quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Ponte de Sôr - 20 de Setembro de 2008

Maratona da Ponte de Sôr

Pela 3ª vez consecutiva o BTZ Mação marcou presença na Maratona da Ponte de Sôr.
À semelhança do ano passado, apenas um atleta esteve presente, dado que os restantes ainda andam às voltas com a pré-época.

Nesta maratona voltaram a verificar-se alguns reencontros, desta vez com o Gonçalo, de Évora, que efectuou 2 etapas da GR22 comigo e com o Luís Campos, de Alter do Chão.

O início da maratona era praticamente igual ao do ano passado, com os primeiros 20 km’s a subir de forma muito suave, em estradões, na margem direita do Rio Sôr.
Esta fase inicial da Maratona foi passada a ultrapassar pessoal, pois parti muito atrás.

Na aproximação à 1ª zona de abastecimento e separação dos 60 km’s e 110 km’s, começámos a ter as primeiras aparições da areia e o percurso começou a tornar-se um pouco mais duro.
Isto porque à medida que nos aproximávamos de Montargil, efectuámos algumas subidas com maior grau de dificuldade, e uma ou outra descida mais técnica e inclinada.
Nesta zona tivemos direito a uma vista espectacular para a Albufeira da Barragem.

Com a chegada a Montargil comecei a apanhar a rapaziada da “perna rapada”, e a corrida começou a ficar mais táctica. Toda a gente parecia não se querer desgastar em demasia e apanhar uma roda para marcar o ritmo.
Na passagem por Montargil, a organização trocou-me as voltas. A forma como nos aproximaríamos da Barragem foi bastante alterada. Assim, a minha expectativa de fazer apenas uma pequena subida foi gorada, pois acabámos por fazer 2 subidas bastante complicadas, em que segui na roda de um atleta dos Ases do Pedal, deixando para trás um grupo numeroso de “pernas rapadas”.

A descida final para a Barragem foi a tradicional, com muita pedra solta e a uma velocidade alucinante, a tentar não perder o contacto com o “companheiro de fuga”.
A zona da Barragem este ano era diferente, pois tinha mais uns km’s e uma passagem do Rio que marcava o início do regresso a Ponte de Sôr.

A 2ª parte do percurso foi uma grande lição para mim.
Junto à Barragem arranjámos a companhia de mais atletas, pois alcançámos a Celina Carpinteiro (a 1ª classificada das mulheres) e um atleta do Quedas & Empenos de Portalegre.
O ritmo do grupo que entretanto foi ganhando mais alguns elementos, não era constante, pois aumentava sempre que eu ia para a frente puxar e baixava quando eu resolvia descansar um pouco e ir na roda dos outros.
Esta 2ª metade da maratona tinha bastante areia, à semelhança do ano passado, e contribuiu para aumentar ainda mais o desgaste, pois não tínhamos de enfrentar grandes subidas, com excepção da aproximação final a Galveias.

Perto dos 75 km’s, a cerca de 35 km’s do final resolvi aumentar ainda mais o ritmo, para tentar largar aquela rapaziada toda que ia na roda, pois assim não teria hipótese de alcançar o meu objectivo em termos de tempo, que era baixar das 5h 30m, dado que a colaboração era nula e por isso mais valia ir sozinho.
Durante cerca de 10 km’s, andei a um ritmo bastante forte, sem olhar para trás (basicamente inspirado nos ensinamentos do José Carlos).
Já perto de Galveias, do grupo inicial já só restava a Celina Carpinteiro e o atleta do Quedas & Empenos. No entanto ganhei a companhia das cãibras, que começaram a fazer as suas primeiras aparições.

No último abastecimento acabei por perder o contacto com eles, pois perdi algum tempo a colocar óleo na corrente.
Por isso a última parte do percurso foi feita a solo. Felizmente que este não apresentava grandes dificuldades, e até tendo algumas partes mais técnicas junto ao Rio Sôr, que foram muito porreiras.


O balanço final desta maratona pode ser considerado bastante positivo.
Em termos classificativos fiquei em 19º lugar, melhorando numa posição o desempenho do ano transacto. A concorrência que se prepare, pois daqui a 19 anos vou ganhar a maratona.
Apesar disso fiquei atrás da 1ª classificada feminina, algo que não tinha acontecido em 2007.
Relativamente ao tempo, cumpri com os 2 objectivos, baixar das 5h30m e ficar a menos de 1h do 1º classificado.

domingo, 19 de outubro de 2008

Raid do Oeste (Óbidos) - 14 de Setembro

Eu e o Nuno Lima, à partida para o Raid

O raid dos reencontros

Este ano, resolvi efectuar o Raid do Oeste como preparação para as maratonas de final de época.
Acabou por ser um momento histórico, pois foi a primeira presença do jersey do BTZ Mação no pelotão das maratonas e afins.

Antes do início do Raid, verificaram-se alguns reencontros.
O primeiro foi com o pessoal de Santarém, pois desde final de Agosto, pouco antes da Rota das Aldeias Histórias que não andava nos trilhos com eles. Estiveram presentes o João Almeida (também do BTZ mas que se esqueceu do jersey), o Nuno Lima, o Tiago Nunes e o João Nunes.
Depois voltei a encontrar o Carlos Vitorino da Bikemaganize, que ainda se lembrava de mim do Selinda XL da Sertã.
Finalmente voltei a falar com o José Pereira, elemento da equipa das 24H de Monsanto, e com quem já não falava há algum tempo.

