matinal.

Os intervenientes: Velhinho, Chefe de Fila e Eduardo

O IP2, a caminho de Portalegre foi o troço mais perigoso que tivemos de enfrentar, a velocidade a que éramos cruzados por carros e camiões, deixava pouco espaço à desconcentração.

O perigo era constantemente relembrado pelas ultrapassagens que tínhamos de efectuar às carcaças de animais que literalmente lá deixaram a pele.

Com 4 horas de pedal, mais uma paragem volante


O Velhinho em Castelo de Vide com uma frescura de fazer inveja e uma vontade de engolir km´s que a muito esforço fomos tentando resfriar.

O chefe de fila fez questão de ser o primeiro a cruzar a linha de fronteira, efectivamente com o chefe não se argumenta.

Almoçámos num Hostal de gadeza brava, e o chefe de fila de modo a não revelar os seus encantos físicos, decidiu dificultar a avaliação da menina.


Uma avenida de Carvalhos junto a Marvão, julgando encontrar no final o castelo encantado, deparámo-nos com mais uma curva e mais uma subida.


Os irmãos Schleck 160 km depois…eu pelo aspecto já estava meio sovado

190 km e 8h45 min. depois, este era o meu aspecto…rompido, mas muito satisfeito com o desafio cumprido.

O TRANSBEIRA 2010 foi ensaiado por 3 atletas de altíssima craveira, na certeza porém, que o ano de 2011 trará muitos mais.

AFINAL DE CONTAS ISTO FOI UMA BRINCADEIRA (ipsis verbis - Velhinho).

Trilhos da Raia – Idanha-a-Nova 17 de Outubro 2010



Esta é a penúltima crónica da época de 2010………..

Após um ano mais vocacionado para as provas de resistência, resolvi voltar a Idanha-a-Nova para aquele que considero ser um dos melhores eventos de btt que existem no nosso país.

A organização da Associação de Cicloturismo de Idanha-a-Nova é garantia de qualidade, quer ao nível logístico, quer ao nível dos percursos (o que é o mais importante para mim).

Aspecto da partida dos atletas
Este ano, na minha segunda participação, ia com intenção de fechar a época em beleza, ou seja, a andar a fundo.

A parte inicial da prova era conhecida, com a descida para a Barragem de Idanha, onde liderado pelo Filipe segui em ultrapassagens constantes a atletas mais lentos.

Após a passagem pela Barragem, começámos a subida para Alcafozes, que é relativamente gradual, mas onde comecei a aumentar o ritmo dado que ia a sentir-me bastante bem.

A chegada a Alcafozes é feita por um singletrack junto a um pequeno ribeiro, que apesar de curto é porreiro, mas onde comecei a notar que tinha um furo na roda de trás. Já dentro da aldeia parei para meter ar. O Filipe chegou logo a seguir para dar apoio e achei estranho quando comecei a ouvir o Cancellara Chamusco aos berros.

Singletrack: uma constante nos Trilhos da Raia
Devido a um problema técnico no pedaleiro a prova deste grande atleta ficara comprometida, pelo que ele ia desistir.

Depois de Alcafozes entravámos numa fase de estradão num planalto que nos levaria a Idanha-a-Velha. Nesta fase da prova segui a solo e depois de Idanha-a-Velha seguimos pelo caminho da GR22 para Monsanto.

A saída de Idanha-a-Velha
Esta parte da prova começou a ser um pouco mais complicada, pois o terreno é um pouco mais agreste em termos de piso, com algumas subidas pequenas mas inclinadas e o facto de ir sozinho também não ajudava muito.

Após o ponto de controlo, começava a aproximação final a Monsanto, primeiro com um pequeno singletrack espectacular, com a passagem numa ponta muito antiga em pedra e depois com a chegada à calçada romana. Esta calçada apesar de não ser a mais complicada, tem algumas partes com uma inclinação grande, o que aliado à irregularidade do piso dificulta a progressão. Na chegada à aldeia consegui passar alguns atletas, pois a dureza da subida ia deixando algum pessoal de rastos.

Aspecto de Monsanto e do abastecimento
A passagem pelo meio da aldeia marcava o inicio da fabulosa descida de Monsanto, quase toda em calçada romana. Esta descida é um verdadeiro desafio, pois é técnica devido à irregularidade das pedras, mas muito rápida. Na descida consegui alcançar mais alguns atletas que seguiam mais devagar.

O troço final da descida, após o abastecimento é fantástico, pois passamos sobre uma lage de pedra gigantesca, onde foram escavados alguns degraus.

A aproximação à Barragem de Idanha era tendencialmente a descer, onde aproveitei para meter um ritmo mais elevado, pois as muitas horas a sofrer a rolar atrás do Tiago, finalmente tinham alguma utilidade.

Mais um singletrack
Na tentativa de apanhar mais um atleta, a tentar encurtar uma curva, dei uma queda enorme, pois um ramo de uma árvore apanhou-me pelo camelbak, pelo que aterrei de costas no chão. Depois de recuperar segui em ritmo mais lento, pois na queda fiquei com uma cãibra numa perna.

A descida de Monsanto numa calçada fantástica
A passagem na Barragem foi em sentido inverso aquele que é habitual, mas igualmente espectacular, pois temos alguns singletracks junto à albufeira da Barragem que são de fazer e chorar por mais….

A Barragem de Idanha a Nova
A saída da zona da Barragem era feita numa subida de alcatrão, onde tive de parar novamente para meter mais ar no pneu de trás. Esta subida era não muito longa, mas com inclinação que levava alguns atletas da distância mais curta a desmontar.

A última subida do dia
A chegada a Idanha tinha algumas zonas mais técnicas, onde devido aos problemas de pneumáticos tive seguir bastante devagar, não aproveitando ao máximo as potencialidades dos trilhos.

Mais uma foto da descida de Monsanto
Mesmo junto à meta, temos sempre garantido uma zona técnica, onde tive de desmontar por causa de um atleta mais medroso. Como brinde, assim que pus o pé no chão fiquei com uma cãibra, que me levou a demorar um bom par de minutos a percorrer os últimos 50 metros da prova.

A descida de Monsanto II
No final da prova estive à conversa com o Chefe de Fila e a recuperar das cãibras para o almoço.

Em termos de classificação consegui terminar em 28º lugar, com um tempo razoável, face às minhas expectativas.
Mais uma foto junto à Barragem de Idanha
Após o almoço ainda consegui falar com o Geraldes e o Mangas que tinham feito a prova em ritmo mais calmo, mas nem por isso menos complicado, principalmente para quem não treina com regularidade.

A Barragem de Idanha
Antes de partir ainda falei com o Rui Tapadas da organização da ACIN, a quem agradeci o evento que eles nos proporcionaram.
Em 2011 se tudo correr bem lá estarei novamente para esta prova……….

Gostava de dedicar esta crónica ao Sr. Ferreira e D. Georgina, que nesta altura nos deixaram. É estranho quando as pessoas que fazem parte da nossa infância nos deixam.
Ficam as condolências à família.