segunda-feira, 29 de junho de 2009

Serra da Estrela - 26 de Abril 2009


A convite do José Carlos do BTT Trilhos da Lezíria o BTZ Mação esteve presente em mais uma subida à Serra da Estrela.
Devido às condições atmosféricas esta volta apenas se realizou no final de Abril o que levou a que o treino em altitude não tivesse um efeito significativo para o Portalegre que se avizinhava.

Desta vez o programa de festas tinha 2 opções:
- subida Covilhã-Torre;
- subida Covilhã-Piornos, descida para Manteigas e subida Manteigas-Torre.

Obviamente que os membros do BTZ Mação presentes optaram pela 2ª opção, ou não estivéssemos nós habituados a subir os Bandos.



A foto de grupo: Miguel, Brites, José Carlos, Fernando, Canas, Filipe, Aires, Sérgio, Velhinho e Pegaso.


Encontrar o local de partida foi a segunda dificuldade do dia (a primeira foi como habitual, cumprir horários), dado que o Daniel Brites tinha contratado a utilização dos balneários de um clube local.
Para além de ser uma coisa com prestígio (subir a Serra com banho à espera), o banho de água quente acabou por ser de uma utilidade brutal (como mais à frente se verá).

Aqui a subida ainda era soft, mas já se via o antigo Sanatório


Apesar de ser feita em trilho negro, pois não conhecemos bem aquela zona, as subidas da Serra da Estrela por alcatrão têm o aliciante de estarmos a pedalar em locais que habitualmente vemos nas transmissões televisivas da Volta a Portugal.
Se os gajos com as bikes de estrada conseguem subir aquilo, também nós seremos capazes de fazer, se bem que a uma velocidade (ou várias) inferior.

O início da volta foi calmo em jeito de aquecimento e de forma a fazer a ligação entre o nosso “base camp” e o centro da Covilhã.


O Velhinho sempre em grande


A fase inicial da subida é considerada como sendo a mais dura pela forte inclinação de alguns troços, nomeadamente à saída da Covilhã e um pouco antes do antigo Sanatório. Advertido desse facto optei por começar devagar, sem entrar em loucuras, seguindo com o Velhinho e o Miguel, o que permitiu contemplar a magnífica paisagem e tirar algumas fotos.
O Chefe de Fila é que entrou em acção motivadíssimo (devia pensar que estava nos Bandos), saindo disparado ainda no centro da Covilhã. Só o voltaria a ver em Manteigas.
O Sérgio e o José Carlos ainda pedalaram um pouco com os mortais, mas depois meteram o ritmo de treino e também só os voltámos a ver em Manteigas.


A aproximação ao antigo Sanatório


Os primeiros km’s são de facto os que têm maior inclinação, mas o facto de seguirmos sempre em curva e contra-curva faz com que não tenhamos bem a noção do ganho de altitude que vamos tendo (se exceptuarmos as irritantes placas que indicam a altitude). Acho que só quando passamos no antigo Sanatório é que começamos a ter noção do que já está para trás e do que ainda falta subir.
Depois do antigo Sanatório o terreno torna-se um pouco menos inclinado permitindo alguma recuperação, mas como o ritmo aumenta, acabamos por ir sempre em esforço.
Nesta altura ainda conseguimos ver o grupo da frente ao longe, quase a chegar às Penhas da Saúde, enquanto eu e o Velhinho seguíamos tranquilamente na companhia do Miguel, embora ninguém falasse grande coisa, pois era necessário poupar o fôlego.

A aproximação às Penhas da Saúde marcou novamente o aumento da dificuldade do percurso, dado que as inclinações voltam a ser mais significativas com o consequente ganho de altitude. Nas Penhas da Saúde (parece que estamos nos Alpes Suíços, só falta a Heidi e os São Bernardos) estamos sensivelmente a 1.500 metros de altitude, que representa mais ou menos metade do trabalho feito.


A aproximação às Penhas da Saúde


Os 3 km’s entre Penhas da Saúde e Piornos (Centro de Limpeza de Neve) parecem ser intermináveis.


Palavras para quê???