A prova começou com uma passagem junto às muralhas de Óbidos, contornando-as, descendo depois em direcção à zona da Lagoa de Óbidos.
O início do percurso era praticamente plano, com uns topos pequenos, mas que devido ao ritmo alto que se trazia acabavam por dar algum trabalho.

Após termos entrado no estradão, resolvi aumentar o ritmo, para ver se ganhava alguns lugares, pois o acumulado do raid não era muito alto e tinha algum receio do rendimento que teria na fase mais acidentada do percurso.

Até perto dos 20 km’s o raid não teve grandes motivos de interesse, pois o percurso era um pouco monótono.
Após o primeiro abastecimento, entrávamos finalmente na zona mais porreira do Raid, quer pela paisagem, quer pelos trilhos.
A paisagem junto à Lagoa de Óbidos é brutal, pois andamos literalmente junto à lagoa, e muitas vezes em singletrack, que são tecnicamente exigentes, mas por isso mesmo espectaculares.

Panorâmica sobre a Lagoa de Óbidos

Nesta fase integrei-me num grupo de pessoal que ia num ritmo altíssimo, o que dificultava a minha tarefa, pois ainda tinha muitos quilómetros pela frente e não sabia muito bem como reagiria lá mais para a frente.

Na separação dos 40 e 80 km’s grande parte do grupo cortou para a versão mais curta do raid, o que me deixou esclarecido quanto ao ritmo imposto e sozinho.

Depois da separação, começámos a abandonar a zona da Lagoa de Óbidos e a entrar na parte mais acidentada do percurso.
Nas subidas nunca fui muito à vontade, pois penso que o cansaço acumulado da Rota das Aldeias Históricas ainda se fazia sentir.

Pouco depois dos 40 km’s encontrei o Zé Pereira, pois tinha passado por ele no 2º abastecimento e ele alcançou-me pouco tempo depois. Nessa zona fui quase sempre à frente, pois era uma zona que tinha algumas descidas porreiras, com alguma exigência técnica.

Por volta dos 50 km’s começou o sofrimento, pois o percurso tinha uma subida em falso plano, bastante longa e onde eu apenas conseguia seguir na roda do Zé Pereira e de outro gajo, pois o ritmo era fortíssimo. Nesta altura só pedia para que a subida acabasse depressa, o que não veio a acontecer.
Em consequência disso fiquei quase de rastos à chegada ao último abastecimento, por volta do km 65, onde parei para encher o Camelbak e comer qualquer coisa, pois as barras ingeridas já não eram suficientes.

Ao tentar retomar a marcha, verifiquei que a corrente tinha saltado, o que fez com que o Zé Pereira saísse a toda a velocidade e eu tenha perdido o contacto com ele.

Depois de uma descida e algum terreno plano, apanhámos uma subida com uma inclinação brutal, com pouco menos de 1 km, para uma aldeia que felizmente desconheço o nome, e onde ainda consegui ver o Zé Pereira pela última vez antes do final. Mas nessa altura percebi que ele ia num ritmo diabólico, enquanto que eu nas subidas estava fraquinho, ou seja, com falta de treino nos Bandos.

A parte final voltou a ser feita a um ritmo bastante forte, pois apanhei a roda de um grupo, em que o pessoal ia todo picado (parece ser costume a malta da perna rapada ter esse comportamento nas maratonas).

A chegada a Óbidos era feita em sentido inverso dos estradões percorridos no início, quase sempre em plano.
O final do Raid era porreiro, pois era mesmo na entrada das muralhas de Óbidos e com um grande aparato.

Mesmo junto à meta estavam o Nuno Esteves e o Polho, dado que a Bikezone das Caldas era um dos principais patrocinadores do Raid e recrutou mão de obra em Santarém, não sei muito bem para fazer o quê.

Depois da chegada, mais um reencontro. Desta vez com o Ricardo Figueiredo que ficou em 4º lugar no Raid. Estive com o Zé Pereira e ele a falar da Rota das Aldeias Históricas e da necessidade de dar algum repouso ao organismo depois de um esforço daqueles.

Quanto ao almoço, após tanto tempo ainda não me consegui decidir sobre a melhor forma de o definir:
- opção a: fraquinho;
- opção b: uma vergonha;
- opção c: um escândalo;

Nem vou elaborar mais sobre esse assunto, pois não merece que se dê muito destaque.
Apenas acrescentarei que há passeios em Mação, onde por muito menos se come mais e principalmente muito melhor.
Provavelmente para o ano prefiro andar de bike em Santarém e almoçar em casa (onde não há más supresas).

O balanço final do Raid foi positivo, pois cheguei ao fim inteiro e sem problemas físicos ou mecânicos.
A classificação foi porreira, um 46º lugar em 239 participantes a 34 minutos do 1º classificado.
O Zé Pereira esteve em grande, pois fez 37 º lugar a menos de 30 minutos do 1º, e em cerca de 15 km’s deu-me cerca de 6 minutos.
O pessoal de Santarém teve um comportamento diferenciado, pois o Tiago e o João fizeram os 40 km’s, em 38º e 59º respectivamente.

Nos 80 km’s o João Almeida não terminou, pois o afilhado dele caiu e ele ficou a dar-lhe assistência. O Nuno Lima esteve muitos furos abaixo do que é costume, pois ficou em 145º lugar, fruto de ter chegado de férias.