quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Troféu Norte Alentejano #5 - Gavião – 10 de Outubro 2009

A última prova

Desta vez o BTZ esteve em peso (em nº de participantes presentes) na última prova do Troféu Norte Alentejano, com a participação de 6 atletas.
Esses atletas dividiram-se por 3 categorias da promoção, com o “Chefe” Silva, eu e o Chefe de Fila nos Veteranos A, o Velhinho e o Almeida nos Veteranos B e o Gonçalo nos Elites.

A chegada a Gavião desta vez foi feita mais em cima da hora, à boa moda de Mação (já tinha saudades!!!), pelo que lá conseguimos reunir o grupo para fazer o reconhecimento após os procedimentos burocráticos.


"Chefe" Silva sempre em ritmo forte

O reconhecimento do percurso começou com uma breve conversa com o Silva, que como habitual tinha chegado a horas e já tinha tratado do assunto.
Eu, o Almeida, o Chefe de fila e o Velhinho lá começamos a descida alucinante, com quase 2,5 km’s, e uma zona mais ou menos técnica pelo meio, alguns regos tramados (que haviam de fazer estragos) e muito pó.
Já perto do final da descida comecei a sentir algo esquisito na roda de trás. Comentário do resto do pessoal: “vais furado”.
Foi um grande stress, pois ainda faltavam 3 km’s a subir para acabar a volta e o tempo para a partida não era muito.
A subida era fácil tecnicamente (sempre em estradão), mas exigente fisicamente, pois eram 2,5 km’s a subir.
Mas comparado com Avis esta prova ficava muitos pontos abaixo no que diz respeito à dificuldade.

Antes da partida ainda tive tempo para voltar a insuflar o pneu, o que me baixou o batimento cardíaco numas 15 ppm.
Para compensar seguiu-se a complicação de descobrir o local de partida, que nos manteve ocupados durante algum tempo.

Finalmente os comissários da Associação de Ciclismo lá fizeram a chamada para a grelha de partida. Nessa altura ainda nos pareceu ver o Gonçalo, mas não, foi falso alarme.

O pelotão do BTZ após a partida

A partida foi uma vez mais à morte, sendo que entramos juntos (Veteranos A) na longa descida, praticamente colados aos da frente. A descida foi complicadíssima, pois a partir de determinada altura não se via quase nada, apenas pó.
Felizmente segui sempre na trajectória do Filipe, pelo que me fui safando das dificuldades e armadilhas que o percurso tinha.

"Chefe" Silva a pedalar para mais um excelente resultado

No final da descida aconteceu algo estranho, pois o pessoal da frente praticamente desapareceu (Silva incluído). Mas depois lembrei-me que o estranho era ter aguentado até aos 4 km’s de prova com os primeiros classificados. Pudera, tinha sido sempre a descer.

É o Gonçalo? Ah não, foi novamente falso alarme...

Na subida começamos a apanhar os elementos mais fracos dos escalões que saíram à nossa frente, o que dificultou a nossa tarefa nalguns pontos, em que o estradão ficava mais complicado.

Se a prova se resumisse à partida, não tinhamos dado hipótese à concorrência

A meio da subida passei para a frente do Chefe de Fila e tentei aumentar o ritmo, o que me permitiu passar por mais alguns atletas.

No início da 2º volta já ia sozinho, infelizmente com alguma distância para o grupo que seguia à minha frente, pelo que pensei que muito dificilmente conseguiria apanhá-los.

Na descida alucinante voltei a ter cuidado nas partes mais complicadas. Na zona plana antes de começar a subida, fui alcançado por 3 atletas, 2 do meu escalão, que passaram por mim e nunca mais os vi (situação perfeitamente normal) e outro dos Veteranos B.
Esse atleta mais velho foi bastante útil, dado que ia num ritmo bastante interessante, que eu segui à boleia durante a fase inicial da subida.

Eu na subida final, a tentar seguir na roda da concorrência

A meio da subida aumentei o ritmo, conseguindo isolar-me novamente.
Na fase final da prova tentei manter o posicionamento relativo, o que consegui, tendo no entanto que recorrer a uma táctica que classificaria de menos desportiva.
Não vou revelar qual a técnica utilizada, pois não envolveu qualquer tipo de contacto físico, mas apenas mencionarei o facto de o atleta prejudicado ter ficado um bocado a pedalar no vazio e ter caído (mas praticamente parado).