Chegados a Piornos, e de forma a preparar a descida para Manteigas parámos, verificando que aquela altitude o frio já se começava a fazer sentir, isto em plena Primavera.
O Miguel devido ao pouco equipamento que trazia resolveu não parar de forma a não arrefecer. Eu e o Velhinho colocámos as revistas (do social) por baixo dos jerseys. Foi a altura em que algumas daquelas miúdas das revistas andaram mais perto do meu coração……



O Marreta em Piornos


A descida para Manteigas é relativamente tranquila, pois é quase sempre em recta. No entanto o facto de a estrada ser estreita faz com que se tenha de ter bastante cuidado, pois há pessoal que vem fora de mão em sentido contrário e devido às ultrapassagens a carros (por estranho que pareça).
Aliás o único despique que tive nesta volta toda foi com um carro nesta descida, dado que o condutor parecia ficar chateado por um gajo de bike de btt conseguir descer mais rápido que ele, confortavelmente sentado num automóvel.
Graças a um autocarro que bloqueou a passagem da viatura em causa cheguei a Manteigas primeiro: Canas 1 – Citröen qualquer coisa 0.

Em Manteigas, estavam à nossa espera o José Carlos, o Sérgio e o Chefe de Fila, aproveitando para comer qualquer coisa e descansar um pouco (não que precisassem).
Nesta altura já se fazia sentir um vento um bocado forte, que levou uma das luvas de Inverno do Chefe de Fila para um balsedo, que era inalcançável. Quando ele já começava a ficar passado com a perda da luva, o José Carlos viu um agricultor local que gentilmente nos cedeu uma foice e uma cana, que foram usadas de forma habilidosa para resgatar a luva.
Talvez contente por isso, o Chefe de Fila voltou a sair disparado Serra acima, levando o José Carlos e o Sérgio. Uma vez mais segui com o companheiro de pedaladas Velhinho.
A subida de Manteigas não é muito difícil em termos físicos, dado que não tem uma inclinação muito significativa. No entanto em termos psicológicos tem qualquer coisa, pois são muitos km’s sempre a ver o final, sem conseguir chegar lá rapidamente. Para compensar a beleza do Vale Glaciar é brutal (talvez dos locais mais bonitos onde estive), com as cascatas e o Rio Zêzere que ali nasce.

O Vale Glaciar de Manteigas

Já perto da 2ª passagem por Piornos, começaram a cair uns pingos de chuva, o que me fez pensar que as coisas poderiam complicar-se daí para a frente.


Está quase.....


A Nave de Santo António marca o local a partir do qual não existe mais descanso para as pernas, pois a partir dali é sempre a subir para a Torre.
Não muito depois de iniciarmos a escalada final começaram a cair uns flocos de neve, felizmente em pouca quantidade, mas era um alerta para as condições atmosféricas que nos esperavam no topo.
Esta parte da subida acaba por ser complicada pelo desgaste acumulado, a que se juntou o frio (apesar de estarmos bem agasalhados).
A uns km’s da Torre passaram por nós os 3 da frente, já a descer a grande velocidade.



Está mesmo quase, quase.....


A aproximação à Torre é espectacular, porque marca a chegada ao objectivo do dia, o ponto mais alto de Portugal Continental, e tem aquela coisa mítica do ciclismo da etapa da Torre e naquela altura ainda se conseguia ver.



Finalmente a chegada à Torre

Na subida lembrei-me muitas vezes do João Almeida que em Setembro passado tinha feito a Estrela na Estrela (as 3 subidas principais por estrada da Serra), e no esforço que representa depois de chegar à Torre ainda ir a Seia e depois subir tudo novamente.

Quando chegamos à Torre ainda estavam bastantes pessoas a fazer ski na “pista de neve” que lá se pode encontrar.

Após uma pequena paragem para descansar as pernas, eu e o Velhinho iniciámos a descida, até porque o frio não permitia ficar parado muito tempo. O início da descida foi marcado pelo agravamento das condições atmosféricas, dado que em pouco tempo ficou um nevoeiro cerrado e começou a nevar com mais alguma intensidade.
Esta deve ter sido a descida que mais custou em muitos anos de bike, pois o frio fazia com que as extremidades do corpo, apesar de bem protegidas, ficassem dormentes. Conseguir travar, nalgumas partes da descida é uma condição essencial para não voarmos por aquelas ravinas abaixo.
Já perto da Nave de Santo António, perdi o contacto visual com o Velhinho que seguia ligeiramente atrás, pois entretanto parara para tentar aquecer as mãos. Durante essa paragem ainda vi as coisas mal paradas, pois ainda tive algumas tonturas.
Felizmente o Velhinho lá retomou a descida, voltando a aparecer no radar, pois não estava com vontade de voltar a subir para ir à procura dele (nem sei se seria capaz disso).

A parte da descida entre Piornos e o antigo Sanatório foi porreira, pois deu para andar bastante depressa (acima dos 70 km’s/h), já que o frio não se fazia sentir com tanta intensidade e existem algumas rectas com bom piso.
A descida após o antigo Sanatório pode ser considerada como chata, dado que é uma série de cotovelos, onde se gasta as pastilhas dos travões, sem se poder andar realmente depressa e sem poder contemplar a paisagem, dado que nos arriscamos a sair disparados da estrada ou ficarmos espetados nalgum carro.

Fomos os últimos a chegar ao nosso “base camp” na Covilhã, estando já quase toda a gente de banho tomado. Digo quase, pois o Velhinho é que tinha levado a chave do BTZMobil, fazendo com que o Chefe de Fila tivesse ficado à seca durante um bom bocado. Para a próxima é escusado ir tão depressa…

A ideia de ter um balneário após a aventura foi bastante boa (nem parece do Presidente Brites), pois o banho de água a ferver serviu para restabelecer a circulação sanguínea e recuperar das temperaturas negativas a que estivemos sujeitos.

Depois do banho seguiu-se o tão ansiado repasto no restaurante Porta Chaves, dado que estávamos todos com uma fome do caraças e onde pudemos compartilhar algumas das histórias daquele dia.

Em resumo foi uma etapa inesquecível do BTZ Mação, dado que foi a primeira vez que fizemos a mítica subida da Serra da Estrela em estrada.
Mas penso que falo em nome dos atletas que não será a última, dado que ficou prometido ao Almeida fazer a Estrela na Estrela (com o brinde adicional de mais uma subida, que ele sabe bem qual é).

Gostava de agradecer o convite do José Carlos e o trabalho de logística que ele e o Daniel Brites tiveram para este dia e aos restantes participantes, que demonstraram que subir a Serra da Estrela não é algo acessível a todos, mas que todos podem fazer caso se comprometam com esse objectivo.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Rota da Água - Chão de Codes - 19 de Abril de 2009

Somethings never change…

Pelo 3º ano consecutivo participámos na Rota da Água organizada em Chão de Codes, pela respectiva Associação Recreativa e Cultural.
Aspecto da partida

O percurso deste ano prometia, dado que tínhamos pela frente e para cima o Bando de Codes, com um total de 1.200 metros de desnível acumulado em pouco mais de 40 quilómetros.

Chefe de Fila na fase inicial do percurso

O BTZ Mação esteve representado ao mais alto nível, com o Chefe de Fila, Velhinho, eu, Gonçalo e na sua estreia com a camisola do clube, o Fernando Silva.
Adicionalmente tivemos na versão mais curta do passeio a representação do futuro do BTZ, ou seja, os escalões de formação.
Chefe de fila e Velhinho no início do passeio
Após a partida seguimos por alcatrão até ao final da povoação onde iniciámos aquela que nos parecia ser a habitual subida ao Bando de Codes.
Os escalões de formação do BTZ à partida para o passeio. Vê se que quem sai aos seus......

No entanto após uma pequena descida, com imensos regos provocados pela água, onde o Velhinho resolveu cair, em vez de cortarmos à esquerda para o Bando, seguimos em frente. Ou seja, trocaram-nos as voltas e acabámos por regressar ao Chão de Codes, passando por alguns singletracks literalmente dentro de hortas.

Os escalões de formação em acção na 1ª subida

Nesta fase o Silva já ia no pelotão da frente seguindo mais atrás o Chefe de Fila com o Gonçalo. Como é habitual eu e o Velhinho seguíamos mais tranquilamente atrás do grupo da frente.



Silva no grupo da frente

Ainda antes de iniciarmos a subida para o Bando de Codes, eu e o Velhinho apanhámos o Chefe de Fila parado junto à Estrada Nacional 244, com um furo.



Gonçalo, nesta fase ainda em competição

Esse furo foi fatídico para a prestação da equipa, pois o Chefe de Fila acabou por perder bastante tempo, e o Gonçalo ficou sozinho, ou seja, um desastre à espera de acontecer.




Gonçalo fortíssimo à saída de Chão de Codes

A subida para o Bando de Codes este ano foi revista e aumentada, e tenho de dar os parabéns à organização, pois foi espectacular. Algumas partes desta subida eram desconhecidas, mas têm uma inclinação bastante significativa, acentuando o carácter selectivo da mesma.



Eu e o Velhinho a caminho do Bando de Codes

Já na parte alcatroada da subida deixei o Velhinho para trás, dado que estava a sentir-me bem e porque ele estava ainda meio engripado (não fosse ficar também doente).