Almeida na sua primeira aparição no XC, sempre um valor seguro

A parte final ainda tinha uma pequena descida, um pouco perigosa (onde se tinha aglomerado imenso público) e que nos levava à subida final e à meta.

Quando ultrapassei a meta senti um enorme alívio, pois tinha finalmente cumprido a missão…

Almeida a perseguir a concorrência

O Silva estava logo após a meta, à espera, como habitual.
Pouco depois de mim chegou o Filipe, fechando a equipa em Veteranos A.
O Silva conseguiu uma brilhante 6ª posição a 3 minutos do 1º, eu mantive a média com um 13º lugar e o Filipe marcou uns pontos para o Troféu com um 16º lugar.
Um pouco mais tarde chegaram o Almeida e o Agostinho, os nossos velhinhos, que nos enchem de orgulho…
O Almeida tinha conseguido a proeza de cair 3 vezes, uma das quais tinha-o deixado um bocado maltratado e à bicicleta num estado ainda pior. Ainda assim fez 10º lugar logo na estreia no XC.
O Velhinho fez 15º lugar, sem forçar tanto, dado que a época para ele mal tinha começado.

Finalmente o Velhinho

Ainda ficámos um pouco a ver a prova dos Federados, onde o Ismael Graça liderou desde a primeira volta, num ritmo impressionante.

Para breve fica o balanço final da nossa participação no Troféu Norte Alentejano, nesta primeira época em que o BTZ Mação se dedicou ao XC “competitivo”.

Fica aqui o link para o resumo televisivo da prova, onde se destaca a aparição de alguns dos membros do BTZ:
http://www.pinkbike.com/video/109868/

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Mação - 4 de Outubro de 2009

O regresso a casa

Depois do massacre de Avis, de apenas 14 km’s, mas de grande intensidade, no dia seguinte fui pedalar em Mação. Isto também porque parece que anda pessoal por aí a dizer que tenho mais vontade de escrever do que pedalar….

A convite do pessoal do BTTrupe do Pereiro, eu, o Velhinho e o Chefe de fila tivemos o privilégio de poder participar numa volta que prometia bastante.

Do menu constavam alguns dos pontos mais altos do concelho de Mação, pelo que as subidas aos Bandos estavam garantidas.

A partida foi no centro do Pereiro, com uma ligação por estrada à Aboboreira (considerada como a aldeia mais importante do concelho de Mação), o que levou o Velhinho a dizer que podia ter esperado em casa pelo pessoal.

Na Aboboreira começaram as novidades, pois começamos finalmente a fazer a primeira subida. Esta subida era desconhecida para mim, pelo que resolvi seguir mais devagar a gerir esforço, pois não sabia como reagiria depois da prova da véspera.
A subida era longa, mas quase sempre suave, pelo que foi perfeita para acabar o aquecimento.

Depois de uma subida vem a tradicional descida, que nos levou ao Cerro do Outeiro.
Os vales que podemos contemplar nesta descida são espectaculares, principalmente porque começam a ficar arborizados. A aldeia do Cerro do Outeiro é uma aldeia especial, pois não conheço nenhuma igual, pois são um conjunto de casas numa encosta, com um singletrack entre as casas, absolutamente espectacular. Infelizmente o início da descida foi acimentada, pois as eleições aproximavam-se.
Mas é compreensível pois para as pessoas que lá vivem, assim será mais fácil circular.


No alto da Serra de Santo António

O nosso guia, Carlos Maia, levou-nos a seguir para a zona da Borda da Ribeira, que é para mim a capital do singletrack. As pessoas que vivem naquelas aldeias tiveram a ideia espectacular, para nós, de preservar os caminhos de acesso às hortas que ficam junto à Ribeira do Codes. A consequência são alguns km’s de trilhos espectaculares, e que ainda devem existir por lá muitos que não conhecemos.
À entrada do principal singletrack o Carlos apenas disse, não olhem para a direita, pois o singletrack acompanha um afluente da Ribeira do Codes, sempre na encosta, com imensa pedra.