O Chefe de Fila no Bando de Codes

Segui algum tempo com o Vítor Pereira, mas no final da subida acelerei e segui sozinho na descida tradicional para o lado do Chão de Codes e depois a meia encosta para o lado da Aldeia D’Eiras.
Algures nesta parte, o Gonçalo cumprindo a tradição perdeu-se. É preciso arranjar um GPS para ele.



Silva na primeira aparição com a camisola do BTZ e logo a mostrar serviço

A descida final foi também diferente dado que seguimos logo na direcção da Aboboreira, por um novo estradão que foi aberto neste Inverno.



Aspecto dos atletas à saída de Chão de Codes

A aproximação à Aboboreira acabou por não ser directa, dado que passámos na zona da cascata em sentido contrário ao que seria expectável.



Desta vez até eu tive direito a foto

Uma vez mais tivemos direito à escadaria da Aboboreira, um clássico, que alguns evitaram à má fila.



Houve quem descesse montado

Alguns ficaram preocupados com os €€€€€€€€ que a bike custou


O Velhinho apanhado pela organização

Seguimos depois na direcção do Casalinho, onde começou mais uma subida jeitosa, que nos levaria a descer vertiginosamente para o Cerro do Outeiro, que é outro clássico.
Foi espectacular descer novamente por aqueles caminhos de pedra, ainda por cima molhada e perigosa.



Aspecto da entrada no Cerro do Outeiro

Sr. Vítor no singletrack do Cerro do Outeiro

Sérgio Breites na parte mais complicada e perigosa do singletrack

Velhinho no meio do Cerro do Outeiro


Finalmente ainda tínhamos uma subida curta mas inclinada e uns km’s a meia encosta, antes de voltar ao alcatrão e chegar ao Chão de Codes, com mais uma incursão pedestre na escadaria da igreja.

Depois do banho veio o belo almoço.



Foi mais um passeio de qualidade no concelho de Mação levado a cabo pela Associação Recreativa e Cultural de Chão de Codes.
O percurso este ano apenas contemplou o Bando de Codes, mas foi muito bom, pois manteve algumas zonas espectaculares como o Cerro do Outeiro, e introduziu novas zonas como a ligação à Aboboreira e ao Casalinho.


O Velhinho sempre fortíssimo

Penso que falo em nome do resto do pessoal do BTZ Mação quando afirmo que para o ano lá estaremos novamente para mais uma edição da Rota da Água.

Fotos disponibilizadas pela organização, à qual agradecemos.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Volta do BTZ - Mação - 10 de Abril de 2009


Este ano o BTZ Mação voltou a reeditar a sua volta de Abril, após um ano de interregno.
Continuando o caminho iniciado nas edições anteriores, esta foi a mais dura e difícil volta de btt desorganizada pelo BTZ.
Como gostamos de receber bem os convidados e amigos, resolvemos conceber um percurso com quase todas as grandes subidas do nosso concelho.

O pelotão na subida da Pracana Fundeira

Estiveram presentes do BTZ: Velhinho, João Almeida, Chefe de Fila, Orlando e Gonçalo.
Convidados presentes: Tiago Nunes, Jorge Mimoso, Paulo Oliveira e Miguel Rato.
Eu também estive lá, mas em 4 rodas a dar apoio ao pessoal e a tirar umas fotos para a posteridade.

Tiago Nunes e Paulo Oliveira no regresso a Mação

Era um grupo pequeno, mas de pessoal rijo, como se quer em Mação.

Chefe de Fila e Miguel Rato

Não posso descrever grande coisa do que se passou nos nossos trilhos, dado que por motivos de saúde não pude pedalar com o pessoal, pelo que esta é uma não crónica.
Ainda assim vou guardar na minha memória a boa disposição demonstrada ao longo da volta, mesmo depois de fazerem algumas subidas que não são para meninos e no jantar final que juntou o pessoal.
Penso que foi um dia que não esquecerão…

Orlando de volta dos pneumáticos, uma constante

Direi apenas que demos a conhecer a alguns amigos locais míticos do BTZ Mação, como o Bando de Codes, Bando de Santos com a sua famosa parede, Serra de Santo António, Ribeira da Pracana, Praia Fluvial do Carvoeiro, Pego da Rainha, etc.

Orlando, Mimoso e Velhinho numa das pausas para abastecimento

Gostava de agradecer a todos aqueles e aquelas que possibilitaram com a sua presença e esforço a realização desta volta, nomeadamente a Célia Ribeiro e Anita pelo belo almoço que prepararam e proporcionaram ao pessoal, ao Almeida e Elsa pelos pastéis de nata, ao resto do BTZ pela presença e aos nossos convidados que corresponderam ao desafio e não ficaram em casa mesmo com a ameaça de tempo chuvoso.

o puto maravilha, sempre em grande forma

Espero que tenham gostado do percurso que foi preparado com amor e carinho e que guardem na memória as pedaladas em Mação.

Almeida e Miguel Rato antes do almoço, no Carvoeiro

Para quem tiver queixas, apenas posso dizer que a culpa foi do João Almeida que resolveu desafiar o pessoal para fazer uma volta dura em Mação no fim-de-semana da Páscoa.
Resultado: 100 km's com quase 3.000 metros de desnível acumulado.

Chefe de fila e Gonçalo, sempre à frente

Para o ano há mais edição... revista e aumentada.

Raid XL - Sertã - 4 e 5 de Abril de 2009

Imperdível…

Uma vez mais, e pelo terceiro ano consecutivo, o BTZ Mação esteve presente na Sertã, no Raid XL organizado pela Selindabtt.


Dia 4:
No primeiro dia a representação da equipa foi assegurada por mim e pelo João Almeida.
Este dia prometia ser o mais duro e desafiante, quer em termos de quilometragem, quer em termos de altimetria.

O percurso correspondia de forma aproximada ao percurso inverso do primeiro dia do ano anterior, pelo que na minha lembrança estava a calçada romana de Pedrógão Pequeno, que o ano passado foi feita a descer.
A zona da Barragem do Cabril

O início foi relativamente rápido, com o Almeida a saltar para a frente na companhia de um atleta de Pombal que acabaria por ser o primeiro a chegar ao final.
Os primeiros km’s foram quase sempre em tendência ascendente, com a passagem nas primeiras aldeias a causar os primeiros problemas de desorientação aos participantes. A cor das fitas de marcação do percurso não foi a mais feliz, pelo que nalguns pontos estas não eram muito visíveis, levando a que o pessoal andasse ligeiramente perdido.
Depois de ter finalmente aquecido lá consegui apanhar o Almeida que ia fortíssimo e seguimos sozinhos durante bastantes quilómetros.
O percurso até começarmos a descer para a barragem do Cabril, apesar de circularmos quase sempre em estradão, era bastante porreiro pois circulámos sempre em zonas arborizadas. Fez-me lembrar a minha infância em Mação, quando aquilo estava cheio de árvores.
A descida para a Barragem do Cabril foi bastante complicada devido a ter bastante pedra solta, mas por isso mesmo técnica. Uma descida à Sertã.
A zona da Barragem do Cabril é inesquecível, principalmente porque ali sentimo-nos insignificantes face à Natureza que nos rodeia.
As escarpas, o Rio Zêzere são um cenário magnífico, que contemplamos ao longo do singletrack que nos leva até ao início da calçada romana.
As margens escarpadas do Zêzere

Com a calçada romana esquecemo-nos do cenário e começa o sofrimento.
A inclinação é brutal, acima dos 10% durante cerca de 1 km e meio, a aderência não é a ideal pelas pedras que compõem a calçada.
Devo dizer que foi uma das subidas que mais gostei de fazer nos anos que já levo de btt.
Uma pequena perspectiva da calçada romana

No final da calçada, no centro do Pedrógão Pequeno estava um abastecimento, onde aproveitámos para parar e reabastecer de água.
As dificuldades não tinham terminado pois ainda faltava uns 3 ou 4 km’s de subida, se bem que tivéssemos alguns pontos onde era possível descansar as pernas.
Associado à dificuldade da subida veio somar-se o calor.

Nesta subida apanhámos mais um atleta, o que nos deixou descansados, pois temíamos ser os únicos a pedalar.
No final da subida estava mais um abastecimento, que foi muito bem-vindo dado que nos permitiu hidratar, comer qualquer coisa e conversar um bocado com o participante que apanhámos, com o pessoal da organização e mais pessoal que foi aparecendo.

De acordo com o pessoal da organização, até ao final já não havia grandes dificuldades, pelo que aproveitámos as descidas, intervaladas com algumas subidas pequenas, até perto da Sertã.
Ainda tivemos a travessia de uma Ribeira que soube bastante bem, pois permitiu refrescar os pés e uma subida final, onde efectuámos um singletrack no meio de um pinhal que foi espectacular.