Após a passagem pela aldeia de Casal Novo fizemos mais um singletrack e depois começamos a 2ª subida do dia para a zona do Pereiro (de Vila de Rei, que eles também um). Foi uma subida tramada, pois não é longa, mas o piso tem muita pedra e algumas partes têm grande inclinação.
No final da subida eu e o Chefe de Fila reconhecemos o território, pois tínhamos passado ali em sentido contrário no passeio da Borda da Ribeira.
A chegada ao Chão de Lopes foi rápida e uma vez lá chegados, parámos para repor energias, pois o mais difícil ainda estava para vir.

A 3ª subida do dia, da Serra da Amêndoa já era conhecida, mas devido aos trabalhos de manutenção que têm vindo a ser feitos a aderência não era a melhor. Embora também me tenham dito que andar com os pneus quase slicks não ajuda.
A descida para o Pé da Serra foi vertiginosa, pois é uma recta longa e onde se pode ir descansado com o terreno.
A fase seguinte da volta foi em trilho negro, em direcção a Martinzes e depois àquela que para mim é uma das subidas mais desafiantes que conheço, a da Serra de Santo António.
No início da subida e para motivar pessoal que já acusava o cansaço, ainda se falou na presença de uma certa pessoa lá no alto. O nome começa por N e acaba em ereida.
Acho que nem assim todos ganharam motivação.

Vista no alto da Serra de Santo António

A Serra de Santo António foi subida pelo lado da Gargantada, que tem apenas 1 km de extensão, mas tem uma fase final (a mais complicada e inclinada) em que o estradão passa no meio de blocos enormes de pedra. Um cenário espectacular, que parece estar de acordo com a paisagem que podemos contemplar (Bando de Santos, Bando de Codes, Cardigos).

Os últimos atletas a subir para a Serra de Santo António (achei melhor não por as fotos da Nereida)

Após nova paragem para abastecimento, repor energias, procurar a Nereida, descansar e tirar foto de grupo, retomámos as pedaladas, em direcção à Maxieira.
Após esta aldeia apanhámos o estradão na direcção da Aldeia d’Eiras. Foi mais uma bela descida, com umas curvas pelo meio que dão alguma luta.

Na Aldeia D’Eiras tivemos as duas primeiras baixas no pelotão, até porque as duas subidas do dia começavam agora.
Esta subida tinha uma parte inicial já conhecida, mas onde já não passava há muito tempo. O terreno tem pouca aderência, pela muita terra e pedra solta, o que complica ainda mais a subida, que tem nalgumas zonas uma inclinação apreciável.

Depois ficamos a conhecer mais um trilho a meia encosta, mas que se encontra ainda cheio de muita vegetação que dificulta a progressão.

A descida para o Castelo esteve a cargo do Filipe, que nos levou por uma descida que começamos a fazer há não muito tempo. O piso é complicado, pois tem muita pedra solta, alguns regos criados pela água que levam a que se circule um pouco mais devagar.

No Castelo aproveitámos para novo abastecimento, desta vez num dos cafés da aldeia.
O momento de abastecimento foi a chegada um personagem um bocado sombrio ao café, que entrou mudo e saiu calado, mas que mal chegou ao balcão já tinha a taça de vinho preparada.

O Bando de Codes

O pessoal de Mação brinca muita vez com o facto de quando andamos no nosso concelho não precisamos de GPS pois eu estou a pedalar com eles.
No entanto a subida para o Bando de Santos, foi uma surpresa completa preparada pelo Carlos Maia.
Não vou descrever grande coisa da subida, mas apenas mencionarei algumas palavras que procuram descrever a parte que não conhecia da subida: desafiante, singletrack, inclinadíssima, brutal, espectacular.

Após este momento de btt ao mais alto nível (e não vou referir quem é que subiu parte da subida apeado), seguimos para zonas mais conhecidas, como o Chão do Brejo e a escalada final para a zona do posto de vigia e do miradouro.
Apesar de agora estarmos em território conhecido houve pessoal que estranhou o calor de Outubro e fruto de falta de magnésio passou um mau bocado…

No final descemos para São Gens e depois seguimos por alcatrão de volta ao Pereiro, onde terminámos uma volta surpreendente em Mação, que foi espectacular, com a assinatura da BTTrupe, a quem deixo o meu agradecimento.


PS: Este post é dedicado à memória da Sra. Hermínia.