Depois foi só descer para a Sertã e terminar o primeiro dia.
No final aproveitámos para conversar com o pessoal da organização e o resto dos participantes que foram chegando.
Alguns deles tinha feito algumas paragens extra, nas adegas de alguns agricultores da zona, o que demonstra a hospitalidade das pessoas e o espírito dos participantes.
Após o banho, tivemos porco no espeto e cerveja para todos.

Infelizmente não pudemos estar presentes no jantar.


Dia 5:
O percurso do segundo dia era relativamente semelhante ao do ano anterior, mas um pouco mais curto, com cerca de 40km’s.
Do programa constavam os singletracks da Ribeira da Tamolha.

O BTZ Mação para este dia teve dois reforços de peso, o Velhinho e o Chefe de Fila.
Para surpresa minha esteve presente o Ricardo Figueiredo, mas que também só vi ao início e final do percurso, tal o andamento dele.

No início seguimos em grupo até às primeiras subidas, onde o Chefe de Fila resolveu puxar dos galões e dar ordem para atacar a corrida. Basicamente resumiu-se à seguinte frase: “Quem chegar ao final atrás da primeira mulher (Catarina Canha, namorada do Ricardo Figueiredo) é despedido do clube”.
Devo dizer que foi algo que não esquecerei, ver os 4 elementos do BTZ juntos nas primeiras subidas mais complicadas.
O percurso era um sobe e desce constante, e depois de algum tempo fiquei com o Velhinho num grupo onde estava o Sérgio Breites, um amigo dele e a Catarina Canha.

A aproximação á zona da Ribeira da Tamolha, este ano foi feita de forma diferente, encurtando o percurso do ano anterior.
Os singletracks da Ribeira da Tamolha são uma daquelas coisas que um bttista deveria fazer pelo menos uma vez na vida. Tenho pena de lá passar apenas uma vez por ano.
Este ano voltou a ser uma versão curta, dado que de acordo com a organização parte dos antigos singletracks terão de sofrer algumas intervenções para se tornarem novamente cicláveis.
Não me vou alongar nos comentários a esta parte do percurso, pois por mais palavras que use não vou conseguir documentar a espectacularidade do mesmo.
Se quiserem conhecer vão até lá.

O tal singletrack

O porreiro de andar num vale é de que normalmente o terreno é relativamente plano, mas para sair de lá, só há uma opção: subir.
Esta foi a parte onde me senti mais cansado, pois o amigo do Sérgio colocou um ritmo fortíssimo e fui quase sempre na ponta do elástico. Mais surpreendido fiquei quando o Velhinho voltou a alcançar o grupo, dado que tinha ficado para trás na parte mais técnica dos singletracks. O Velhinho estava com um andamento de campeão.


Mais uma foto do tal singletrack

No grupo ninguém queria dar parte de fraco, o que levava toda a gente a passar pela frente e a aumentar o andamento sempre que este parecia abrandar um pouco.

Depois de passarmos a N2 voltámos a descer, desta vez para a zona da Ribeira da Isna. Esta parte foi absolutamente espectacular com paisagens que nunca esquecerei, em especial uma parte em que passámos junto a uma ponte antiga que atravessava a Ribeira.

Sem comentários, simplesmente espectacular

Uma vez mais o Velhinho demonstrou um andamento fortíssimo, dado que ficou algumas vezes para trás, mas recuperou sempre a sua posição no grupo, onde o andamento nunca abrandou.

O final foi o tradicional, com a entrada pelo singletrack junto à ponte que dá acesso à Alameda da Carvalha.
O Filipe e o Almeida chegaram logo a seguir a nós, já a pensar na demissão do clube.

Finalmente tivemos o almoço na companhia dos amigos que connosco pedalaram e o imbatível Chamusco.


Balanço Final:

Uma vez mais a Selindabtt preparou um fim de semana de btt à séria, tendo sido estranho que este ano o Raid XL tenha tido tão poucos participantes.
É pena e a organização indicou que assim não valia a pena o esforço.
Não entendo porque é que as pessoas não aderem a este evento que é único na nossa zona, com trilhos e paisagens que não se encontram noutros lados e que são espectaculares.
Ali não há grandes preocupações com classificações, dado que a descontracção é a norma. Os pequenos-almoços, almoços e abastecimentos têm essa marca, dado que são de alto nível e compensam por si só o valor da inscrição.
Espero que para o ano continue a realizar-se o Raid XL, que lá estaremos outra vez.Poderemos ser novamente poucos, mas bons……